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sexta-feira, julho 28, 2006

Contos Inéditos

A revista VISÃO começou hoje a distribuir (junto com a revista) a colecção Contos Inéditos, com a publicação de quatro títulos inéditos. Os autores:
Vasco Graça Moura, Jacinto Lucas Pires, Francisco José Viegas e José Luís Peixoto.
Com um custo de verão -€3,70- tenho entre mãos o primeiro dos quatro, «Duas Mulheres em Novembro», de Vasco Graça Moura.
Surpreendente, para além do preço, a qualidade da edição: capa, design, mancha gráfica e 85 páginas de bom papel.
Só não lê quem não quer.

Manifesto

Um blog também serve para isto.
Não se estranhe pois o silêncio que por aqui tem havido a propósito do actual conflito no Médio Oriente. Para mim próprio é um daqueles tais silêncios chamados ensurdecedores.
Mas tem sido a única maneira - até hoje - de se expressar a minha militância pela paz.
Mas se há coisa que me custa assistir, é à magnanimidade por detrás de vazios e falsos pacifismos, bem como à superioridade das visões equidistantes.
Contra a guerra somos todos e ponto final.
Mas... e depois disso??
Depois disso sou 100% - porque a matemática não deixa ser mais – pró-Israel.
Esta é desde já a minha manifestação de interesse.
Não sou neutro, porque a isso não me levou a minha – tentativa de – imparcialidade.
Pelo contrário, essa busca de imparcialidade (obviamente nunca plena), de sinceridade de julgamento, e também de bondade para com a espécie, leva-me a entender na sua totalidade a reacção de Israel.
Escuso de explicar porquê, porque já muitos outros, bloggers muito frequentados, o têm feito melhor do que eu poderia.
Shalom.

quarta-feira, julho 26, 2006

Ruy Duarte de Carvalho

Ruy Duarte de Carvalho, autor maior da língua lusa, vai receber o galardão L'Olio della Poesia, atribuído pela Comune di Carpignano Salentino e a Provincia di Lecce, em Itália. O prémio são 100 litros de azeite virgem produzido na região, entre outras amenidades menos culinárias (uma estada em Otranto, e a publicação de uma brochura com poemas do autor em italiano).
Um prémio original para uma obra ímpar, também marcada pela formação antropológica do autor de Vou lá visitar pastores, Os Papéis do Inglês, Como se o mundo não tivesse Leste, As Paisagens Propícias, entre outros, e ainda vasta obra poética recolhida recentemente em Lavra, também pela Cotovia (editora do autor).

terça-feira, julho 25, 2006

Uma questão de números

Sobre a história dos cerca de 10.000 funcionários que inflacionaram a administração pública durante o 1º semestre de 2006, o governo lá estrebuchou, como é aliás da praxe nestes rituais de quem governa e de quem é oposição.
Sobre esta última – a oposição - mais uma vez fica à vista de todos a sua enorme preguiça: não é capaz de fazer o seu trabalho de casa e limita-se a aproveitar aquilo que a comunicação social vai "descobrindo". Fazem oposição ao olhómetro, que corresponde aliás ao modo como já governaram ou governarão mais tarde.
Já em relação ao governo não estamos longe do mesmo: tentou disfarçar números tão claros vindos da "sua" Direcção Geral do Orçamento, dizendo que dos 22.420, nem todos correspondiam exactamente a entradas, e que dos 12.254, nem todos correspondem exactamente a saídas.
Mas alguém ouviu o governo dar então os "verdadeiros" números das entradas e saídas durante o 1º semestre de 2006??
Ok, não são mais 10.000. Mas são quantos? Mais 8.000, 6.000? Ou pelo contrário, menos 5.000?
Nada! À falta do essencial e à laia de compensação, o governo preferiu arriscar um nº total de funcionários públicos, um dado que para a discussão em apreço de nada servia: 580.291!
Quem por aqui anda há já alguns anos, sabe perfeitamente que nem este nem qualquer governo antes deste, sabe com exactidão quantos funcionários públicos tem a nossa "máquina".
Veja-se aliás a dificuldade com que são paridos estes números: a última "contagem" tinha sido feita há 7 anos atrás, em 1999.
Esta facilidade com que se produzem os indicadores de gestão mais básicos, dá sempre a ideia de como se fazem estas contagens: à unha!
Qualquer número que se avance é por isso feito, estrategicamente, sempre de um modo muito cru. Assim, se alguém vier dizer que não são 580.291 mas 595.322, pode-se sempre argumentar que naquele nº não estavam contabilizados os "contratados a prazo", alguns institutos públicos de contornos jurídicos mais dados à discussão ou os funcionários com o cabelo azul.
Ou vice-versa.
Dá sempre para tudo.
Mas nisto como em muitas coisas, também dá um certo jeito que a memória não seja demasiado curta: já vi isto suceder com outros governos, e desconfio sempre das exactidões estatísticas da nossa governação.
Já sei o que é que esta casa, onde trabalho, gasta.

