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quinta-feira, maio 11, 2006

Gato por Lebre

O caso da refinaria de Sines não é apenas sobre petróleo. É também sobre um estilo de governar.
Convém retomar um pouco a história, de modo a acudir às nossas memórias já tão assoberbadas de telejornais. apenas 5 meses atrás, mais concretamente em Dezembro de 2005, era anunciada em grandes parangonas e com direito às habituais sessões solenes para cobertura em horário nobre, e 1ªs páginas no papel, a assinatura de um memorandum de entendimento para a construção de uma nova refinaria em Portugal, e que deveria arrancar já este corrente ano.
Parece que ainda estou a ver as caras eufonas dos nossos ministros, Sócrates incluído, a anunciar a boa nova, devidamente temperada com o emprego: seriam criados 800 novos postos de trabalho, sendo que, atenção, durante a fase de construção se empregaria ainda mais gente, sendo aliás este "um dos maiores projectos industriais feitos no País", e que envolviria "um investimento superior ao da Autoeuropa".
Passado este tempo, já sabemos o que aconteceu: a refinaria não saiu do papel.
Foi um memorandum que lhe deu!
Segundo parece, poluição a mais e dinheiro a menos, abortaram o evangelho.
Mas podemos estar descansados, que é tudo para nosso bem. Sócrates aliás já levantou o dedo: "Ao Governo português ninguém vende gato por lebre".
Seja. Neste comércio animal, paradigma de ilusionismo, o nosso Primeiro até acaba cheio de razão:
O governo está vendedor e não comprador.