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sexta-feira, março 30, 2007

Tabus

Por causa de um cartaz em Lisboa, numa praça apenas, de um partido-cabine, os representantes de todos nós na Assembleia da República levantaram-se com as suas unanimidades em peso.
O PNR sem dúvida que agradece – ainda teve direito a uma condenação especial do governo! – e já há-de estar a fazer contas ao benefício que colheu de um cartaz apenas, e a pensar que, se é assim, então vale a pena voltar a repetir a acção.
Como sou 100% a favor das migrações e do contacto interracial e intercultural, fico com pena de não ver os nossos deputados e governo(s) levantarem-se com a mesma prontidão sempre que – e isso sucede todos os dias – os nossos imigrantes são infamemente explorados e maltratados aqui no nosso rectângulo, nomeadamente pelas nossas tão democráticas empresas nacionais.
Mas mais grave ainda é tornar o assunto da imigração tabu. O PNR, seja grupelho ou não, está no seu inteiro direito de discutir o assunto da imigração nos termos que entenda, e até com o radicalismo que queira, conquanto respeite a lei e as regras democráticas. Este, como outro qualquer assunto, deve ser discutido de todas as perspectivas possíveis e imaginárias.
E quem tiver medo que compre um cão!
Se os nossos governos e deputados continuarem a privilegiar o folclore, e a não tratar deste assunto com seriedade e frontalidade, não tarda nada o PNR toma assento ao lado deles, o que, dado o andar da carruagem, até seria da mais elementar justiça. E igualmente democrático.
E depois admiram-se que Oliveira Salazar ainda por aí ande!

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