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terça-feira, novembro 21, 2006

O enterro da Festa da Música

O CCB decidiu suspender um dos maiores eventos culturais do país, segundo diz, por falta de verbas.
A Festa da Música, evento único no panorama internacional da música erudita, e responsável pela criação e educação de novos públicos, não se realizará em 2007.
Já para não descurar a excelente montra e oportunidade em que a Festa se vinha constituindo nos últimos anos para uma série de instrumentistas portugueses.
É tudo isso que agora se deita fora com a maior das levezas.
Pela mão de um PS que tanto gosta de se enfeitar de cultura, Portugal prescinde de um evento singular, que desde a sua aparição (a Folle Journée, em Nantes, pela mão de René Martin), tem sido cobiçado por inúmeras cidades em todo o mundo.
A Festa da Música estava presente apenas em Nantes (a "mãe" do evento), em Lisboa, Bilbau e Tóquio.
O eventual retorno da Festa da Música em anos vindouros estará porventura para sempre comprometido.
Os carrascos são a Ministra Isabel Pires de Lima, promotora de uns quantos cómicos e despropositados projectos no seu ministério, esses sim altamente consumistas de recursos e de duvidosa utilidade, e Mega Ferreira, Presidente do CCB, que como se vê, tem muito boa imprensa mas pouco trabalho.
É este o legado que estes dois "rapazes" nos deixam !!
Mas este é sobretudo um grande fracasso para Mega Ferreira, que pelos vistos é homem de grandes conceitos e boa propaganda, mas que obviamente só faz flores quando o Estado lhe dá recursos para tal.
No ano transacto, por alturas da assinatura de uma parceria com a CML, que se comprometeu a apoiar a Festa da Música de 2006 a 2008, Mega Ferreira dizia que tal acordo permitiria "encontrar outros parceiros para os próximos anos, um passo importante para a consolidação financeira", e que "é uma ajuda fundamental para assegurar a continuidade da Festa da Música até 2008".
É o que se vê!
Nestas coisas não há que inventar: o que é bom e está bem, não só não se muda, como se deve tentar reproduzir e exponenciar.
Mega Ferreira falhou onde não deveria falhar, exactamente naquele que era o maior e melhor projecto do CCB.
Faça o que vier a fazer, esta mancha já ninguém lha tira.
Dizer outra coisa - e elas vão ser ditas nos próximos dias pelos apaniguados do costume - é simplesmente chamar nomes aos milhares de pessoas (e um público muito jovem) que desde o ano 2000, ano de Bach, vinham aderindo ao evento e fazendo dele de facto uma grande Festa.

2 Comments:

Blogger Ana Isabel said...

O hálito azul da tarde associa-se, com tristeza e raiva, ao luto!

4:31 da tarde, novembro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Já se sabe que o dinheiro nunca chega para tudo. Acontece que Sócrates quer a todo o custo que o seu amiguinho Berardo tenha umas paredes para pendurar os seus rabiscos. Portanto qual é a
solução? Tirar dum lado para para pôr noutro. Uma coisa é certa, anualmente vai-se gastar bem mais dinheiro com o museusinho do Berardo do que com a festa da música. Só falta esperar para ver se a tasca do Berardo conseguirá num ano o mesmo número de visitiantes que a festa da música tinha em 3 dias.

Valerá a pena trocar a Festa da Música, um evento ímpar e de referência no nosso panorama musical, pela massagem ao ego do sr. Berardo?

11:59 da tarde, novembro 22, 2006  

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