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sexta-feira, março 30, 2007

Tabus

Por causa de um cartaz em Lisboa, numa praça apenas, de um partido-cabine, os representantes de todos nós na Assembleia da República levantaram-se com as suas unanimidades em peso.
O PNR sem dúvida que agradece – ainda teve direito a uma condenação especial do governo! – e já há-de estar a fazer contas ao benefício que colheu de um cartaz apenas, e a pensar que, se é assim, então vale a pena voltar a repetir a acção.
Como sou 100% a favor das migrações e do contacto interracial e intercultural, fico com pena de não ver os nossos deputados e governo(s) levantarem-se com a mesma prontidão sempre que – e isso sucede todos os dias – os nossos imigrantes são infamemente explorados e maltratados aqui no nosso rectângulo, nomeadamente pelas nossas tão democráticas empresas nacionais.
Mas mais grave ainda é tornar o assunto da imigração tabu. O PNR, seja grupelho ou não, está no seu inteiro direito de discutir o assunto da imigração nos termos que entenda, e até com o radicalismo que queira, conquanto respeite a lei e as regras democráticas. Este, como outro qualquer assunto, deve ser discutido de todas as perspectivas possíveis e imaginárias.
E quem tiver medo que compre um cão!
Se os nossos governos e deputados continuarem a privilegiar o folclore, e a não tratar deste assunto com seriedade e frontalidade, não tarda nada o PNR toma assento ao lado deles, o que, dado o andar da carruagem, até seria da mais elementar justiça. E igualmente democrático.
E depois admiram-se que Oliveira Salazar ainda por aí ande!

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quarta-feira, março 28, 2007

João Barrento

Com o livro "A Escala do Meu Mundo", que por aqui li e me entusiamei, João Barrento (também blogosférico), acaba de ganhar o Grande Prémio de Crónica APE (Associação Portuguesa de Escritores), patrocinado pela Câmara Municipal de Sintra.

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Salazar, o salvador da pátria

Os Grandes Portugueses vale o que vale. É um concurso, apenas um programa de entretenimento, filho da nova televisão, da televisão dos novos tempos, o que por isso até nem é coisa que se recomende.
Os defensores fizeram o seu papel, mas a imagem estereotipada, em pares de opostos, que o concurso queria dar de cada personalidade, acabava provavelmente por falar mais alto.
Foi coisa que só acompanhei muito à distância, pois o único programa que vi (e mesmo assim apenas uma pequena parte), foi exactamente o último.
E sinceramente, a vitória de Oliveira Salazar não me admira nada, mas não exactamente porque estivesse à espera de militâncias votantes.
Aliás, e se este foi um factor que explica em parte o resultado final, não me parece que tenha sido de todo o mais importante. Se assim fosse, teria sido Álvaro Cunhal o vencedor. O PCP ainda é uma organização absolutamente inultrapassável em termos de militância e disciplina.
Creio sinceramente que grande parte das pessoas que votaram em Salazar, que o fizeram não propriamente a favor da personagem, ou do regime que representa, mas contra terceiros. Contra alguém.
Mas também não me parece que tenha sido especificamente contra este governo ou o Engº Sócrates, como alguns oportunamente se apressaram a dizer.
Não!
Para mim terá sido uma votação contra a partidocracia vigente: contra os políticos que enriquecem tão depressa; contra os interesses dos lobbys; contra o assalto ao Estado pelos grandes partidos do poder dos últimos 30 anos; contra a corrupção, o tráfico de influências e o amiguismo; contra a falta de autoridade do Estado; contra a falta de segurança; contra um sistema de ensino que só facilita e pouco ensina; contra as corporações privadas que cada vez têm mais força e exploram o consumidor nas barbas de um Estado que assobia para o ar...
Enfim, deu para tudo!
Salazar é uma figura que hoje só vive de estereótipos. E o estereótipo tem a força que têm todos os símbolos. A sua força é dada pela sua simplificação abusiva. Salazar representa para este efeito alguém que, mesmo condenado pela História por tudo aquilo que personifica, também representa o político que fugiu sempre das luzes da ribalta – ao contrário do caudilho e seu vizinho Franco -, e que sobretudo, em décadas de exercício de poder, morreu com as mesmas propriedades que tinha em 1926. Que não enriqueceu, que não se corrompeu, e que foi igual a si próprio do princípio ao fim da sua vida. Obviamente que o grande corruptor de Salazar foi o exercício do próprio Poder, mas isso são já contas da condição humana.
Hoje fala-se muito de coerência, da discrição, da humildade, do valor da palavra dada, porque esses são os items mais escassos na economia actual dos valores.
Mal ou bem, certo ou errado, com maior ou menor correspondência com a realidade, é isso que ele representa para muitos, ou aliás, que muitos precisam urgentemente que ele represente.
O símbolo «Salazar», no contexto deste concurso, tinha ainda uma outra vantagem: era a personagem mais malquista, em que até a própria RTP no início do concurso, quis desde logo pôr fora de jogo. E era ainda a personalidade que todo o status político-partidário não queria que ganhasse.
Também fiz a minha mini sondagem, e constato que a generalidade dos meus colegas, conhecidos e amigos – votantes em todo o espectro político da AR, inclusive no BE – estão geralmente bastante satisfeitos com o resultado da votação, ou no mínimo com uma irreprimível vontade de gozo.
E quanto mais vêm uns a desvalorizar tardiamente o concurso, e outros a limparem as unhas como se o recado não fosse também para eles, mais e melhor se riem ainda.

