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sexta-feira, janeiro 06, 2006

O fabuloso destino dos amigos

k_independente O Independente noticiou a contratação, pelo Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça, com os usados critérios do amiguismo em que a máquina pública e todo o país são aliás proficientes, de mais um daqueles recursos humanos de top (salário próximo dos dois mil euros, contrato de três anos, nenhum concurso público, zero de experiência).
Talvez porque o descaramento não seja tanto, mas sobretudo porque já terá esgotado o seu plafond para os amigos, desta vez o Ministério da Justiça reagiu, e acaba de anunciar a demissão da funcionária Neidi Becker bem como a do responsável pela sua contratação (funcionário menor, como é da praxe).
Mas convirá talvez não dar já por encerrado o assunto, sem pelo menos 1 ou 2 reflexões. A primeira é para lembrar que este tipo de organismos autónomos foram criados exactamente com o argumento de que passariam a possuir a flexibilidade de gestão, de recrutamento (e outras flexibilidades) que outros organismos públicos não possuem; assim, podendo evitar a grande maçada burocrática que são os concursos e outros mecanismos para recrutamento de pessoal, esta autonomia serviria para contratar melhor e mais rápido. Cá está pois o resultado desta excelente ideia: assim sempre podemos contratar os amigalhaços mais rapidamente e pagar-lhes inclusive melhor.
A segunda reflexão serviria para questionar até onde termina a responsabilidade pela contratação da amiga! Quem conheça o que é a administração pública, o que é o país e o que são os portugueses, certamente não desconhecerá que outros cordéis, feitos de lealdade, cumplicidade, e subserviência prendem o responsável pela contratação a outros responsáveis ainda maiores do citado organismo. E isso paga-se com o silêncio. É aliás para isso que servem os amigos!

P.S. (ah, até tem piada!!!) - Acabo de chegar a casa e ver em rodapé que o Presidente do Instituto também se demitiu!!

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