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sexta-feira, agosto 11, 2006

Férias

Aí vêm as férias direitas a mim e eu a elas.
Como de costume, esta é uma boa altura para se iniciarem algumas leituras, que dada a quantidade optimista das mesmas, se hão-de prolongar, está-se mesmo a adivinhar, por Setembro e mesmo Outubro adiante.
Para além disso, as férias são também muitas outras coisas.
Debaixo do braço levo, como ficção, «Lenin Oil», de Pedro Rosa Mendes, «O Voo da Madrugada», de Sérgio Sant’anna, e «Os Emigrantes», de W.G. Sebald.
De poesia e sobre poesia, “apenas” o nº18 da excelente Revista Relâmpago, dedicado a Luiza Neto Jorge.
De ensaio levo «Mozart: Vida e Obra», de Jeremy Siepmann, um projecto da Naxos (sim, a mesma campeoníssima editora discográfica de Hong Kong), e ainda «Amor, Sexo e Tragédia - A Contemporaneidade do Classicismo », de Simon Godhill.
São muitas páginas para apenas quase 3 semanas de campo, praia, piscina, grelhados, de peixe mas também carne, saladas exóticas e outras campestres e simplórias, família, amigos, conversas, Sporting’s, e mais um sei lá de coisas boas.
Mas dia 4 de Setembro o insustentável retornará.
Até lá.

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YANG SHULIN "MOUNTAIN VILLAGE SERIES"

Melhores tardes com um novo link

O Hálito Azul da Tarde é isso mesmo, mas também parte poema de Rui Knopfli e agora finalmente assunto de blog.
Conheço razoavelmente bem a bloguer desse hálito, não fosse dar-se o caso de com ela até me deitar todos os dias, já lá vão uns anitos giros.
Descobrindo-me por isso como parte nada desinteressada do que se passe pelos lados daquelas tardes, sobra-me ainda a desvergonha de dizer que o Hálito Azul da Tarde inda agora começou, mas que é já coisa bem bonita e muito bem feita.
Principalmente de poesia e de pintura, de sobretudo uns falando com os outros, de pintura temática (agora "Aqui Nesta Praia"), poesia em diálogo, etc.
É mesmo aquele pedaço na net que apetece visitar no cantinho de uma tarde, que tenha ela o hálito que tiver, acabará sempre de inevitável azul.
E pronto.
Não sei se ganho alguma coisa com isto, mas que estou esperançado lá isso estou.
Eu não disse que não era parte desinteressada?

Retrato


Estas são as capas do nosso atraso e provincianismo, e também do nosso clubismo serôdio.
No dia seguinte à extraordinária proeza de Francis Obikwelu, de conquistar a medalha de ouro dos 200 metros depois de ter cometido idêntica proeza na prova de velocidade pura (100 metros), os jornais desportivos (eu disse, desportivos???) apresentam estas capas vergonhosas.
Sim, é verdade, A Bola dá o devido destaque à vitória do campeoníssimo.
Mas é mero acaso. Tivesse o Benfica jogado, e logo veriam o que quero dizer.
Como há muito tempo sabem aqueles que consomem este tipo de imprensa, os jornais desportivos de referência em Portugal são 3, simplesmente porque os grandes clubes também são 3.
O alinhamento é este: o Record é pró-Sporting, o O Jogo é pró-F.C.Porto e a A Bola é pró-Benfica.
Reparem nas opções das 1ªs páginas e digam-me se esta imprensa é de Portugal, ou da Gronelândia.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Explicação dos Incêndios # 2

Já depois de ter postado durante o dia (já aí por baixo) sobre a «JUSTIFICAÇÃO 2006» para os incêndios florestais, ouvi ontem à noite o ministro António Costa dizer que a maior parte dos incêndios resultam da negligência das pessoas. É oficial, portanto.

Garra Centenária

Já cá canta!! A Gamebox para a próxima temporada. Este ano de 100 anos de Sporting, o cartão chama-se Garra Centenária. E tem o Levezinho em remate acrobático. Do outro lado estão as balizas do SLB, FCP e de tantos tantos outros....
Com uma equipa destas, algo me diz que este ano este cartãozinho vai ser é uma Dreambox.