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terça-feira, março 27, 2007

O próximo pântano

Depois do Prós e Contras de ontem, na RTP, tenho cada vez menos dúvidas sobre esta questão do novo aeroporto.
A dimensão dos custos a ele associados (que continua a aumentar todas as semanas), as zonas nebulosas ou cinzentas do projecto, a obra naquele local específico, a duração do empreendimento, a nossa história com os grandes empreendimentos públicos no que à sua orçamentação e calendarização diz respeito, etc., levam-me a esperar o pior.
Ao pé daquilo, o CCB, a nova travessia do tejo, a Expo, os estádios do Euro 2004, etc., serão uma brincadeira de crianças. E por essas ainda estamos a pagar hoje. A Expo foi altamente deficitária e a malha urbana original, a última boa justificação do projecto, deteriora-se todos os dias; a concessão original para a nova ponte do Tejo já foi chão que deu uva; dos 10 estádios do euro, apenas 3 são rentáveis; e o CCB nem capacidade orçamental tem para organizar um evento como a Festa da Música, estando quase subalugado a uma qualquer Fundação de um qualquer Berardo; 1/3 do seu espaço seria mais que suficiente para o dinheiro que o Estado agora lhe quer disponibilizar para as suas realizações. Mas não, até já pensam em construir os outros módulos(gosto deste termo, pois parece tão fácil como uma peça do Lego).
Já para não falar de uma célebre estação de Metro, lá para os lados da Praça do Comércio, onde já se enterraram milhões de euros, ou do Túnel do Rossio que já vai também por aí adiante, quer em prazos quer em custos.
Sobre o Túnel do Marquês… shiu, que esse nem ainda abriu!
Pelos vistos engenharia há, não há é dinheiro para tanto engenheiro!
Desculpem, mas penso que estes projectos são em número mais que suficiente para que nenhum português se iluda com o que aí vem com o novo aeroporto.
Dizer-se, como diz o Ministro das Obras Públicas, que o Aeroporto da OTA não vai custar nada ao erário público pois sairá tudo do bolso dos privados, e outra parte da Comunidade Europeia, é tratar-nos a todos como crianças (ou burros), e fazer de conta que não temos andado por cá nos últimos 20 ou 30 anos, a assistir ao pagode a governar-se!
O Ministro Lino é um ilusionista, mas daqueles da Feira Popular. Ou então acredita piamente em jantares de borla, o que não parecendo, é problema ainda mais grave que o da OTA!
A engenharia portuguesa tem-se em muito boa conta (e por ventura com razões de sobra para isso), mas é bom lembrar, que não é a engenharia que paga a obra.
O que, compreensivelmente, os nossos engenheiros querem é um grande desafio, e a construção de um aeroporto para o Séc. XXI não é uma obra que apareça todos os dias. É por isso natural que lá na corporação todos pugnem pelo mesmo.
De qualquer dos modos teria sido muito interessante que cada um dos intervenientes de ontem, os prós e os contras, se tivesse apresentado não apenas enquanto engenheiros ou redactores daquele relatório ou participantes naquela comissão, mas sim enquanto sócios de empresas de consultoria, construção ou engenharia, com maior ou menor interesse no novo aeroporto.
Era tudo mais transparente e sempre respirávamos melhor.
Oxalá o instinto de sobrevivência do ex-Engº Sócrates seja mais forte que a sua teimosia e o faça retroceder enquanto é tempo.
Ou então que arranje para aí uma dose de bom senso, mesmo que ele seja pelos vistos tão raro como o dinheiro necessário para o aeroporto, e que assuma que isto tem é de ser encarado como uma decisão política e não técnica.
O Sr. ex-Engº Sócrates já não pode usar essa escapatória da tecnicidade pois nisso, convenhamos, o Presidente da República já chegou primeiro.
Até porque, pela amostra, são mais os engenheiros que querem outras localizações que os que defendem a da OTA.
E também me parece que não serão as mais de 230.000 estacas que poderão salvar este governo de se afogar naquele pântano, caso teime nesta via.
Ensina a História que a História não se repete, mas que ela por vezes é de um humor negro a toda a prova, lá isso é.
Depois de termos tido um governo a afundar-se num pântano - em sentido figurado - só nos faltava agora outro governo que literalmente se afundasse num pântano dos verdadeiros.
Já seria falta de gosto, e a oposição nem sequer o merece!

