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quarta-feira, janeiro 17, 2007

Mais experiências

Pronto, esta maltrapilha do Ministério da Educação, definitivamente, não tem emenda!
Ainda não esgotaram o chorrilho de asneirada com a TLEBS e, ena que já lá vem outra ideia peregrina: a boa nova, passa por fazer com que os alunos do 2.º Ciclo venham a ter um único professor (ainda que auxiliado por outros colegas em algumas disciplinas), e que assim, um professor apenas seja responsável pelas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Ciências da Natureza e Geografia.
E se mal faz, pior explica: "O importante é assegurar a continuidade educativa, evitando a transição brusca entre os dois ciclos, em que a criança deixa de ter o professor-amigo para passar a enfrentar 10 professores desconhecidos".
O problema desta malta é que, anda por ali no ME, mas de facto deviam era dedicar-se à pesca: podia ser que até tivessem alguma utilidade como isco!
Se não vejamos: já na vigência deste governo, foi criada a disciplina de Inglês para o ensino básico. Portanto, se a coisa foi bem feita, os meninos do 1 º ciclo já não terão professor único há algum tempo. Posteriormente ao Inglês, foram lançadas as bases para o ensino da música: toma lá outro professor! E vão três! E se a isso adicionarmos também o de ginástica que já vinha de trás,.. e vão quatro!
Se calhar dava jeito que os senhores do ME levantassem o rabo das poltronas e fossem dar uma volta pelas escolas.
E se ainda assim quisessem fazer experiências com as criancinhas, então que pelo menos fizessem as brincadeiras apenas com suas. Depois era apenas um problema de maus- tratos a menores e pedofilia por resolver.
Mas não! A veia criativa é mais forte.
Continua a imperar em Portugal um modo muito próprio de gerir a coisa pública e de governar: legislando e legislando.
E no entanto, a maior parte dos problemas na educação resolver-se-ão quando chegar alguém ao ME que tenha tomates, simplesmente se deixe de orgasmos legislativos e se dedique a gerir bem e com bom senso a educação em Portugal.
Equipem as escolas com materiais de qualidade, boas bibliotecas, audio-visuais e multimédia, computadores que consigam correr o xp, dêem-lhes calor para o Inverno, tornem-nas, em suma, lugares bonitos, organizados, disciplinados e aprazíveis ao estudo, reduzam as turmas para um máximo de 20 alunos, dêem e/ou obriguem os professores a ter formação todos os anos (mas nada dessa treta ideológica da escola inclusiva e da escola multicultural!), insistam no português (mais literatura e menos gramatiquês), na matemática, nas ciências, na música e na educação física, e vão ver que em 20 anos a coisa muda para melhor.
Mas tenho a impressão que isso será pedir muito, já que a vocação de um político de carreira é fazer de cada solução um problema.
E nem sou eu que o digo, é o Woody Allen.

1 Comments:

Blogger José Carrancudo said...

Basta de ironias, precisamos é da acção concreta e urgente. São precisamente os MEs dos últimos 20 anos os únicos culpados da crise no nosso ensino, pois têm estado a fazer experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola.

Ora, devemos olhar o nosso Ensino na sua integra, e não apenas nos assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendo a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa, e indica o caminho de saída. Muito em breve, precisamos de fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura, e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros eventualmente desaparecerão.

1:12 da tarde, junho 16, 2007  

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