Canavial
sobre o canavial, a revoada
das aves deixa estrias fugitivas
no silêncio, no metal
obscuro das águas.
pálida a brisa perpassa
ciciando
nos pequenos rebordos da folhagem.
esta música, este leve
preludiar da noite,
sobre o canavial
em tons de pérola rosada,
no esmorecer da luz
por entre algumas nuvens
e o ladrar perdido algures de um cão
e pios, pios, à medida das sombras,
no esguio frémito das plantas
despenteadas num arpejo, devagar,
num ondular do tempo,
espelhadas no bronze
liso e crepuscular das águas.
Vasco Graça Moura, «Laocoonte, rimas várias, andamentos graves», Quetzal Editores
das aves deixa estrias fugitivas
no silêncio, no metal
obscuro das águas.
pálida a brisa perpassa
ciciando
nos pequenos rebordos da folhagem.
esta música, este leve
preludiar da noite,
sobre o canavial
em tons de pérola rosada,
no esmorecer da luz
por entre algumas nuvens
e o ladrar perdido algures de um cão
e pios, pios, à medida das sombras,
no esguio frémito das plantas
despenteadas num arpejo, devagar,
num ondular do tempo,
espelhadas no bronze
liso e crepuscular das águas.
Vasco Graça Moura, «Laocoonte, rimas várias, andamentos graves», Quetzal Editores
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