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sexta-feira, março 23, 2007

Experiências que marcam!

Sim, tens razão Sérgio, também eu ia sofrendo uma apoplexia, quando vi a allgarviada em que se meteu esse afamado produto regional chamado Mendes Bota.
Eu confesso que já parti em desvantagem: é que antes da criatura calinar o «interviu» em vez do «interveio», já eu me ria com a figura pois, convenhamos que penteados daqueles já há poucos, e que até talvez fosse coisa para uma nova região demarcada.
Para mim, de todos os recitais em que o Mendes já emprestou a voz, o de ontem foi o mais lírico.
E ainda diz o povo que não bate a bota com a perdigota.
Ora!!

Garcia Lorca

Num volume apenas (naturalmente de algum porte), todo o Frederico Garcia Lorca. É a sua Obra Poética Completa, chegada agora às livrarias, edição da Relógio d’Água, que na razão inversa da qualidade das suas edições, continua a deixar o seu site ao deus-dará, sem a devida actualização.

quinta-feira, março 22, 2007

O Sinal # 2

O esclarecimento do post anterior sobre o Programa de Modernização das Escolas Secundárias, que debruçando-se sobre 332 escolas e gastando 940 milhões de euros, se resume afinal, durante a vigência deste governo, a fazer obras em 4 escolas, não esgota obviamente o assunto.
É que se, feitas as contas, será muito maior a propaganda e o show-off que a obra a realizar, pelo menos tenho de reconhecer que em outros registos o governo prepara bem os seus projectos.
Foi assim, também através da leitura da Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2007, que fiquei a saber que para gerir o dito programa e manter o parque escolar, será criada «uma entidade pública empresarial…».
Se as reformas em curso na administração pública não conseguem pôr o ME a gerir um programa destes, então é caso para perguntarmos para que servem afinal essas reformas.
Pois é, mas onde é que eu já vi isto???
Ah!, já sei, foi aqui: nesse caso era a ESPAP - Empresa de Serviços Partilhados da Administração Pública.
E outros casos que aqui no insustentável na devida altura não registei mas que vou agora procurar.
Há portanto aqui um padrão. Um padrão não é um caso isolado. Um tacho, sim, é um caso isolado. Um trem de cozinha é que já é um padrão (fim da lição de sociologia).
É caso para se perguntar onde é que pára o PRACE.
Para os mais esquecidos, lembro que o PRACE é o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, e que é com ele que se vão eliminar serviços públicos, cargos de chefia, mandar os funcionários públicos plantar batatas, pôr os serviços públicos a brilhar que nem um brinco, blá, blá, blá….
Temos portanto uma entidade pública empresarial, que será gerida por um colectivo de gestores ou administradores, como lhe queiram chamar, e pagos de acordo com a categoria A ou B dos gestores públicos.
É nestas alturas que me encho de ganas e pergunto porque raio anda toda a gente distraída com estes velhíssimos truques de política doméstica.
Não há dúvida que o marketing político faz milagres. São os milagres da fé inabalável.
O facto de não haver oposição em Portugal, de ela não ter credibilidade, de não prestar, e de ser desleixada e preguiçosa, não serve de desculpa para o comum do cidadão.
E o facto da grande maioria da comunicação social andar, adormecida uma e conivente outra, também não.
Pelo contrário, devia tal contexto servir de estímulo a que pelo menos alguém abrisse os olhos, e fizesse o governo entender que há mais vida para além dos partidos da oposição, e que não andamos todos ceguinhos.
E que arrepiasse caminho quanto antes e aproveitasse com seriedade algumas boas ideias que vai tendo.
Senão, um dia destes aterramos noutro pântano*, acordamos de um sonho, e depois perguntamos como é que foi possível chegarmos ainda a pior do que já estávamos.
Os sinais estão aí!

