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quarta-feira, novembro 22, 2006

w.a.m., texturas

digo outra vez da substância triste:
oiço um quarteto de mozart e penso
de que outono de sons se faz mais denso
o silêncio da música. persiste

uma rosa de sons, uma explosiva
mas contida espiral dilacerada,
como se o mundo fosse apenas nada
e a rosa fosse a própria alma cativa.

de que luz, de que tempo, de que espaço,
ou matéria de sombras e alegrias,
de que impurezas, de que revoltas ágeis,

se faz, ligando tudo, agora o laço,
a prender numa só as várias vias
de coisas tão efémeras e frágeis?

Vasco Graça Moura