Quando?
Quando é que a democratização do ensino passou a ser alcançada através de uma cultura do facilitismo?
Quando é que a qualidade, foi sacrificada por todas as «novas» teorias da Educação que vão nascendo como cogumelos desde há 30 anos a esta parte, e nidificam à sombra de uma vaga ideologia socializante, politicamente correcta, e pseudo democrática do ensino?
Quando é que o sucesso de todos (todos têm direito a «passar», independentemente do seu mérito), se faz à custa do nivelamento por baixo?
Quando é que o estudo da língua passou a ser confinada ao cantinho das letras, sem se perceber o efeito estruturante que a mesma tem na apreensão de todas as outras disciplinas?
Sobre o ensino da língua portuguesa, a ler, Maria do Carmo Vieira, no JL (15 – 28 de Fevereiro):
«A leveza e irresponsabilidade do discurso proferido pelos que dirigem o Ministério da Educação, tentando culpar exclusivamente os professores pelo estado calamitoso em que se encontra o Ensino, só evidencia a sua necessidade de encontrar bodes expiatórios, denotando simultaneamente uma imensa hipocrisia. Com efeito, que resposta deram os diferentes ministros da Educação, juntamente com os seus secretários de Estado, às incontáveis reclamações de tantos professores, entre os quais me incluo, para o facto, por exemplo, dos alunos não possuírem os requisitos exigidos para o nível de ensino, que frequentavam? Que reacção tiveram quando, muitos professores e encarregados de educação alertaram para a imperiosa necessidade de reflectir sobre os diferentes problemas detectados no quotidiano escolar? Remendaram à toa, impondo teorias de educação acríticas, que apenas vieram revelar uma profunda indiferença pela qualidade, que qualquer Escola deve garantir.»
«Assim se fingiu inovar, durante anos e anos, com a cumplicidade de muitos professores que se desresponsabilizaram da sua missão, em nome de uma falsa solidariedade com os alunos e um aparente respeito pela sua personalidade.
Surpreendemo-nos, então, com a exposição de trabalhos de alunos, em que os erros ortográficos não eram propositadamente corrigidos para não "melindrar os adolescentes"; testemunhámos estudantes do secundário incapazes de interpretar um texto ou de ler e escrever correctamente;»
«A pedagogia do nivelamento por baixo foi-se intensificando e os professores críticos, relativamente a esta situação, começaram a ser apontados e acusados de "resistentes à mudança". Salientou-se até a diferença entre "professores apaixonados pela matéria" e "professores apaixonados pelo ensino". Obviamente, que este últimos eram os que tinham "preocupações pedagógicas", logo "os criativos"».
Não podemos continuar a tolerar o desinteresse e a falta de amor pela língua portuguesa, que se manifestam em textos de muitos alunos, grande número deles a frequentar a universidade, e em que dificilmente compreendemos o seu sentido.
Restante texto na versão em papel.
Quando é que a qualidade, foi sacrificada por todas as «novas» teorias da Educação que vão nascendo como cogumelos desde há 30 anos a esta parte, e nidificam à sombra de uma vaga ideologia socializante, politicamente correcta, e pseudo democrática do ensino?
Quando é que o sucesso de todos (todos têm direito a «passar», independentemente do seu mérito), se faz à custa do nivelamento por baixo?
Quando é que o estudo da língua passou a ser confinada ao cantinho das letras, sem se perceber o efeito estruturante que a mesma tem na apreensão de todas as outras disciplinas?
Sobre o ensino da língua portuguesa, a ler, Maria do Carmo Vieira, no JL (15 – 28 de Fevereiro):
«A leveza e irresponsabilidade do discurso proferido pelos que dirigem o Ministério da Educação, tentando culpar exclusivamente os professores pelo estado calamitoso em que se encontra o Ensino, só evidencia a sua necessidade de encontrar bodes expiatórios, denotando simultaneamente uma imensa hipocrisia. Com efeito, que resposta deram os diferentes ministros da Educação, juntamente com os seus secretários de Estado, às incontáveis reclamações de tantos professores, entre os quais me incluo, para o facto, por exemplo, dos alunos não possuírem os requisitos exigidos para o nível de ensino, que frequentavam? Que reacção tiveram quando, muitos professores e encarregados de educação alertaram para a imperiosa necessidade de reflectir sobre os diferentes problemas detectados no quotidiano escolar? Remendaram à toa, impondo teorias de educação acríticas, que apenas vieram revelar uma profunda indiferença pela qualidade, que qualquer Escola deve garantir.»
«Assim se fingiu inovar, durante anos e anos, com a cumplicidade de muitos professores que se desresponsabilizaram da sua missão, em nome de uma falsa solidariedade com os alunos e um aparente respeito pela sua personalidade.
Surpreendemo-nos, então, com a exposição de trabalhos de alunos, em que os erros ortográficos não eram propositadamente corrigidos para não "melindrar os adolescentes"; testemunhámos estudantes do secundário incapazes de interpretar um texto ou de ler e escrever correctamente;»
«A pedagogia do nivelamento por baixo foi-se intensificando e os professores críticos, relativamente a esta situação, começaram a ser apontados e acusados de "resistentes à mudança". Salientou-se até a diferença entre "professores apaixonados pela matéria" e "professores apaixonados pelo ensino". Obviamente, que este últimos eram os que tinham "preocupações pedagógicas", logo "os criativos"».
Não podemos continuar a tolerar o desinteresse e a falta de amor pela língua portuguesa, que se manifestam em textos de muitos alunos, grande número deles a frequentar a universidade, e em que dificilmente compreendemos o seu sentido.
Restante texto na versão em papel.
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