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segunda-feira, junho 27, 2005

Empreendorismo local

Quem quiser perceber com que linhas se cose a partidocracia, é atender aos arranjos que afanosamente se fazem por esse país fora, na constituição das listas dos candidatos a vereadores. A negociação entre comissões políticas, candidatos a presidentes e outras eminências, está no seu auge. Isto é ponto de cruz e de fino recorte: a máquina de fazer e promover amigos não se confina ao lugar cimeiro. Não!! Toma igualmente conta das vereações, impondo muitas vezes aos futuros presidentes autárquicos nomes que são garantia de más equipas e de cada um a puxar para o seu lado. E o fenómeno, em excelente forma e cheio de automatismos, não se cingirá a isto. Atrás destes vereadores virá a sua fila respectiva, que uma vez mais e após as eleições, inundará os lugares apetecíveis do aparelho camarário.
Caramba, já nem o presidente poderá escolher os seus amigos!!!
O jornal Público dá conta do descontentamento e desmotivação de António Capucho, em Cascais; a SIC Notícias reporta situação idêntica com a futura «equipa» de Carrilho. Uma prospecção mais atenta, sobretudo à imprensa regional e local, dá-nos um close-up do fenómeno e descansa-nos a todos, reconciliando-nos com o nosso País e os nossos concidadãos: é todo um Portugal cheio de dinamismo e empreendorismo, que se agita e agiganta, que sabe muito bem o que quer, e por onde há-de ir!