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domingo, outubro 30, 2005

Manifesto para as presidenciais

As coisas começam a aquecer no campo das presidenciais e por isso talvez seja o tempo para um manifesto do Insustentável. E como este blog não é comentador na rádio, na tv ou nos jornais, escusa fingir que é imparcial. Por isso este manifesto é curto e tem apenas esta linha:
…. não votarei em Alegre, em Cavaco, em Jerónimo, em Louçã, ou em Soares. Votarei em Branco.
(pela 2ª vez, já lá vão n eleições).
Mais claro do que isto não consigo!
Se os preteridos candidatos não me ajudarem durante os próximos meses, eu então explico esta posição do Insustentável!

Opera Figures
















Ma Ziheng

sábado, outubro 29, 2005

do Diário da República

Quando o discurso é o do rigor, da contenção orçamental e do fim dos privilégios corporativos, eis que o Ministro da Justiça (cuja acção já havia anteriormente elogiado), tira com uma mão a uns e dá com outra a outros. Este despacho foi publicado em plena paralisação do sector da justiça. Onde fica a credibilidade das políticas? E dos políticos?
Despacho n.o 22 237/2005 (2.a série)
Nos termos dos n.os 3e 4 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 262/88, de 23 de Julho, nomeioa licenciada Susana Isabel Costa Dutra para prestar ao meu Gabinete assessoria na manutenção dos conteúdos da página oficial do Ministérioda Justiça, com efeitos a partir de 10 de Outubro de 2005. A presente nomeação é válida pelo período de um ano, renovável tácita e automaticamente por iguais períodos, podendo ser revogada a todo o tempo, sendo atribuída à nomeada a remuneração mensal de € 3254, acrescida de subsídio de refeição. À nomeada é devida a remuneração acima identificada em dobro nos meses de Junho e Novembro.13 de Outubro de 2005.
O Ministro da Justiça, Alberto BernardesCosta.

sexta-feira, outubro 28, 2005

mais amigos...

O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, nomeou o filho Diogo Capucho para Director Municipal de Ordenamento, Planeamento e Ambiente (DOPA). A assessoria do autarca garante que a nomeação é legítima, já que o cargo é de «confiança política» e «não requer concurso».
E não são elas todas legítimas??

Amigos...

É uma pedrada no charco! O costume nestas coisas é tudo ficar por palavras de circunstância. Desta vez não! É demitido o Conselho de Administração da Rede Ferroviária Nacional (REFER), incluindo o seu presidente, José Braancamp Sobral, e um administrador da CP. E com estrondo! A decisão de exoneração destes administradores deve-se aos pecados seguintes:
«comportamentos absolutamente inaceitáveis...»;
«manifesta inobservância da lei e violação grave e reiterada dos deveres dos gestores públicos»;
«aproveitando os poderes de que dispunham, concertaram-se com gestores de outras empresas públicas» para «resolverem mutuamente os seus futuros profissionais»;
Estes gestores procuraram «assegurar uns outros contratos de trabalho» com efeitos a partir do momento em que «cessassem as funções que desempenhavam» nas administrações da REFER e da CP.
Tudo aqui.

O que o governo escusava é de fazer o papel de virgem ofendida. É que estratagemas desta índole são o pão nosso de cada dia no comércio vil de tachos e penachos. E têm-no feito com sapiência gestores de todos os quadrantes.

O Pequeno Blogue do Grande Terramoto

Via Origem das Espécies, cheguei a este O Pequeno Blogue do Grande Terramoto, de proveito para quem quer lembrar e saber sobre o terramoto de 1755.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Fundo de Pensões

terça-feira, outubro 25, 2005

Ranking

Foi mais uma vez publicado o já célebre ranking das escolas. Para muitos esse ranking não serve! Porque é limitado, porque é reaccionário, porque é discriminatório, por mais isto e menos aquilo. A questão é que desde que o dito ranking começou a ser publicado, têm sobejado as críticas, mas continua a faltar a vontade de publicar o outro ranking. O BOM ranking! O Ministério da Educação é a entidade que necessariamente tem de ter os dados, os números e o know-how para o fazer. Se não o fez até hoje, das duas uma: ou é incompetente ou detesta rankings mas tem vergonha de o dizer.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Checking a Bank


