Milton Hatoum

Via Origem das Espécies e Mundo Pessoa, soube agora que o escritor brasileiro Milton Hatoum, natural de Manaus e de ascendência Libanesa, mais uma vez tinha vencido o Prémio Jabuti 2006 com o seu último romance Cinzas do Norte.
Naturalmente que quem já leu os outros dois romances do autor, Relato de Um Certo Oriente e Dois Irmãos, ambos igualmente editados em Portugal pela Cotovia, não precisava de mais um Jabuti para se atirar ao terceiro (os outros dois também arrecadaram o mesmo prémio) .
Só ainda não li nestas Cinzas, simplesmente porque o mês passado me atirei aos outros dois de enfiada, e preciso de deixar tempo para a coisa respirar. Lá para Setembro ou Outubro, venha o terceiro.
E acreditem, vale bem a pena.

quarta-feira, agosto 09, 2006

A explicação dos incêndios

Falemos pois de factores dos incêndios. Falar disso é falar de responsabilidades, e falar destas é falar de responsáveis.
Já se sabe que tudo conta: clima, tipo de floresta e vegetação, tipo de ocupação do espaço rural, incendiários, bombeiros (sua competência e seus meios), políticas governamentais, pessoas e atitudes, etc. etc.
Durante anos falou-se muito de incendiários e, em contextos de disputa política ou quando à comunicação social isso mais interessava, falou-se sobretudo na responsabilidade do governo A.
Lembram-se de há 2 anos, em 2004, no clímax incendiário, a comunicação social queimar literalmente o governo então em questão???
Lembram-se de no ano transacto, se noticiar todos os dias a prisão deste e daquele por essas serras abaixo, e a presença da judiciária em aldeias, casebres e montes perdidos ??
Pois bem, neste ano de 2006, não há (des)governo, não há incendiários, e a judiciária recolheu às cidades.
Agora o discurso justificador, o discurso da moda na comunicação social, é o da responsabilidade de todos os cidadãos, que com o seu portuguesíssimo desleixo e irresponsabilidade convidam o fogo a invadir-lhes os quintais e queimar-lhes as galinhas, e depois, perante as câmaras, ó da guarda acudam-me que isto está uma desgraça!
Mas é também evidente que alguém nos briefings dos bombeiros anda a passar esta mensagem. O esquema é simples: o governo "explicou" à Protecção Civil a que se devem os incêndios, esta explicou à direcção nacional dos bombeiros, estes fazem-no todos os dias perante as televisões e restante comunicação social, e daí até nós, os culpados da situação.
É evidente que pessoalmente eu não poderia estar mais de acordo com uma visão que integre a responsabilidade de todos os cidadãos. Já o tinha aliás dito em ano transacto, mais precisamente no dia 7 de Agosto de 2005, quando aqui, afirmava: «A tese da mão criminosa dá jeito a muita gente, governos, câmaras municipais, bombeiros e povo incluído, mesmo quando como é óbvio ela não explica grande parte dos fogos. É a tese universal da desculpabilização deste povo português, que é ignorante, desleixado e porco, com sistematização quotidiana!»
Finalmente, pois, a visão correcta!
Mas aquilo de que obviamente desconfio é da bondade da «JUSTIFICAÇÃO 2006».
Algo me diz que daqui a 1 ano, ou talvez mais, voltarão as antigas explicações.

As palavras são coisas

Falamos das coisas e elas acontecem
por isso ciciamos o que nos pede o corpo
não são as coisas só aquilo que dizemos
nossas pobres palavras não as dizem inteiras?
As palavras são coisas, extremas, luminosas,
quando tu dizes porta, há uma porta que se abre
quando tu dizes sexo, há um amor que se cumpre
não sabemos sequer o poder das palavras
nem o poder das coisas nem o poder dos rostos.
As coisas são palavras feridas pela morte
são agulhas finíssimas que trespassam a noite
os teus lábios dizem coisas os teus lábios cintilam
por eles fala o mundo, por eles se faz o oiro
pois o mundo acontece sempre que o pronuncias.

