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quarta-feira, julho 18, 2007

4 dias apenas

Saí na 6ª feira à tarde direito a outras paragens (bem menos poluídas), e agora regresso à espuma dos dias. Nestes curtos 4 dias parece que se passaram tantas coisas, e afinal foi quase tudo coisa nenhuma: o descalabro da nossa selecção de sub-20, que bebendo no exemplo do seu chefe Couceiro (treinador de cartilha em atirar equipas para a 2ª divisão), e seguindo uma longa linha de tradição do futebol luso (apenas interrompida com o consulado do gaúcho Scolari) cimentada em péssimas atitudes competitivas e piores de comportamento, decidiu mais uma vez agravar a má imagem que Portugal já tem junto da comunidade dos árbitros internacionais. Depois veio o descalabro – bem merecido! - do PSD em Lisboa, o coice que o CDS levou (culpa de Portas que escolheu o pior candidato que o CDS lá tinha), e as pequenas vitórias de Roseta, Carmona, do fiscal Zé Fernandes e do homem do PCP igual a si próprio. Quanto a António Costa (o único que de facto venceu), a vitória esperada, embora bem mais curta do que seria expectável, e até do que o próprio, estou em querer, esperaria. Situar-se abaixo dos 30%, com tão maus candidatos opositores, e com tanta asneirada que o executivo anterior fez, não deixa de cheirar a desperdício de oportunidade (embora não se exigisse a maioria absoluta). Mas admito que a culpa não será tanto do próprio – que continua a disfrutar de muito boa imagem e de uma excelente imprensa – mas mais do governo e de José Sócrates, que entraram por culpa própria, e não por algum mérito da oposição, em derrapagem e desgaste algo precoce. Outro governo, e os números de Costa andariam nos 40 que João Soares e Santana Lopes já tiveram há bem pouco tempo. E agora? Bem, agora, seguem-se 2 anos de campanha pré-eleitoral ininterrupta, com golpes baixos por parte de alguma oposição camarária, e com grande marketing governativo promocional por parte de António Costa (seguindo aliás as pisadas de José Sócrates, e trabalhando com empresas comunicacionais com provas já dadas). Haverá lançamentos de muitos "projectos", muito outdoor e power point, pois as verdadeiras eleições a 4 anos, são já ali ao virar da esquina. Lisboa e os lisboetas bem avisaram – com os seus incríveis 62% de abstenção! – mas não creio que qualquer dos grandes e dos pequenos partidos tenha daí tirado alguma lição. E menos ainda António Costa, pois feitas as contas, sempre ganhou. E as vitórias, para mais estivais, com as suas odes à alegria, não são lá conselheiras de grandes reflexões. Os perdedores que reflitam, pois então (mas esses, por outro lado, estão mais ocupados nas suas lutas na lama). Vai pois começar a festa da governação, com corte à medida dos media, travestida de eficácia e produtividade, a venda de lançamentos de "programas" e "projectos" como se fossem já os resultados finais. É afinal a escola do governo, agora repetida localmente. E agora com mais força ainda, não fosse António Costa um político tão mediático. Por isso Lisboa, essa, vai ter de esperar por alguém mais à sua medida, e de não tão grandes projectos e futuro nacionais.

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