Yin Kun

sexta-feira, outubro 21, 2005

+ populismo

É este o Sporting d.R. (depois de Roquette) e de que gosto particularmente. Uma crise deste calibre noutros tempos (ou em outro clube) e tínhamos para lavar e durar. Assim ganha-se algum tempo e resolve-se o curto prazo com o pragmatismo necessário.
É que já por aí me(r)d(r)am os suspeitos do costume. Agora que está o estádio feito, a academia construída, uma cultura profissional instalada e a disciplina financeira erigida como objectivo prioritário, aparecem os salvadores da pátria. Há dois dias atrás, um dos caciques do estádio, suposto líder de suposta qualquer coisa, muito orgulhoso da sua importância sufragada em espaço noticioso (não me recordo do canal, mas que importância tem isso?), lá adiantou a sua escolha para futuro presidente do Sporting: Luís Duque. Hoje mesmo no Record Luís Duque afirma que quer eleições já. Pois claro, essa até tem graça!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Portugal dos Pequeninos

Parece que o governo decidiu inventar mais uma disciplina («Educação Cívica») para o nosso ensino. É mesmo disto que as nossas criancinhas precisam. Mais uma disciplina, mais uma ocupação, mais desgaste, menos tempo para estudarem bem o que de facto é importante. Lá vão as criancinhas levar nas ventas com o b-a-ba do politicamente correcto. Mas será que essa malta do ME não tem que fazer? Que tal trabalharem, agora que o Inverno está a chegar? Aqui vai uma receitazinha mais simples que pão com manteiga: melhores instalações; mais formação para os professores; melhor matemática, português, inglês, ciências, história, educação física e música (ou outra vertente das artes); mais disciplina. E pronto! Não façam mais nada e vão ver a revolução que é!

quarta-feira, outubro 19, 2005

Parabéns Naxos


Há alguns anos atrás comecei a adquirir em Hong Kong os primeiros discos de uma editora originária daquela cidade. Fi-lo no primeiro momento por simples curiosidade e também porque o preço era de molde a correr qualquer risco. Mal imaginava então estarmos no limiar de uma revolução no domínio do mercado da gravação de música clássica. Reparo agora que, no passado dia 29 de Setembro, a Naxos foi mais uma vez reconhecida, ao ser galardoada com o LABEL OF THE YEAR AWARD instituído pela Classic FM/Gramophone.

terça-feira, outubro 18, 2005

Peseiro

Peseiro partiu. Sou também um treinador de bancada mas lenços, para mim, só se forem verdes. E esta parece ser de facto a cor com que Peseiro chegou ao Sporting: bom treinador mas ainda demasiado verde. Em aprendizagem (e também em avaliação) contínua. No início da época transacta lembro-me de o ouvir dizer que não se importava de sofrer 3 golos num jogo desde que marcasse 4. E a equipa do Sporting foi toda a época o retrato exacto deste axioma: futebol de ataque, por vezes deslumbrante, mas permanentemente a sofrer os tais golos. No rescaldo da época Peseiro já tinha aprendido que aquele futebol era bom apenas para os anos 70 e 80. Infelizmente o futebol actual prima pela frieza, pela marcação, pela anulação da equipa adversária, pela defesa e vitória por meio-a-zero. E jogos feios. Grécia, Liverpool, Benfica são exemplos de 2004/05. Peseiro aprendeu que mesmo a melhor equipa do mundo, de score abundante, se começa a sofrer demasiados golos deixa aos poucos de acreditar em si. Desequilibra-se, pois não consegue correr permanentemente atrás do prejuízo. No início desta época Peseiro mudou o discurso e passou a falar de «processos ofensivos» versus «processos defensivos». Sinal de que tinha percebido o seu erro. A equipa até arrancou bem (3 J, 3 V). Mas outra sombra pairava. Em outra entrevista, desta vez no início da corrente época, mais outra inocência: Peseiro, a propósito dos casos de indisciplina da temporada passada, afirmava que não acredita na disciplina imposta de fora, mas sim na auto-disciplina dos jogadores. Foi o que se viu: o Levezinho torna-se um verdadeiro 31 e o capitão de equipa esmurra um colega num treino. No jogo seguinte este continua com a braçadeira. Foi o último jogo de Peseiro. E outra lição: não adianta ser tão bom treinador a montar sistemas ofensivos, se depois se cometem erros capitais.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Morais Sarmento

É elementar: a praxis precisa de enquadramento teórico para frutificar. Morais Sarmento, no Diário Económico, e perspectivando a presidência de Cavaco, deu hoje à luz este belo naco (entre outros): «o Presidente deixa de estar às quintas-feiras a receber o primeiro-ministro para comentar a situação do país e passa a estar às quintas-feiras a receber o PM para julgar em que medida o Governo está ou não a cumprir as directrizes. Enquanto estes pontos forem respeitados na livre decisão do Governo, tudo bem. Quando qualquer destes pontos for tocado, o Governo terminou nesse dia. Com ou sem maioria.»
Muitas vozes se vão levantar por esse país fora. Mas não serão porventura as mesmas que se levantaram quando Sampaio dissolveu o parlamento.

