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terça-feira, junho 12, 2007

Silêncio absoluto

Não posso deixar de também fazer referência a mais um triste episódio, protagonizado por uma maioria absoluta, que vai absolutamente reinando.
Aconteceu assim: A Associação de Professores de Matemática (APM) aceitou em Setembro de 2006 integrar a Comissão de Acompanhamento (CA) dos Planos da Matemática.
No dia 11 de Maio de 2007, esta CA reuniu com os professores acompanhantes numa escola de Lisboa. A Sr.ª Ministra da Educação, que esteve presente em parte da reunião, e para a qual convidou a comunicação social, fez uma série de declarações, declarações estas que foram publicadas no dia seguinte em vários jornais.
No dia 15 de Maio, a APM, não concordando com o teor das mesmas, enviou para a comunicação social, (dando disso inclusivé conhecimento à DGIDC e ao gabinete da Sr.ª Ministra) este comunicado, em que discorda das afirmações proferidas pela Sr.ª Ministra.
Até aqui tudo bem. A Srª Ministra fez as declarações que entendeu fazer, e que estava no seu direito, e a APM, não concordando com as mesmas, demarcou-se, como é também de seu direito e salutar que o faça. Isto é assim, se não estamos todos enganados sobre o facto de vivermos em democracia, e para além disso tratarmos com gente crescida.
Mas parece que assim não é.
É que na sequência destes acontecimentos, o Director Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Dr. Luís Capucha, simplesmente convidou a APM a sair da CA, alegando que esta associação não podia criticar publicamente o programa do Ministério, uma vez que fazia parte dele.
Ficamos pois a saber que o governo não queria a presença da APM na Comissão de Acompanhamento para trabalhar e dar a sua opinião, mas apenas para florir na lapela da senhora ministra.
Tudo isto pareceria mentira se não se desse o caso de este tipo de episódios se vir a repetir com inusitada frequência.
E desta vez o ministério nem tem a desculpa da autonomia gestionária, que deu relativamente ao episódio da DREN.
Aliás, curioso é que este novo caso esclarece definitivamente o outro, relativamente ao papel do ME. Um e outro são faces da mesma moeda: a absoluta arrogância e estupidez.

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