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quinta-feira, janeiro 05, 2006

O "queixinhas"

Mário Soares queixa-se de falta de isenção da comunicação social, e da SIC em particular. A acusação tem tanto de ridícula como de surrealista. Sem recurso a grandes sistematizações e levantamentos, e portanto também com alguma carga de subjectividade, tem-me no entanto parecido exactamente o oposto. Isto é, Mário Soares é de todos os candidatos, aquele que melhor tem sido tratado pela comunicação social (inclusive pela SIC). E Manuel Alegre aquele que mais prejudicado tem sido. A própria reacção da comunicação social a essas mesmas acusações, é aliás disso o exemplo mais acabado. É espantosa a complacência, a condescendência, por parte da generalidade dos órgãos de comunicação! Inclusive a reacção da própria SIC, que no seu noticiário mais nobre, se limitou a ler um curtíssimo comunicado. Desta vez não houve sequer o habitual recurso ao texto no ecran, com destaque das suas expressões mais importantes, como é costume as televisões fazerem, sempre que alguém formula acusações com metade da gravidade destas. E não é preciso recuar muito no tempo. No curto consulado de Santana Lopes, os episódios RTP/Morais Sarmento e TVI/Rebelo de Sousa, foram interpretados por rádios, televisões e jornais como atentatórios da liberdade de imprensa e outros epítetos do género, e tiveram o tratamento que todos sabemos, com recurso a debates, mini-debates, convidados nos telejornais, colunas de opinião nos jornais, etc. etc. A Mário Soares tudo se desculpa, e não será certamente pela sua idade.

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