*É rebuscado, eu sei, mas esta coisa de «aterrar» e «pântano» não era só para pensarem no António Guterres, mas também na OTA!

quarta-feira, março 21, 2007

O Sinal

Uma das últimas vezes que por aqui me referi sobre a temática da educação, disse, a propósito da diarreia legislativa dos ME’s dos últimos 30 anos, «equipem as escolas com materiais de qualidade, boas bibliotecas, audio-visuais e multimédia, computadores que consigam correr o xp, dêem-lhes calor para o Inverno, tornem-nas, em suma, lugares bonitos, organizados, disciplinados e aprazíveis ao estudo…».
Imaginam já então ao que venho.
É que o Engº Sócrates fez-me a vontade e anunciou o Programa de Modernização das Escolas Secundárias.
É muito bem feito para mim, que é para não andar sempre desconfiado contra o governo!
Mas confesso que se este anúncio tivesse sido feito no início da sua actividade, há 2 anos atrás, teria dado pulos de alegria.
Mas, 2 anos passados, só mesmo os crentes é que não desconfiam sempre que este governo procede a algum anúncio.
Mas mesmo assim, é bom dar o benefício da dúvida, até para se poder elogiar quando seja o caso.
Como d’habitude, a comunicação social, RTP à cabeça, procedeu com rejubilo ao anúncio de mais um programa governamental. Houve até quem desse disfarçados pulinhos na cadeira enquanto lia a notícia.
Mas se tivessem querido exercer o seu ofício, o de jornalistas que julgam que ainda o são, tinham pelo menos ido ler a documentação oficial.
Foi o que fiz.
O 1º ministro anunciou um programa de cerca de 1.000 milhões de euros – número impressionante, sem dúvida – e chamou-lhe um "verdadeiro investimento estratégico para qualquer país que queira olhar para o futuro". E disse ainda que o mesmo iria abarcar 332 escolas e prolongar-se até ao ano 2015.
São 9 anos portanto. Apenas!!
Pois bem, lida a Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2007 e o seu anexo, ficamos a saber que este programa é uma mão cheia de nada.
A elaboração do mesmo foi alicerçada num trabalho realizado por uma comissão criada pelo Despacho n.º 7503/2006, de 4 de Abril, da Ministra da Educação.
Ainda segundo essa Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2007, o trabalho deste grupo visava «proceder à realização de um diagnóstico sobre o estado de conservação e condições de funcionamento das instalações escolares destinadas ao ensino secundário de Lisboa e Porto, tendo em vista a elaboração de um programa integrado de modernização das mesmas» (o bold é meu e perceberão já porquê).
Lido isto na referida Resolução 1/2007, tratei então de consultar e analisar o tal Despacho nº7503/2006.
E cá está, apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo!
É que o texto do Despacho nº7503/2006 fixava, ao invés, como objectivo deste grupo de trabalho o «de proceder à realização de um estudo abrangente sobre o estado de conservação e condições actuais de funcionamento dos estabelecimentos escolares do ensino secundário e elaborar o competente diagnóstico, tendo em vista a elaboração de um programa integrado de modernização das escolas do ensino secundário».
É assim que esconderam o gato mas esqueceram-se do rabo: aquilo que inicialmente (Despacho nº7503/2006) abarcava todas as escolas do território nacional, foi cirúrgica e distraidamente convertido (Resolução 1/2007) nas escolas de Lisboa e Porto.
Temos pois que é anunciado um Programa de âmbito nacional sobre um levantamento realizado exclusivamente nas escolas de Lisboa e Porto.
Deve ser destas e de outras que nasceu a célebre ideia de que o resto do país é paisagem.
Com indígenas, é certo, mas mesmo assim paisagem.
Não me perguntem de onde veio então este número das 332 escolas, pois o texto nisso é omisso.
Mas como haveria de ser de outro modo, se na referida Resolução do Conselho de Ministros também se diz que se irá proceder ao «levantamento da situação existente no restante parque escolar, no que se refere a capacidade, condição física e funcional, de forma a programar as correspondentes intervenções, com início do ano lectivo de 2010-2011» (bold meu mais uma vez)?
Mas então já se sabe que são 332 escolas e que custará 940 milhões de euros (este é o número do Portal do Governo) e afinal ainda vão fazer este levantamento?
Mas pronto! Depreendo que o 332, se não é o número da lotaria, então será o número total das escolas secundárias do país. Sempre é um número maior, bonito, que impressionará mais.
Se nesse número também se incluem as mais recentíssimas escolas, recém inauguradas, e que também precisarão de ser intervencionadas então…, bem, não liguem, que deve ser só má vontade minha!!
Mas, caramba, mesmo sem o levantamento a nível nacional ainda feito, posso até dar de barato esse número 332 como correspondendo então à totalidade das escolas abrangidas.
É que, também lá está escrito no Programa, o que é que vai ser feito até ao início do ano lectivo 2008-2009 (leia-se Setembro de 2008). Diz assim, no seu ponto 1, Parte III: «Concretização de quatro intervenções piloto em Lisboa e Porto.»
Está lá, preto no branco!
Bom, mas se a acção deste governo se estenderá por apenas mais 2 anos, então este programa para o ME resume-se apenas a obras em 4 escolas!!!
Repito, 4 escolas!!
Se o assunto não fosse tão sério tinha-me atirado para o chão a rir (mas é verdade, confesso, mesmo assim fi-lo: é que não resisto a uma boa piada!).
Temos portanto que de Março 2007 a Setembro 2008 (1 ano e meio ou 18 meses), o governo se compromete a executar 1,2% do programa!
1,2% do programa em mais de 10% do tempo de execução do mesmo!
Por muito menos se anunciam funcionários públicos para o quadro da mobilidade!
Caramba, a esta velocidade toda, é óbvio que ainda se despistam!
Deve ser por isso que o Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação lhe chamaram uma experiência-…piloto!!
E o governo que vier a seguir – coincidência certamente o facto de a vigência deste governo estar a terminar por aquela altura – que execute os restantes 98,8%.
Good luck!!
Mas podem os portugueses ficar descansados, que este mesmo programa será anunciado mais vezes, de várias formas e feitios. Aliás, se estivermos atentos, vemos que o programa foi anunciado agora, no mês de Março, mas que desde já se diz que o início da intervenção nas escolas escolhidas se fará apenas em Julho. Oportunidades não faltarão.
O coitado do Américo Tomaz é que deve andar às voltas no túmulo!
Disse ainda o Primeiro-Ministro, a quando do cerimonial de lançamento do Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário (designação completa deste projecto): «Queremos dar um sinal político claro aos professores e aos alunos de que esta é a nossa prioridade».
Ok, sinalizado já está!