segunda-feira, julho 24, 2006

Ozono

Que ninguém diga que não anda avisado: no site da Agência Europeia do Ambiente foi criada uma área dedicada à poluição por ozono, com um mapa pesquisável para toda a Europa e respectiva apresentação dos vários níveis de poluição. Os registos do site são recolhidos a partir de mais de 500 estações de monitorização da qualidade do ar, actualizadas de hora a hora.
Fonte: tek.sapo

quinta-feira, julho 20, 2006

O milagre da multiplicação

Ou há coisas que não se percebem, ou então sou eu que, socraticamente, já nada sei.
Como se sabe (ou não sabe...), é bandeira deste governo a reestruturação da administração pública, pintada com apenas uma cor: os funcionários públicos são maus e são demais. Ponto Final.
Pois bem, já em pleno consulado deste socratismo, e durante os primeiros 6 meses de 2006, a função pública engordou mais 10.000 funcionários (contas do saldo: entraram 22.420 pessoas, mas apenas se reformaram 12.254)!
Escrevo novamente para acreditar: 10.000!
Os dados não são dos sindicatos ou da oposição, mas sim da Direcção-Geral do Orçamento, no seu último boletim.
Dá-se disso conta o Diário Económico.

quinta-feira, julho 13, 2006

Preguiça

Pelos próximos 5 dias estarei mais para estes lados e por isso não virei aqui.
Inté.

quarta-feira, julho 12, 2006

Estatísticas do Mundial

Portugal não ganhou o Mundial porque:
Free polls from Pollhost.com

"A menina apareceu grávida de um gavião"

A menina apareceu grávida de um gavião.
Veio falou para a mãe: O gavião me desmoçou.
A mãe disse: Você vai parir uma árvore para
a gente comer goiaba nela.
E comeram goiaba.
Naquele tempo de dantes não havia limites
para ser.
Se a gente falasse a partir de um córrego
a gente pegava murmúrios.
Não havia comportamento de estar.
Urubus conversavam auroras.
Pessoas viraram árvore.
pedras viraram rouxinóis.
Depois veio a ordem das coisas e as pedras
têm que rolar seu destino de pedra para o resto
dos tempos.
Só as palavras não foram castigadas com
a ordem natural das coisas.
As palavras continuam com seus deslimites.

Manoel de Barros

Ah, Leoas!!

Este blog existe "porque há miúdas giras que percebem de futebol. E não só."
É o Clube das Leoas. Só para entendidas. Obviamente.

sexta-feira, julho 07, 2006

Escolas recrutam (2)

Dizer que a possibilidade de cada escola (ainda que em circunstâncias por ora restritivas) poder passar a recrutar os seus próprios professores visa dotar essas mesmas escolas de "novas condições de flexibilidade e autonomia no recrutamento de pessoal", é de nos atirarmos para o chão e rebolarmo-nos a rir.
Isto para os que não têm lá os filhos, porque aos outros pais resta-lhes apenas chorar.
É que tem sido exactamente com esta conversa que, por exemplo, nos serviços públicos centrais, volta e meia são criados Institutos públicos, dotados de maior autonomia ao nível financeiro e de recrutamento de pessoal. Quer dizer, também aqui a ideia original (traduza-se, oficial) era poder recrutar com maior rapidez (de facto os concursos de recrutamento são morosos) e nesses casos, inclusive, pagar a esses ungidos salários muito acima dos regulamentados para os restantes funcionários públicos, sob o pretexto de assim se poder recrutar os mais capazes no sector privado.
E o que é que sucedeu e sucede todos os dias ??
Recrutam-se, por exemplo, craques em matéria de "gestão de stocks" num restaurantezeco qualquer, ou "especialistas em sites electrónicos" sem experiência que justifique o ordenado recebido, como sucedeu ainda há pouco tempo no Ministério da Justiça, e sucede todos os dias em todos os ministérios.
Também do lado do mercado, isto é, das famílias, não existe qualquer mecanismo que permita, por exemplo, aos cidadãos (pais) premiar as boas escolas públicas com mais matrículas e as más com a ausência das mesmas, bem como mecanismos sancionatórios para os conselhos directivos que vissem, por motivo de falta de qualidade, a sua escola ser preterida.
Temos pois que neste caso do recrutamento de professores pelas próprias escolas, mais uma vez imperou o nosso modo de governar a república: muita legislação, muito ordenamento, mas nenhuma análise sistémica e prospectiva.
E o pior, é que a avaliação que se vier eventualmente a fazer no futuro sobre esta nova legislação, vai dar esta medida como altamente vantajosa e aprofundá-la ainda mais.
Vão medir e comparar os tempos de recrutamento e colocação, e obviamente concluir pela maior celeridade do novo sistema. Nunca se investigará que critérios presidiram às escolhas, e às cumplicidades pré-existentes sopradas ao ouvido, entre fulano do conselho de direcção e beltrano recém recrutado, tapar-se-ão os ouvidos.
Justificar-se-á quando muito que nada se pode fazer (não há provas e reclamação formal), ou até que o tal beltrano não pode ser prejudicado só porque é compadre do fulano.
Não haja dúvida que, a partir de agora, os amigos chegarão mais depressa à escola!

