O dever da inconfidência?
Já anteriormente havia referido que, na minha opinião, José Tavares falou como cidadão e que essa qualidade – de cidadania - precede, naturalmente, qualquer outra. Sobretudo quando se está em pleno fórum de debate de ideias, como era o caso.
Uma das conclusões à volta dos deveres dos servidores do Estado, é obviamente aquela que todos os funcionários públicos com experiência sabem deste sempre. Isto é, que este dever de confidencialidade foi sendo, gradualmente, transformado numa das rodas da engrenagem da tomada do Estado pelos 1001 interesses privados e comezinhos de muitos dos seus dirigentes. Há muitos, muitos anos, que este dever de segredo objectivamente protege as tropelias de todos aqueles que usam o Estado para promover os seus interesses particulares e dos seus amigos.
Não fossem aliás os funcionários públicos tão respeitadores (ou tão coniventes em outros tantos casos), e há muito tempo que a reforma das mentalidades já se teria iniciado em Portugal, como é imperativo que o seja! Seria pela força do escândalo, mas paciência!
É também por essas e por outras que, no deve e haver de benefícios e prejuízos, também prefiro que se acabe com o segredo de justiça.
Assim como assim, sempre vamos sabendo o que é este grupo de rapazes “bem” comportados trás vestido por baixo.
Foi por exemplo assim, que um dia ficamos a saber o que é que alguns de facto pensam do segredo de justiça !!
Um simples e recente exemplo: fosse o dever de confidencialidade aquilo que o nosso 1º ministro quer que seja (e, já agora, não tivesse havido um jornal a mostrar as vergonhas de uns tantos), e ainda andava pelo Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça uma tal “funcionária” escolhida segundo os habituais e transparentes critérios de competência. Ela e os altos quadros que a recrutaram!