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segunda-feira, outubro 17, 2005

Ainda o inglês

Não sendo especialista da área (nem professor sequer), a minha opinião está naturalmente balizada e condicionada à minha experiência pessoal (como aluno do ensino regular e posteriormente do American Language Institute), à experiência de antigos colegas e amigos, e ainda como pai de 2 crianças matriculadas no 1º ciclo. Desconheço por isso em absoluto qual seja o nível de preparação científica e técnica dos professores dos institutos de línguas. Mas reconheço que me estava a referir, sem o ter convenientemente explicitado, aos bons institutos, e que nesses os resultados não são comparáveis aos obtidos no ensino regular.
Daí que tenha preferido situar o debate mais no terreno dos objectivos e avaliação dos resultados. Pouco me importa (!?) se os professores são ingleses, americanos, portugueses ou marcianos. Ou se o seu certificado é de universidade portuguesa ou inglesa. O que quero é que tenham resultados! E que não seja desperdiçado pelo Estado e outros agentes (escola, professores, pais, alunos, etc.) a «benesse» de ter alunos «disponíveis» durante 9 anos ou mais, para a aprendizagem do inglês. 9 anos não é pouco tempo, para mais iniciado em tão tenra idade.
Isto porque considero a aprendizagem desta língua de importância crucial em contexto globalizado. Fosse isso de alguma serventia e até pugnava pelo bilinguismo em Portugal. Mas tal será porventura um produto da minha (de)formação de 7 anos de vivência em contexto asiático. É que a Europa vista dali parece coisa bem mais pequena, o futuro global mais transparente e a prospectiva exercício mais fácil.
O blog Ingleses Constipados, refere que com as regras actuais, muitos «professores» mal preparados (apenas com um Certificate of Proficiency in English) poderão passar a formar os alunos do 1º ciclo (ver aqui, aqui e via Abrupto ainda aqui). Bom, mas obviamente aí junto a minha palavra à de Marco Neves, autor do referido blog: isso também não quero! Tal como também não quero que professores «impreparados» de proveniências mais pátrias, possam fazer das nossas crianças cobaias da sua incompetência. Helena Rodrigues, no Abrupto, numa explanação rara de rigor, objectividade e sem condescendência à simplicidade, chama igualmente a atenção para as condicionantes do ensino regular versus ensino nos institutos, entre outras temáticas bem pertinentes.
Haverá por isso que recusar soluções puramente formais e regulamentares, do tipo saltos-para-a-fotografia, em que tudo se inicia e termina num decreto-lei, e que já agora não esqueçamos que de todos os interesses em causa, o dos alunos não é o menor.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Finalmente começamos a concordar :)

A minha ideia, em geral, é muito simples: não devemos desviar as atenções para os professores, mas sim para as condições em que se faz o ensino nas escolas públicas. O mesmo professor (há tantos e tantos exemplos) tem resultados óptimos em institutos e resultados medíocres em escolas públicas. Se queremos resultados concretos, apostemos em criticar e exigir melhores condições para professores e alunos. É aí que está o problema.

4:16 da tarde, outubro 17, 2005  
Blogger Unknown said...

Não discordo consigo. Apenas: será que esses bons professores conseguiram os resultados desejados em todos os alunos? Ou melhor, será que todos os alunos conseguem aproveitar as lições de um bom professor quando as turmas são gigantes, os materiais inexistentes, a motivação geral insatisfatória?
Se consegue recordar-se dos nomes dos bons professores, alunos há que os esquecem mal saem da escola. Como mudar isto? Melhorando as condições em que os professores e os alunos trabalham - assim frutificarão os bons professores (que são mais do que julgamos) e haverá cada vez melhores alunos. Cumprimentos :)

12:22 da manhã, outubro 18, 2005  

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