sábado, março 17, 2007

Spooooooorting................!!!!!!!!!!!!

Fomos tão bons que até os mais ferrenhos benfiquistas aplaudiram!

quinta-feira, março 15, 2007

Vaidade corporativa

A propósito de mais umas acções da ASAE, não se esqueçam os arautos da crítica fácil aos funcionários públicos, que ASAE significa Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, e que é administração pública pura e dura.
Sim, é verdade, são todos eles funcionariozinhos, muito cinzentinhos, preguiçosos e gastadores do erário público, e para mais dirigidos por outros seus iguais.
E que o lindo espectáculo – de ineficácia e arruaça - que vem sendo proporcionado pelas diferentes OPA’s, é todinho ele feito pela nata empresarial do sector privado.
Sim, pois, eu sei que custa! !

Jorge Silva Melo

Está por aí quase, mais um aparecimento da Cotovia.
Deixo a apresentação – pequeníssima parte - por conta da própria editora.
Quem não quiser dar-se a trabalho de atacar na livraria da cotovia – ali no 24 da Rua Nova da Trindade - deve ser só aguardar mais um pouco nas outras livrarias.

Prémio Camões 2007

Mais vale tarde.
19 anos depois a atenção a 26 títulos editados, em tantas 16 línguas, o Prémio Camões chega ao grande lobo – Antunes – das letras lusas.
A justificação sintetiza o impossível de tão grande obra: "A maestria em lidar com a língua portuguesa, aliada à maestria em descortinar os recessos mais inconfessáveis dos homens, transformando num exemplo de autor lúcido e crítico da realidade literária."

quarta-feira, março 14, 2007

Outra OTA

Marques Mendes quer ser recebido pelo Presidente da República.
Parece – e o que parece…- que o líder da oposição está contra a OTA.
Está tanto contra, que em todos estes anos nunca se ouviu a Marques Mendes uma palavra que fosse contra a OTA, sobretudo quando o seu partido ocupava São Bento.
É uma vergonha e enorme desfaçatez chamar desta maneira burros a todos os portugueses.
Pensará ele que já todos nos esquecemos do episódio da aquisição dos submarinos – na altura contra Guterres! – para, assim que o PSD se apanhou no poder, tratar logo de ir às compras???
Tudo isto, ao mesmo tempo o seu partido dá o mote em que está transformado todo o sistema partidário: três dos cinco deputados do PSD eleitos por Leiria reafirmaram ontem o seu apoio à construção do novo aeroporto da Ota, tal como a própria presidente da Câmara de Leiria, Isabel Damasceno, que já foi vice-presidente do PSD e líder da Distrital.
A OTA propaga-se e contagia, tal é a sua proximidade ao distrito de Leiria.

Alternativas...

