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quarta-feira, setembro 07, 2005

Fábio Rochemback

Fábio Rochemback foi-se embora. É o futebol! Este era um daqueles jogadores, que só existem para românticos como eu, que acham que há mais vida para além dos resultados. Com Rochemback voltei algumas vezes consolado para casa, com uma derrota do Sporting (ou um empate com o mesmo travo), e ainda assim um sorriso nos lábios! Fábio era o responsável. Nisto do futebol, como em algumas outras coisas da vida, a imparcialidade é impossível, e ainda bem, pois também não serve para nada! A verdade é que Fábio encaixava no meu cromo da bola: força, determinação, disponibilidade física e coragem; técnica apurada; leitura e inteligência no jogo; e sobretudo, um raio de acção naquele rectângulo verde, que o faziam capaz de saltar por cima de todas as tácticas e esquemas dos treinadores alheios (e até do seu próprio!). A mim não me convencem artistas de cometa, tipo aparece-quando-lhe-apetece. Nem os apelidados grandes jogadores, só(?) porque marcam golos. Rochemback encarnava o meu animal preferido: um lobo. O seu espaço naquele rectângulo verde era todo ele por inteiro: onde muitos outros se contentavam com apenas pequenas parcelas, vértices, corredores, losangos, pedaços de 4-3-3, 4-4-2, etc., ele ocupava e marcava tudo com sentido territorial. Num ápice tanto estava à entrada da sua área a defender, como subia por ali acima, em movimento imponderável, a oferecer com precisão teleguiada o jogo, a amedrontar adversários, e finalmente a disparar autênticos mísseis à baliza contrária. Gaúcho, do Rio Grande do Sul, Rochemback era um animal, feito de solidez, empenhamento e resolução.
Obrigado Fábio Rochemback.