Bernardo Pinto de Almeida

segunda-feira, agosto 07, 2006

A batalha do nosso contentamento

Israel está a perder a batalha da informação.
Tendo em conta tratar-se esta da mãe de todas as batalhas, para que a ganhe é preciso que Israel passe a obedecer aos seguintes princípios da boa guerra:
1º) Que só bombardeie casas e prédios que estejam devidamente identificados como pertencentes ao Hezbollah: por exemplo, nele habitem pessoas fardadas com camufulados (a plaquinha de metal ao peito com o nome será porventura dispensável), ou nos seus terraços ainda estejam montadas e bem visíveis 1 ou 2 rampas de lança mísseis;
2º) Que só ataque carros e camionetas em trânsito, quando estes estejam devidamente identificados com a bandeirinha amarela no tejadilho, ou pelo menos a tragam ao vento numa das janelas;
3º) Que só dispare contra os barcos das aldeias piscatórias, se os mesmos forem apanhados em flagrante em outras fainas, como por exemplo a de materiais mais pesados.
Feito isto, estou plenamente convencido que Israel venceria a guerra da informação, e sossegaria definitivamente a nossa hora do jantar.
Já a outra guerra, a tal guerra suja com que nos desamparam as boas consciências, essa teria naturalmente outro vencedor.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Outras contas

Alvo de uma investigação devido a umas contitas bancárias na Suiça, Isaltino Morais, pária do PSD, foi por (quase) todos atacado.
Naturalmente, por razões que até a razão conhece, o PS –nacional, distrital e concelhio- foi dos que mais atacou o homem.
Pois bem, aqui está a matéria de que são feitos os nossos homens: Isaltino Morais vai atribuir pelouros aos dois vereadores do PS, que se juntarão assim aos quatro eleitos pela sua lista independente.
"O PS comunicou-me ter reflectido sobre o meu desafio e que estava disponível para aceitar pelouros" – falou e disse.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Maria João Pires

Já não percebo nada!
Maria João Pires, a grande pianista, para mim ainda do melhor que há, partiu para o Brasil e vá de choramingar que Portugal a trata mal. E que até terá chegado mesmo a vias de facto.
Ora cá temos prova provada que o nosso regime afinal é democrático: Portugal trata tão mal dos grandes como não cuida dos pequenos.
Fica por ora, para outras equações, o saber-se por outro lado, como é que os Portugueses tratarão Portugal.
Não creio no entanto que o assunto, de tão pertinente, interesse a quem quer que seja.
Por isso continuemos.
Feitas as contas, parece que, desde 2000, o famoso centro de Belgais já recebeu quase 2 milhões de euros do Estado (o tal Estado que tortura a Pianista).
Pois é, nestas coisas convém repetir de múltiplas formas, não vá algum distraído interpretar mal:
- dois milhões de euros!!
- € 2.000.000,00!!
Capisci??
É caso para muitos dizerem (eu pelo menos digo), venha a nós essa bendita tortura!
Se vem a saber-se disto lá por fora, ainda temos de aguentar novamente com 500.000 retornados/emigrantes vindos de França, Alemanha, Luxemburgo, Angola, Brasil, etc. (tu não, Lena!).
Mesmo tendo em conta que a Maria João Pires lá terá entretanto tomado alguma água das pedras (ou substituto brasileiro que o valha), tal foi o dito pelo não dito que entretanto fez, mesmo assim uma coisa sinceramente ainda me preocupa: quando eu um dia voltar a partir, quem é que então vai acreditar que também fui torturado???

terça-feira, agosto 01, 2006

Bilhete postal

Aos que fizeram da luta de classes um negócio
se deitaram das pontes mas com pára-quedas
se despediram do mundo e fundaram outra empresa,
fizeram da dor um carnaval
montaram takeaways de sentimentos
não poderemos senão desejar
os melhores votos de
uma feliz,
rápida,
morte.

Bernardo Pinto de Almeida