quinta-feira, julho 06, 2006

Feira Mundial de e-books


Começou o World eBook Fair. É tudo grátis e electrónico (inclusivé PDF). Até ao dia 4 de Agosto decorre a Feira Mundial de e-books. É só escolher e iniciar o download dos livros desejados. Se não puder ler agora, guarda no seu disco rígido e lê mais tarde.
Começou ontem e prolonga-se até dia 4 de Agosto. Qualquer um pode ir buscar livros para guardar e ler durante a vida inteira. Tem ainda acesso às publicações do World eBook Fair.
É o modo como o Projecto Gutenberg - já aqui havia falado sobre o dito - encontrou de comemorar o seu 35º aniversário. São mais de 300 mil livros disponíveis em cerca de 100 línguas!
Encha-se de alguma paciência ou programe os seus downloads para a madrugada, pois o acesso por vezes está difícil, tal é a procura.

Fonte: tek sapo

quarta-feira, julho 05, 2006

Explicações do futebol

É uma loucura, eu sei. E é um excesso também. E são posts a mais sobre o mesmo: futebol futebol futebol…
Mas quem é que não gosta do seu excessozito de quando em vez ? Ouem não peca, que se levante e atire a primeira bola! Só se for o Pacheco Pereira!
Mas caramba. Um homem anda preocupado 24 sobre 24 com o país, os políticos, o emprego, o futuro, o passado, o microondas avariado, sei lá!
Preocupa-se até à náusea, lê os jornais todos e mais alguns, outras tantas revistas, a BBC e a CBS na Cabo, navega entre os blogues e por aí fora. Não sente que isso transforme alguma coisa, mas persiste. Insiste. Cidadania e consciência oblige.
E finalmente quando chega 1 mês inteirinho de bola e ainda por cima o Mundial, ainda tem de se preocupar por o futebol desviar a atenção do país para os seus reais problemas?? Tenham dó.
Até já estou com pena de o Mundial não durar um mesito mais .
É que olho de esguelha e por cima do ombro, e sinceramente, estou com muita pouca vontade de regressar ao país real!

Fiama

Uma das reuniões do ano: Obra Breve, de Fiama Hasse Pais Brandão, publicado pela Assírio & Alvim.

Miguel Sousa Tavares vence o Mundial!

