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quarta-feira, julho 04, 2007

Um estranho ranking

A Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO), dirigida por Nikolay Lalov, continua por vezes algo invisível. Existe, e existe muito e bem, mas, vá-se lá saber porquê, é algo invisível para grande parte da nossa comunicação social. E falo daquela comunicação social que por norma se especializa e dedica a estas coisas da música erudita e da programação musical associada. Muito recentemente, a convite do Festival Internacional de Sófia – "Sofia Music Weeks 2007" (Bulgária) – esta orquestra apresentou-se nos dias 6 e 8 de Junho na sala "Bulgária", naquela que é considerada por muitos como a mais importante daquele país. Na bagagem levava música de compositores portugueses, de Cláudio Carneiro, Viana da Motta e Joly Braga Santos, a Lopes-Graça, Sérgio Azevedo, Eurico Carrapatoso, etc. Como cartaz, e sendo esta a primeira vez que uma formação portuguesa se apresentava naquele país, convenhamos que não está nada mal! E ainda estreou uma obra do compositor búlgaro, G. Arnaoudov, que foi dedicada à própria OCCO. O resultado foram 2 concertos assistidos cada um por mais de 1300 pessoas, de grande êxito e com direito a gravação e transmissão em directo pela Rádio Nacional da Bulgária (quem soube, ainda ouviu esta transmissão aqui em Portugal, em directo e via internet). Corolário deste sucesso foi o convite desde já endereçado pelo director do Festival, para um próximo retorno da OCCO.
E tudo isto se parece ter passado na mais absoluta das ignorâncias (daquilo que eu tivesse lido), com a natural excepção do jornal local Costa do Sol. Mas como nisto não há 2 sem 3, o jornal Público, no seu último Ípsilon, e numa peça assinada por Cristina Fernandes (CF) e intitulada "Festival do Estoril aposta nos jovens músicos", discorre todos os nomes dos intérpretes e agrupamentos portugueses que estarão presentes nesse festival (sem esquecer os mais jovens), de António Rosado, Artur Pizarro, à Orquestra Barroca Divino Sospiro, OrchestrUtopica, etc. O que é curioso e sinal desta total invisibilidade da OCCO, é que CF refere também o acordeonista Gonçalo Pescada, que curiosamente não se irá apresentar a solo, mas com a própria OCCO, que também estará presente nesse festival! Como se costuma dizer, esteve quase lá! Sinceramente, desconheço as razões porque isto sucede, para mais com uma orquestra já com um bonito historial, e cuja programação envolve já mais de uma centena de concertos anuais, embora parta do princípio que o mesmo estranho fenómeno se vá passando com outras orquestras de cor mais regional, e não tão embelezadas e dependuradas nas capitais do país.
Mas que não seja por isso, aqui fica o site do Festival de Música do Estoril, e o dia e programa de apresentação da formação da linha:
10 de Junho – 21:30h – Auditório do Centro de Congressos (Estoril)
ORQUESTRA DE CÂMARA DE CASCAIS E OEIRAS
Nikolay Lalov: maestro
Gonçalo Pescada: acordeão
Carrapatoso – 10 Vocalizos para Leonor e arco
Piazzola – Concerto Aconcagua para acordeão, cordas, percussão e piano
Haydn – Sinfonia nº 77, Si Bemol Maior

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