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terça-feira, maio 16, 2006

Razões de queixa

Não gosto de Carrilho como político. E uma das razões é porque ele encarna exactamente o mesmo de que acusa os seus colegas de profissão e OTL: pura gelatina política! Por isso, mas sobretudo porque haverá coisas bem mais interessantes para serem lidas, não tenho a intenção de perder 2 minutos que seja a ler o seu livro. Dito isto, verdade se deva dizer que, no que concerne à acusação sobre as (más) práticas da nossa comunicação social, Carrilho estará com alguma razão. É certo que Manuel Maria Carrilho se colocou a jeito para isso. Facilitou e serviu os pretextos certos que uma grande parte da comunicação social precisava para a sua cruzada. E esta naturalmente não se fez rogada. Este fenómeno tem vindo aliás a intensificar-se desde há uns anos a esta parte. Também Santana Lopes foi completamente trucidado antes que pudesse dizer um ai. E quando o fez, ajudou ainda mais ao seu próprio enterro, quando se pôs a piscar o olho a essa mesma comunicação social, e a ofertar-se para as entrevistas que fossem.
O inverso se passa agora com o nosso governo. Desde notícias cujos termos são praticamente iguais em telejornais de diferentes canais, a reportagens previamente preparadas sempre que se levanta uma réstia de contestação (veja-se por exemplo os casos, só para falar dos mais recentes, das maternidades, e agora dos bombeiros), tudo na comunicação social é feito para suportar a acção do governo e justificar as suas mais pequenas opções, sem qualquer espírito crítico e vontade de imparcialidade. A única vantagem que encontro agora nisto é de, por exemplo, poder-se substituir a leitura do Diário da República pela do Diário de Notícias.
Mas convém, já agora, ser-se justo e não generalizar. É que nem toda a comunicação social se arma em dona da democracia procurando condicionar a opinião pública.
Mas aquela que o faz é uma maioria.
E é absoluta!