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quinta-feira, novembro 22, 2007

Mais uma final

Andamos de facto ali, durante 90 minutos, a caminhar no fio da navalha.
Mas verdade se diga, a selecção esteve desta vez à altura dos seus pergaminhos. Controlou muito bem a sua ansiedade, jogou com muita segurança, correu, chutou, criou oportunidades de golo. Lutou contra a história habitual de inúmeros fracassos nestas circunstâncias, contra a ausência forçada das principais referências, contra o mau momento de forma que muitos atravessam nos seus respectivos clubes. Só faltou mesmo o golo, que aliás era bem merecido. Não fez um jogo estético, com jogadas bonitas? Não, não fez. Mas o futebol há muitos anos, desde o Brasil de Zico, Sócrates e Cª Lda, que deixou de ser ballet. Quem passa a vida a enaltecer José Mourinho (e bem), que diga as vezes em que as suas equipas jogaram um futebol esteticamente bonito. Foram poucas, não é? Contra 11 finlandeses de 1, 85 para cima, e todos eles alinhadinhos atrás da linha da bola, e colocados à defesa do primeiro ao último minuto, era difícil fazer muito melhor. Isso queriam eles: que Portugal se sentisse pressionado a jogar bonito e a atacar descontroladamente. Será que é o "sargentão" que está de volta? Pela amostra da conferência de imprensa, parece que sim. Há muito tempo que Scolari já percebeu que, para a grande maioria da comunicação social e comentadores desportivos, ele está a mais. Nota-se à légua pelas perguntas colocadas, que toda essa gente que aparentemente tanto queria a qualificação, deixou ontem por abrir as garrafinhas de espumante que já estavam fresquinhas para comemorar o grande fracasso da selecção. Vão ter de esperar, coitados, pelo campeonato da Europa.
Então as entrevistas de António Cancela na SIC Notícias, à saída do estádio do Dragão, são um monumento de mau jornalismo, e deviam ser estudadas em todas as universidades que formam jornalistas neste país, passadas em seminários sobre o tema, etc. António Cancela começa logo, ainda antes de iniciar as primeiras entrevistas de rua, por afirmar que toda a gente estava descontente com a exibição de Portugal. Vai daí, iniciou sistematicamente as perguntas assim: «O que é que achou da exibição de Portugal? Não gostou, pois não?».
O azar é que volta e meia lhe saía na rifa malta que dizia que sim senhor, gostou da exibição, ou que isso não importava pois agora o que era necessário era garantir a qualificação. Mas o bom do amigo Cancela não desistia e voltava à carga, comentando que estavam todos muitos tristes com a exibição da selecção. O que vale, é que mais lá para o fim da reportagem, lá apareceu a habitual personagem portuense, colada às costas do Cancela. Teve finalmente o que merecia!

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quarta-feira, novembro 21, 2007

Prognóstico reservado

A nossa selecção efectua hoje, às 19:45, o seu último jogo de qualificação.
Joga em casa.
Joga contra uma Finlândia que é de ranking muito inferior.
E nem precisa sequer de ganhar (um empate bastará).
O optimismo é geral, para não dizer unânime.
Da própria selecção, aos comentadores, jornalistas desportivos e outros, o povo em geral, e até a própria bola, tudo conta com a qualificação mais que certa.
E no entanto, parece-me que estão criadas todas as condições e mais umas quantas, para o desastre final e a desilusão total. A selecção está à beira do precipício. Um passo à frente e será a morte dos artistas. O coração não quer, mas a razão diz-me ao ouvido outra coisa. Contra tudo e contra todos. Oxalá me engane. Oxalá o "outro" Scolari, o não aportuguesado, aburguesado e bem comportado, o "sargentão", o gaúcho, volte quanto antes, e que neste "mata-mata", não seja a gente que afinal ainda morre. Oxalá os nossos jogadores simplesmente corram, corram, corram, como se o diabo andasse no seu encalço, ou o tivessem já no corpo. E que não contem com o empate dado e arregaçado. Oxalá. Era bonito, mais uma vez, a selecção fazer uma qualificação sem depender de resultados de terceiros, sem contas de aritmética, lá isso era. Mas pelo sim pelo não já me preparei para o pior.

