zig zag

As sondagens marcam as teses da campanha. Já se sabe que a política é arte de representação e as campanhas eleitorais o seu epílogo. Mas é segredo do bom político iludir isso mesmo perante eleitores. Coisa que não se passa na presente campanha! Umas sondagens no fim de semana passado, que em linhas grossas dizem que tudo está na mesma, com Cavaco na frente e Soares e Alegre como a lesma, e foi quanto bastasse para uma mudança de 180º: Soares assume a posse de estadista (coisa que nunca foi e não vai agora sê-lo) tentando falar pouco e não dramatizar Cavaco; e Alegre, por seu lado, inventa-se menino travesso e desata a beliscar Cavaco. Vão pois estes dois aguardar pelas próximas sondagens e quiçá voltem à desordem original. No outro lado da equação, Cavaco consagra-se na ausência de qualquer risco, de qualquer opinião mais assertiva, e qual Buda ditoso ainda coça a barriga.