Ainda o inglês

Não sendo especialista da área (nem professor sequer), a minha opinião está naturalmente balizada e condicionada à minha experiência pessoal (como aluno do ensino regular e posteriormente do American Language Institute), à experiência de antigos colegas e amigos, e ainda como pai de 2 crianças matriculadas no 1º ciclo. Desconheço por isso em absoluto qual seja o nível de preparação científica e técnica dos professores dos institutos de línguas. Mas reconheço que me estava a referir, sem o ter convenientemente explicitado, aos bons institutos, e que nesses os resultados não são comparáveis aos obtidos no ensino regular.
Daí que tenha preferido situar o debate mais no terreno dos objectivos e avaliação dos resultados. Pouco me importa (!?) se os professores são ingleses, americanos, portugueses ou marcianos. Ou se o seu certificado é de universidade portuguesa ou inglesa. O que quero é que tenham resultados! E que não seja desperdiçado pelo Estado e outros agentes (escola, professores, pais, alunos, etc.) a «benesse» de ter alunos «disponíveis» durante 9 anos ou mais, para a aprendizagem do inglês. 9 anos não é pouco tempo, para mais iniciado em tão tenra idade.
Isto porque considero a aprendizagem desta língua de importância crucial em contexto globalizado. Fosse isso de alguma serventia e até pugnava pelo bilinguismo em Portugal. Mas tal será porventura um produto da minha (de)formação de 7 anos de vivência em contexto asiático. É que a Europa vista dali parece coisa bem mais pequena, o futuro global mais transparente e a prospectiva exercício mais fácil.
O blog Ingleses Constipados, refere que com as regras actuais, muitos «professores» mal preparados (apenas com um Certificate of Proficiency in English) poderão passar a formar os alunos do 1º ciclo (ver aqui, aqui e via Abrupto ainda aqui). Bom, mas obviamente aí junto a minha palavra à de Marco Neves, autor do referido blog: isso também não quero! Tal como também não quero que professores «impreparados» de proveniências mais pátrias, possam fazer das nossas crianças cobaias da sua incompetência. Helena Rodrigues, no Abrupto, numa explanação rara de rigor, objectividade e sem condescendência à simplicidade, chama igualmente a atenção para as condicionantes do ensino regular versus ensino nos institutos, entre outras temáticas bem pertinentes.
Haverá por isso que recusar soluções puramente formais e regulamentares, do tipo saltos-para-a-fotografia, em que tudo se inicia e termina num decreto-lei, e que já agora não esqueçamos que de todos os interesses em causa, o dos alunos não é o menor.

a equação do blog

sábado, outubro 15, 2005

Longa Marcha


Prossegue a 2ª corrida ao espaço com o lançamento da missão espacial tripulada chinesa, Shenzhou VI, a bordo o foguetão Longa Marcha 2. A 15 de Outubro de 2003, a China tornara-se já o terceiro país a empreender missões espaciais tripuladas, 42 anos depois da URSS e dos Estados Unidos. A «ameaça» chinesa será para ser levada a sério. A China tem já planeado o envio em 2017 de um veículo de exploração à Lua. Quem conhece um pouco da Ásia e dos chineses, saberá que aquela data será mesmo para cumprir ou inclusive ser antecipada.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Inglês