Devo desde já posicionar que, em matéria de energia nuclear, sou contra!
Não sinto tanto a falta de fundamento técnico-científico ou eco-fundamentalista, já que o facto de a energia nuclear ser uma solução de energia sem solução para os resíduos por si gerados, tem sido para mim razão suficiente para esta minha trincheira.
Assim sendo, satisfeito fiquei quando o nosso 1º veio, há poucos dias atrás, cortar cerce à possibilidade de sequer se discutir esta alternativa (embora saiba que com o vento vão também as palavras).
Mas eis que Cavaco Silva, porventura cansado de ser visto como yes minister, veio agora afirmar que "a energia nuclear, com certeza, virá a ser discutida em Portugal como está a ser discutida noutros países".
É caso para se dizer que o nosso presidente está mesmo a arranjar lenha para nos queimar a todos.

Filipe Soares Franco

Ontem, pelas 23 horas, na SIC Notícias, entrevista a Filipe Soares Franco, pelo editor de desporto, António Cancela.
Foram 60 minutos de grande qualidade (mérito também do entrevistador), e creio sinceramente que não apenas para os fãs do emblema de Alvalade: clareza, argumento, frontalidade –muita-, assunção de erros, discernimento, argúcia, inteligência, também humildade, em suma, classe em toda a linha.
Muitos furos acima, nada representativo do dirigismo futebolístico que aí temos.
Ali não há populismos ao gosto da bancada, fanfarronices, fala-barato, marialvismo e papo de coronel do sertão.
Fala quem também sempre criticou espécimes que já mandaram no reino de leão, e não pensa que o verde é melhor só porque é verde.
Desconheço se conseguirá levar as suas ideias avante, num negócio como este que é de paixões, em que a razão quase nunca triunfa. E em que a bancada, por muito que se esforce, tem sempre imensa dificuldade de perceber mesmo um discurso tão cristalino como o do actual presidente do Sporting.
Mas Filipe Soares Franco é de facto um caso à parte!
E felizmente é do Sporting!

terça-feira, março 13, 2007

CoBOYada

Foram 2373 nomeações em 2 anos. Até aqui nada de novo.
De que estavam à espera?
O que espanta sim, é a extraordinária afirmação do DN, quando se põe a comparar, qual dos governos nos últimos anos mais apadrinhou, e várias vezes conclui, não vá alguém não apreciar a bondade do actual governo, que Sócrates mesmo assim nomeou menos que Durão Barroso (vá lá, concede que Guterres é que é campeão!).
Foram 22,8 nomeações por semana ou 4,5 por cada dia útil, sem descontar os feriados, mas foram menos.
Viva!
Tão contente que estou!
Bem, se eu fosse ao DN não fechava já o Excel.
É que, dá-se o caso de este governo, a bem dizer ainda não ter sequer começado a atacar a sério na administração pública.
Ainda o PRACE vai no adro, e a coboyada seguirá atrás!
É que, no âmbito do PRACE – Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado – só agora começaram a sair as primeiras leis orgânicas dos serviços públicos, como as direcções-gerais, os institutos, etc.
E como (quase) toda a gente sabe, reestruturações orgânicas implicam automaticamente a cessação de funções de TODOS os dirigentes dos serviços objecto dessa mesma reestruturação.
E como menos gente saberá, já não são precisos concursos para o preenchimento desses lugares.
E como ainda menos saberão, a criação de subunidades orgânicas dentro dos serviços ficam actualmente apenas dependentes de mero acto administrativo regulamentar.
Valha-nos pelo menos que ainda saibam que 1 + 1 = 2!

segunda-feira, março 12, 2007

Governo reactivo

Os Museus de Arte Antiga e do Azulejo vieram este fim-de-semana para a televisão denunciar o encerramento de algumas das suas salas por falta de vigilantes.
A discrepância entre o número mínimo de vigilantes necessários e aqueles que possuíam, era de tal ordem, que chocava até o mais dos mais incultos.
Chegam agora ao ponto de cobrar apenas meio bilhete, exactamente porque só podem abrir metade das salas!
Ficam prejudicados os portugueses, mas até e sobretudo os estrangeiros, que constituem nesses museus parte muito significativa do seu público.
E fica a imagem do país pela rua.
Pois bem, cá está a resposta!
Diz hoje o Ministério da Cultura que, vai integrar mais de cem funcionários públicos excedentários nos quadros do Instituto Português de Museus (IPM), no âmbito da reforma da Administração Central do Estado, medida que deverá ser aplicada a partir de Abril ou Maio.
Promete ainda que, até lá irá celebrar 52 contratos de tarefa por um período de três meses, para garantir que os museus mantenham todas as salas abertas.
O que se pergunta é porque razão não foi esta medida tomada há mais tempo, desde que se tornou a mesma necessária.
E desta questão nasce outra: não tivessem estes museus furado o bloqueio das capelinhas e cumplicidades, até quando o Ministério da Cultura assobiaria alegremente para o ar?
A isto chama-se navegar à vista.
E é exactamente o oposto da reflexão, do planeamento e da execução de uma política com cabeça, tronco e membros.
Em suma, é a ausência de gestão.
Não é estratégico, nem sequer táctico.
É apenas resposta pavloviana e já tem antecedentes em outros casos da governação.

