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domingo, janeiro 08, 2006

Paixão tecnológica

Sou dos que acreditam que só um apoio muito sustentado e consistente à "educação" e à "tecnologia e inovação", poderão dar a Portugal as pernas de que precisa para tentar romper com as suas amarras e condicionalismos indígenas. Curioso é que têm sido os governos PS, quem programaticamente mais se tem aproximado desta visão. Mas valha-nos a verdade que mais valia que nunca o tivessem feito! É que a educação, no consulado Guterrista, teve o destino trágico que todos sabemos e que aliás é próprio das grandes paixões. Ainda por cima com graves repercussões de credibilidade para o futuro: a partir de agora, partido nem governo algum se atreverão a falar da paixão pela educação. Agora, Plano Tecnológico, é o nome da nova paixão e a coisa promete! Em escassos meses de governação, o dito plano já teve 3 responsáveis 3: José Tavares, Miguel Lebre de Freitas e Carlos Zorrinho.
Por muito menos se falava há pouco tempo de trapalhadas!
E o que isso parece representar de completo desnorte, é agora confirmado pelo relatório sobre o referido Plano Tecnológico, do Grupo de Alto Nível (GAN), uma entidade que tem como missão facultar à Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação (APDSI) uma avaliação qualitativa e quantitativa da acção governamental na área da Sociedade de Informação. A adjectivação desse ralatório é o oposto da propaganda governamental: "muito vago"; "falta de coerência e harmonia de que o plano padece deixa a descoberto a ausência de articulações integradoras entre os programas de abordagem aos vários sectores"; "dificuldade de medição e auditoria no Plano Tecnológico, não sendo clara a relação entre as metas estabelecidas no mesmo e as medidas para as concretizar"; "ausência de liderança"; "perspectiva deficiente da Sociedade da Informação, não a reconhecendo explicitamente como eixo de desenvolvimento"; "articulação insuficiente com a modernização administrativa do sector público"; etc. etc. Não estamos já no reino suave da opinião mais ou menos impressionista, mas sim no campo de uma avaliação alicerçada na leitura integral do extenso documento (coisa que muito pouca gente fez), e traçada com rigor e objectividade. Aqui, aqui, aqui...

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