Voltamos à discussão sobre o inglês, desta vez a propósito do alargamento do perfil de habilitações dos professores que podem dar aulas de inglês nas escolas do 1.º Ciclo.
De acordo com as novas regras, as aulas de inglês podem ser dadas, por exemplo, por professores com cursos certificados da Universidade de Cambridge, Trinity College ou Norwich Institute of Language Education e direccionados para jovens alunos.
Contra as alterações previstas neste novo despacho está a Associação Sindical dos Professores Licenciados (ASPL) que, em comunicado, considera escandaloso que estas aulas possam ser dadas por professores de escolas privadas quando há docentes do sector público no desemprego.
anteriormente me referi a este assunto. É tempo de actualizá-lo: se todos entendemos que os professores de inglês, no desemprego, queiram beneficiar da nova demanda originada pelo 1º ciclo, precede essa preocupação aquela outra sobre os resultados da aprendizagem do inglês.
Perguntemos àqueles que hoje em idade adulta lêem e falam fluentemente a língua inglesa onde adquiriram tal capacidade, e compreenderemos que a sua competência foi conseguida à custa da frequência dos Institutos de Línguas. 6 ou 7 anos de frequência do ensino regular, não conseguiram nos últimos 30 anos, pôr ninguém a falar fluentemente inglês e a lê-lo para além do nível básico dos livros técnicos.
Será por isso preciso libertar a discussão de grilhetas sindicais ou de classe, para situá-la no terreno da competência, da fixação de objectivos e avaliação dos resultados.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Scolari

Felizmente à nossa selecção de futebol não faltarão nunca seleccionadores que garantirão exibições excelsas e resultados ainda melhores.
Por tudo o que tenho lido e ouvido na comunicação social (a generalista, a especializada e ainda os opinion makers universalistas), sempre que a selecção nacional erra (isto é, apenas ganha!!) a culpa é do Scolari. Quando a selecção faz tudo bem, é porque ouviu as críticas dos opinadores-seleccionadores.
Por mim, e dada a exuberância da oferta, desde já prescindo e dou procuração total ao Sr. Scolari. O homem tem ideias fixas, sabe o que quer, é teimoso e exerce o seu poder e autoridade, tudo coisas que em José Mourinho são motivo para hossanas (mas pronto, quem é bonito é ele, e ainda por cima tem o sobretudo!). Só por isso já gosto do Scolari. Mas vai daí o ‘cara’ ainda tem resultados, essa coisinha feita de pormenor sem importância ! Que desplante!

mais links

da blogosfera: Estado Civil, Anjos e Demónios e Sem Wonderbra.
de outras esferas: Releituras.

a ouvir e ler: Schubert, D 960


1.
há uma melodia que habita rente às palavras e
sai do que as prende à morte. a terra é coruscante e melancólica
como a juventude doente. saber tudo isto em surdina,
numa espiral de saudades a que se deu ouvidos.

ah, coração ingénuo, coração aluado
nos bosques do entardecer, na terra de ninguém.
flutuas na agonia, ficaste um cão de rumos tristes,
um focinho de sangue aveludado no caderno

diário das paixões, quando a música exprime tão densos
remorsos vagabundos de viver assim
e tudo pode ser singelo, furtivo e lancinante
como uma oliveira a arder por dentro do seu silêncio.

2.
olha a sombra dos álamos: perpassa
nas águas do espelho desolado, quando o vento
se enrola assim na roda de fiar.
escuta lá fora o realejo das misérias do inverno.

quem passou por aqui? quem veio de tão longe?
quem cala a cotovia nas lavras da manhã?
que lampejo entrelaça o lilás e o luto?
em que fala amorosa nos dilaceramos?

a musa ensimesmada debruça-se, pousando
a sua mão inquieta no torpor das pálpebras.
a noite cai. o nó de corpo e alma desatou-se
e há nomes que se apagam na casca de uma árvore.

Vasco Graça Moura, «Laocoonte, rimas várias, andamentos graves», Quetzal Editores

quarta-feira, outubro 12, 2005

O Efeito da Música

Do blog Milton Ribeiro:
«Talvez você já tenha ouvido falar do Efeito Mozart (o Efeito Mozart é um termo que abrange o poder transformativo da música na saúde, educação, bem-estar, etc. ) MAS... Você já ouviu falar do...
EFEITO PAGANINI: a criança fala muito rápido e em termos extravagantes, mas nunca diz nada importante.
EFEITO BRUCKNER: a criança fala bem devagar e se repete com freqüência. Adquire reputação de profundidade.
EFEITO WAGNER: a criança se torna megalomaníaca. Há a chance de que se case com sua filha (ou irmã).
EFEITO MAHLER: A criança grita sem parar – a plenos pulmões e por várias horas -, dizendo que vai morrer.
EFEITO SCHOENBERG: A criança nunca repete uma palavra antes de usar todas as outras palavras de seu vocabulário. Às vezes fala de trás para diante. Com o tempo, as pessoas param de lhe prestar atenção. A criança passa a reclamar da burrice dos outros, que são incapazes de entendê-la.
EFEITO BOULEZ: A criança balbucia bobagens o tempo todo. Depois de um tempo, as pessoas param de achar bonitinho. A criança não está nem aí, porque seus colegas acham que ela é o máximo.
EFEITO IVES: A criança desenvolve uma habilidade fenomenal para manter várias conversas diferentes ao mesmo tempo.
EFEITO PHILLIP GLASS: A criança costuma dizer tudo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo.
EFEITO STRAVINSKY: a criança tem uma pronunciada tendência a explosões de temperamento selvagem, estridente e blasfemo, que freqüentemente causam pandemônio na escolinha.
EFEITO BRAHMS: a criança fala com maravilhosa gramática e vocabulário desde que suas frases contenham múltiplos de 3 palavras (3, 6, 9, etc.). No entanto, suas frases de 4 ou 8 palavras são bobas e pouco inspiradas.
E, claro, o EFEITO JOHN CAGE: a criança não fala nada por 4 minutos e 33 segundos. É a criança preferida por 9 entre 10 professores.»