Os coxos

Quanto mais futebol inglês (ou espanhol) se vê, menos vontade há de ir aos nossos estádios ou de sequer perder tempo a ligar o botão.
Por tudo o que já vi até ao momento, fechava já a Liga betandwin para obras, e mandava-os a todos – grandes incluídos! – para uma divisão amadora qualquer.
A falta de respeito de dirigentes, treinadores, árbitros e jogadores para com o público pagante é confrangedora.
O nosso futebol é anti-espectáculo.
Os jogadores passam o jogo todo em picardias, a atirarem-se para o chão, a inventarem situações de fair-play (de interesse para uns e outros), a discutirem com os árbitros, e estes muito contentes a apitarem com o seu dourado instrumento, a simularem faltas ou a atingirem selvaticamente colegas de profissão…
O meu Sporting realiza uma boa 1ª parte (1 golo, 2 bolas ao poste) atinge os 3-0 com duas bonitas jogadas, e começa de imediato a jogar para trás, com displicência, distraidamente, como quem está ali a fazer um tremendo frete. Para mais contra uma equipa que até aquele momento ainda não tinha feito um remate à baliza (aliás em 90 minutos chutou uma vez à baliza e fez um golo (i)merecidamente)!!
Passar-lhes pela cabeça de, já agora que atingiram tão depressa um resultado tão descansado (aos 8 minutos da 2ª parte), proporcionar então um espectáculo ao público (e às centenas de mulheres a quem o Sporting tinham vendido bilhetes a 5 euros e até oferecido um bonito cachecol) … não isso não lhes passou pela cabeça!!
O F.C. Porto, ontem, atinge com facilidade os 2-0 ainda na 1ª parte, e vai daí, fechou a porta para balanço. Foram mais de 45 minutos de preguiça, de falta de atitude, de jogo para trás... Uma vergonha!!
O S.L. Benfica, confrangedor grupo de jogadores, que se fazem um golo…, toca a fazer marcha a trás que já estamos todos cansadinhos, que o nosso treinador quando faltarem 30 segundos para o fim ainda há-de fazer uma substituição para "ganhar" tempo (e fazer perder o nosso, e ainda a paciência!). Ligar uma jogada com princípio meio e fim, está quieto que isso dá muito trabalho!
E andamos nós, doentes, a aturar isto!

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher

Pura coincidência, a Kate Winslet. Apenas porque no Dia Internacional da Mulher, todas elas são lindas!

segunda-feira, março 05, 2007

Conversa....

Terminou a OPA da PT.
Terminou como começou, tudo na mesma, mas com vitória dos da PT e derrota dos outros, da SONAE.
Já quanto a nós, consumidores – dos que não são accionistas – será coisa, na minha opinião, para um empate.
Explico-me melhor: não creio que os consumidores tivessem nada a ganhar com uma vitória da SONAE, nem creio que venham a ganhar nada com a vitória da PT.
Começando pelo fim, e a propósito da PT, parece-me que uma grande parte de nós, clientes, tem motivos de queixa justificados relativo ao posicionamento dominante desta empresa e que tem sido um grande óbice para o desenvolvimento do mercado: rede fixa, móvel, internet, já todos conhecemos de ginja a arrogância desta empresa.
Raros são os serviços de qualidade que presta, sobretudo se tivermos em conta o seu dominante posicionamento no mercado.
E para mais agora, com as promessas mirabolantes de dividendos, que fizeram aos accionistas para que estes não vendessem à SONAE, quem é que pensam que vai pagar esses ditos dividendos?
Sim, serão os seus clientes a pagar essas promessas, e de joelhos.
No que me diz respeito, acabei já há mais de um ano com o seu imperiozinho cá em casa: o Sapo voou pela janela e o telefone fixo idem para uma gaveta.
A ONI, sua pequeníssima concorrente, presta melhor serviço, e a um preço muitas vezes abaixo do praticado pela PT (ONIDUO).
E a TMN, não fosse o efeito solidariedade de outros telemóveis para que ligo mais frequentemente, também já tinha ido desta. Mas irá ainda, creio, a tempo, pois serviços mais baratos já os encontrei.
Já uma aquisição da PT pela SONAE… bem, apenas digo que, passadas as euforias do capitalismo popular do Cavaco Primeiro Ministro, das privatizações, das fusões, e das aquisições, já há algum tempo que deixei de acreditar na benzida iniciativa privada em Portugal.
Estas coisas são sempre apresentadas como grandes benefícios para os consumidores, mas estes mais tarde vêm a comprovar que nada ganharam com as mudanças.
Já alguém se esqueceu das conversas de Durão Barroso a propósito da liberalização do mercado da energia, que esta iria baixar, iria ser melhor para todos, blá, blá, blá? É o que se vê! 6% hoje, para o ano outro tanto, é tudo uma questão de tempo.
E o gás canalizado, lembram-se?
E a TV Cabo e as promessas que trouxe?
E, indo mais atrás ainda…a banca! Essa mesmo que nos assalta todos os dias (com os serviços mais caros da Europa), com autênticas golpadas de pirataria ladroeira (os serviços duplicados, os arredondamentos, etc.).
Não! De iniciativa privada, made in, sinceramente, já tenho a minha dose.
E não vejo, como é que a absorção de um concorrente (PT) por outro (Optimus), com consequente redução de operadores concorrentes no mercado, iria conduzir ao paraíso terrestre das telecomunicações!
Essa só contaram mesmo ao Belmiro!

