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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Choque de formação (2)

Em formação a sério, só lá os apanham se a isso forem mesmo obrigados. O INA (Instituto Nacional de Administração), entidade responsável pela formação dos funcionários públicos (entre outras atribuições), só mesmo com grilhetas tem conseguido arrepanhar alguns destes dirigentes para o CADAP (Curso de Alta Direcção em Administração Pública), o CAGEP (Curso Avançado de Gestão Pública), o FORGEP (Programa de Formação em Gestão Pública) ou o SAP (Seminário de Administração Pública). É que a Lei nº 51/2005, de 30 de Agosto, e a Portaria nº 1141/2005, de 8 de Novembro, obrigam à frequência e aproveitamento nestes cursos para todos aqueles que quiserem exercer funções de direcção superior e intermédia nos organismos públicos.
Não fosse esse carácter imperativo, e a maior parte deles não punha obviamente lá os pés. Fazer formação é um castigo, para uma grande parte desta malta! Aliás, o facto destes diplomas legais virem tornar a frequência desta formação compulsiva, já diz bem do que pensa o Legislador sobre esta casta dirigente.
É que se quisessem de facto apreender alguma coisa sobre modernização administrativa, governação electrónica, inovação, etc. etc., temática à Bill Gates e tão em voga (e bem!), poderiam antes frequentar, por exemplo, o DESIIAP (Diploma de Especialização em Sociedade de Informação e Inovação na Administração Pública), o DERP (Diploma de Especialização em Reengenharia de Processos, ou o DESTID (Diploma de Especialização em Sistemas e Tecnologias de Informação para Dirigentes), entre muitos outros. Bem sei que os estes cursos não são realizados num fim de semana alargado no Hotel Dom Pedro, e que o INA apenas fornece biscoitos nos seus coffee breaks de 15 minutos. Mas algum esforço valia a pena, e a nação um dia até talvez agradecesse.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Rogério Matos
Sou gestor intermédio da AP. Estou a frequentar o Forgep e nada me obrigava a tal, pois fiz o Sap. Faço-o por ter uma vontade enorme de melhorar as minhas competências no domínio da gestão publica e poder assim contribuir para um melhor desempenho individual e organizacional.
Generalizações como as que apresenta são sempre complicadas, não é? E se acha que poderei ser uma excepção, conheço mais umas tantas.
Pedro Penteado

3:36 da tarde, março 11, 2006  

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