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sexta-feira, novembro 16, 2007

Pactos??

Luís Filipe Menezes ameaça denunciar o pacto da área da justiça que o PSD subscreveu anteriormente em conjunto com o governo PS, por considerar que o governo aprovou legislação ao arrepio desse mesmo pacto. Nada mais natural, pois.
O que se estranha é que Luís Filipe Menezes, tendo afinal tantas razões de queixa relativas à capacidade de cumprimento do governo PS, mesmo assim queira firmar outros pactos em outras áreas da governação.
Afinal em que ficamos?
Por sua vez, José Sócrates diz a este propósito que, «é nocivo para o país (o PSD) por em causa a palavra que o partido deu”.
Já sabíamos que de engenharia e inglês técnico o nosso primeiro-ministro percebia pouco. O que estávamos à espera é que entendesse melhor a natureza de um acordo ou de um pacto e não entendesse isso como um tipo de contrato de concessão perpétuo, ou válido para 75 anos, como a concessão do asfalto.
E andamos nós entregues a estes jogos, e convencidos que esta malta assina pactos no interesse do país.

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terça-feira, novembro 13, 2007

Uma questão de saldo

No mês passado, dia 17 de Outubro, ficamos a saber que o ministério da justiça «colocou 327 funcionários das carreiras administrativa, auxiliar e operária no regime de mobilidade especial do pessoal da Administração Pública» (e este, tudo leva a crer, é apenas uma parte do que virá a suceder).
Hoje, dia 13 de Novembro, soubemos que o mesmíssimo ministério da justiça adquiriu 5 viaturas topo de gama no valor de 176 mil euros.
Não se diga pois que o Estado não faz contas ao que entra e ao que sai.

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quinta-feira, novembro 01, 2007

Bate leve, levemente, como quem chama por mim...


Afinal sempre houve milagre em Fátima (embora não aquele que, naturalmente, muitos desejariam). Fosse eu brasileiro e diria que a Nª Sª de Fátima é sportinguista. Mas o brasileiro era outro e chamava-se – mais uma vez – Liedson. E esse sim, é do Sporting, e não há nada a fazer. Quem tem, tem, quem não tem já está de fora.

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O sono de Baco

Não vejo senão homens e mulheres
nas tarefas do vinho.

Após a noite passada na adega,
Baco deve ter adormecido
de borco sobre a madrugada.

Ou então, aristocrata
não achou digno de si
vigiar pessoalmente a vindima.

Delegou talvez nas cotovias,
que tudo vêem do alto
e ralham (julga ele)
com voz severamente cristalina
a quem não madrugar.

Mas as cotovias não traem
o resto da criação, homens
ou bichos. Nos cofres de Baco
não haveria ouro que bastasse
para comprar a cumplicidade
de uma só cotovia
- a solitária alvissareira
das altíssimas manhãs de Setembro.

E assim, na ausência do deus,
desponta um tufo de riso
entre as frestas do cansaço.


A.M.Pires Cabral

A beleza da música #11

Olga Kern (Rússia): piano

»Premiada em 17 competições internacionais. »1º lugar no Rachmaninoff International Piano (aos 17 anos) »Medalha de Ouro no 11º Van Cliburn International Piano Competition, em 2001 (primeira mulher a alcançar tal distinção em 30 anos de competição)

DISCOGRAFIA

#Van Cliburn International Piano Competition (Eleventh) Olga Kern, Gold Medalist, 1 CD, Harmonia Mundi, 2001
#Tchaikovsky:Piano Concerto No.1; Francesca da Rimini (Rochester Philharmonic Orchestra). 1 CD, Harmonia Mundi, 2003
#Rachmaninov: Transcriptions; Corelli Variations. 1 CD, Harmonia Mundi, 2004
#Rachmaninov: Sonata no.2. Balakirev: Islamey. 1 CD, Harmonia Mundi, 2005
#Chopin: Piano Concerto no.1; Boléro op.19; Fantaisie op.49; Polonaise op.53; Fantaisie-Impromptu op.66 (Warsaw Philharmonic, Antoni Wit). 1 CD, Harmonia Mundi, 2006
#Brahms: Variations. 1 CD, Harmonia Mundi, 2007

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