terça-feira, outubro 11, 2005

O nosso «bandido»!

Como se depreenderá do que por aqui vou escrevinhando, penso que a eleição dos «candidatos-bandido» é pura manifestação da vontade popular, produto daquilo que de facto é o povo português, na sua matriz mais profunda e autêntica. Goste-se ou não! Razões antropológicas e sociológicas ajudarão em muito a perceber que este fenómeno apenas aparentemente seja conjuntural, se contarmos esses candidatos somente com os 5 dedos de uma mão. Costuma dizer-se, e com propriedade, que cada povo tem exactamente aquilo que merece. Sem qualquer intuito provocatório (ok, faz de conta…) direi que nós mesmo assim temos muito mais do que merecemos. Fossem os «candidatos-bandido» em nº de 50 ou de 300, e todos venceriam as suas respectivas eleições, e sempre com votações superiores às obtidas até aí.
É que a questão não é se ele é «bandido» ou não, mas sim se ele é o nosso!

curto e grosso

segunda-feira, outubro 10, 2005

O povo vai nu!

O mais importante destas eleições autárquicas não é a história dos vitoriosos Carmona Rodrigues, Rui Rio, Fernando Seabra ou a dos derrotados Carrilho, Francisco Assis e João Soares. Nem a expressão esmagadora dos resultados na mesma proporção da estranha inclinação das sondagens.
Não! Para mim, o facto mais importante destas eleições autárquicas foi o povo. Ele mesmo!
Um povo que escolhe um bando de Fátimas & Valentins, é um povo para quem Portugal se resume à expressão saloia do seu futebol e do seu folclore. Foi a vitória das quintarolas, com nome de município, onde em seu lugar devia existir Portugal. Transforma-se assim o município na expressão política do umbigo de cada um.
Foi por isso, e apenas por isso, que o outro não venceu em Amarante. Pudesse ele ter-se candidatado pela sua quinta em Marco de Canavezes, e mais outro galo cantaria!
Este é pois um povo de rectidão curva e laxismo moral.
É preciso pois dizer que o povo vai nu!
Infelizmente os políticos, incluindo os autárquicos, colaboram nesta farsa ao não chamarem pedagogicamente a responsabilidade ao povo. Preferem antes, à guarda do politicamente correcto, serem todos metidos no mesmo saco.
Depois não se queixem quando são nivelados pela bitola baixa.

Contra-Informação

O grande derrotado da noite das eleições autárquicas foi o programa Contra-Informação.
O hilariante folhetim do Major Valentim com os seus microfones, a anteceder a sua intervenção, arruma com qualquer dos melhores sketchs do Major Valentão. Ganhei a noite!

domingo, outubro 09, 2005

Mel e Nozes

Em terreno de cinzentos puros, como é o dos blogs institucionais das diferentes candidaturas autárquicas, dei de caras com um blog diferente. Chama-se Mel e Nozes e tem servido para promover a candidatura de Marc Ryan à Câmara Municipal de Penela. Marc Ryan, um veterinário belga de 56 anos, é segundo parece o primeiro cidadão estrangeiro a candidatar-se à presidência de uma autarquia em Portugal. Desconheço em rigor o valor dessa mesma candidatura (pelo CDS-PP), mas é pelo menos de enaltecer a frescura do blog.

Let's Jump















Zhao Shou

(pausa)

9 dias, 9, sem qualquer post. Estava a contar que a nova Biblioteca Municipal de Penela já estivesse inaugurada, aberta e com Internet disponível. Enganei-me! Cá estou de volta à cidade.