sexta-feira, março 02, 2007

Paulo Portas # 2

Resta pois saber que Saulo ou Paulo, aí vem.
Mas seja aquele que for, para o PSD e para o governo as férias acabaram.
Se for o mais político, de verve fácil, oportuno, acintoso, mas sobretudo, popularucho e estradista, então o PSD que se cuide.
Se for o "ministro", estudioso, dominador dos dossiers, trabalhador, e ares de estadista, então que se cuide o governo.
Seja como for, uma coisa, para além dos 3 telejornais em directo, Paulo Portas já conseguiu: que até aqueles que lhe abominam as cores havaianas no Inverno, os dentes branco-frigorífico, as riscas no fato, suspirassem e dissessem: até que enfim, oposição!!

Paulo Portas # 1

Paulo Portas voltou.
A política ensinou-me que os homens que dela (sobre)vivem, desenvolvem ou trazem já nas células consigo, uma especial apetência pelos momentos de oportunidade.
Aprendi assim aquilo que depois venho confirmando há muitos anos: na política não há totós! Ninguém se chega à frente se não sentir que pode ganhar.
Não há bombeiros de serviço.
Os outros, os que aí estão, são apenas os das segundas ou terceiras linhas, que sabem que só neste hiatos da refrega têm alguma chance. Assim como assim, esmaltando a máquina à sua imagem, sempre garantem no futuro um honroso segundo lugar.
Se o cheiro do poder desaparece do ar, os candidatos por assim dizer, no seu próprio dizer, fortes, desaparecem de cena.
E aguardam, pacientemente como a hiena, aguardam.
Sabem que não é o seu momento, que o vento não está de feição.
Uma licença para estudar nos States, uma abrupta necessidade de cuidar dos negócios da família, de defender o país em Bruxelas ou em Estrasburgo, de voltar à universidade, de tomar conta dos filhos, de atender a esposa, são apenas modos de assobiar para o ar, aguardando que o país deles volte a necessitar.
Nestes momentos difíceis para os seus respectivos partidos, onde estavam eles ??
Nesta sociologia do oportunismo, todos os primeiros-ministros até hoje fizeram escola. E se a tarimba de uns é mais sabedora que a de outros, isso é apenas o resultado das circunstâncias do tempo e do sítio.
Pois bem, Paulo Portas voltou.
Mas, bem ao seu estilo, parece-me que terá voltado no momento que já tinha previamente concebido – há 2 anos atrás – como o mais oportuno. A recente fragilidade de que deu mostras o governo a propósito do episódio das urgências, caíram-lhe apenas no mel.
Sendo agora também um problema – salutar, digo eu – para o governo, ele é para já um grande problema para o PSD.
É que a malta da oportunidade no PSD estava à espreita, mas este não era de todo o seu momento, pois o governo continuava como quer.
Não havia ainda um cheiro novo no ar.
Apenas um ligeiro frémito, uma transpiraçãozinha das urgências.
Nada que os fizesse mover e abandonar a mulher e os filhos.
Só que agora surge Paulo Portas! Logo esse!!
E independentemente de se saber que Paulo vem aí, ele causa já problemas.
Que aborrecimento! Logo agora que estava tudo tão bem assim, com o mordomo de serviço a guardar e cuidar da mansão enquanto os senhores não voltam das férias….

quinta-feira, março 01, 2007

Bento

1948-2007
63 internacionalizações "A"
8 x Campeão Nacional
6 Taças de Portugal
Finalista da Taça UEFA (1983)