Alguém tem de dar uma ajudinha a Miguel de Sousa Tavares, ou um dia destes dá-lhe alguma em pleno Jornal da Noite, na TVI.
Por exemplo, fazer uma pausa e respirar fundo, sempre que fala de Victor Baía ou do Quaresma, talvez ajudasse.
O homem em matéria de futebol transforma-se e torna-se naquilo que apenas é: um indefectível e provinciano portista. (Detalho, porque penso obviamente que muitos portistas sabem que há mais vida para além do F.C.Porto: a selecção nacional, por exemplo.)
À conta disso, e desde que Scolari não convocou o venerado Victor Baía e piorou a coisa ao não ter chamado Quaresma, MST pura e simplesmente nem consegue pronunciar o nome Scolari.
É patético mas até tem a sua graça ver o modo como o futebol mexe com tantos de nós.
Mas tem ainda mais graça, sobretudo por a Campanha MST Anti-Scolari, desde há uns anitos a esta parte, estar sempre a dar para o torto.
É assim que antes de se iniciar o Euro 2004 previa MST o pior. Quando se viu que afinal a selecção ia por aí fora, pouco tardou a explicação: Scolari ganhou porque mudou e montou a equipa conforme o que MST e outros tantos especialistas diziam.
Bem aja tanta sapiência!
Mas chega-se à final do Euro 2004 e acontece aquilo que todos sabem.
MST, na linha do Papa do Norte, logo proclama que não ter vencido a Grécia, uma selecçãozinha qualquer, era prova da incompetência de Scolari. É claro que o facto de grandes selecções nesse Europeu terem ficado pelo caminho e algumas terem também caído aos pés dessa mesma Grécia, não faz mossa em tão arguta conclusão. Adiante!
Dois anos passados iniciamos pois este Mundial já com um MST fresco, recuperado e entusiasmadíssimo com as suas críticas de cátedra a Scolari. Desta vez o pretexto era Scolari ter cometido o capital pecado de não ter convocado Quaresma (outro jogador do FCP, é claro).
Azar novamente: o dito jogador faz o Europeu de sub-21 em Portugal e sintetiza com as suas deprimentes exibições aquilo que Scolari nem precisou de se dar ao trabalho de explicar.
Mas MST não esmorece. À boleia de concluir que a culpa da performance dos sub-21 foi de Scolari, a crítica é sobre a escolha do local de estágio para a selecção dos crescidinhos, é sobre isto, e mais aquilo...
MST está aceso e em grande forma e sabe que com quase com toda a certeza, Portugal, cumprindo aliás a sua tradição de 40 anos, virá do Mundial 2006 mais cedo do que julga valer.
Mas sucede (está a suceder) mais uma vez o impensável para MST: a selecção classifica-se em 1º lugar no seu grupo, e mercê do acaso de sorteios, e ao contrário de outras selecções que também passaram a fase de grupos, calham-lhe só grandes potências do futebol: Holanda, Inglaterra, e ainda hoje (às 20:00h) a França, e depois a Alemanha ou Itália (para o 3º ou para o 1º lugar).
E Portugal passa. Passa a Holanda com um árbitro que sobretudo prejudica a nossa selecção, não só naquele jogo como para o jogo seguinte contra a Inglaterra, ao dar cartão vermelho a 2 dos jogadores mais importantes.
Mas ainda assim, contra a Holanda e jogando a maior parte do tempo em inferioridade numérica, e contra a Inglaterra em inferioridade de plantel, Portugal passa.
Mas o pior para MST ainda estava para vir: Victor Baía, perdão, Ricardo, pela 1ª vez na história dos Mundiais defende 3 penaltis!! 3!!
Isso já era demais!
MST exaspera que não lhe falem mais de futebol, ou contorce-se nas suas crónicas semanais em A Bola.
Era demais, mas MST mais uma vez recupera.
Ontem no jornal A Bola, pasmem-se, MST diz: «O que todos deveríamos desejar agora é que Portugal vença amanhã a França, depois de um bom jogo e de uma grande exibição. E que faça o mesmo domingo, na final. Se não puder juntar o útil ao agradável, paciência: que fique o útil. Mas não vamos, por isso, pretender que ninguém, na hora da vitória, é capaz de distinguir um bom jogo de um mau jogo e que isso lhe é, até, indiferente.»
Ora aí está o céu como limite. MST só ficará satisfeito (ficará???) se Portugal se sagrar campeão do mundo, não só ganhando mas fazendo também 2 boas exibições sobre a França e a Itália.
Foi certamente por esquecimento que não referiu o score mínimo exigível para esses dois jogos (4 a 0 ??).
Se isso suceder, com um pouco de sorte ainda ouviremos MST explicar a sua quota-parte nos sucessos da selecção.
Já sobre o valor da participação de Scolari em tal sucesso, por mais que tente, não consigo sequer imaginar o que MST dirá!
Ou se dirá!

terça-feira, julho 04, 2006

Escolas recrutam (1)

Segundo parece, as escolas vão puder passar a recrutar directamente os seus professores, embora para já só em condições muito específicas.
Uma opção destas parece prefigurar, à partida, os melhores princípios de gestão, nomeadamente no que concerne ao reforço da autonomia das escolas e a uma sua gestão mais flexível (são as escolas quem melhor deve saber o perfil dos técnicos de que carecem).
No entanto, esta medida vai traduzir-se simplesmente na inauguração de mais um feudo do amiguismo.
As pessoas que constituem os conselhos directivos das escolas passarão pura e simplesmente a recrutar amigos seus, que de outro modo, ou nem sequer teriam cabidela no sistema, ou teriam de se conformar em ir dar aulas para um qualquer lugarejo do interior (e não estou a dizer que o actual sistema de colocação de professores seja justo).
E com essa prestação de favores os conselhos directivos vão reforçar o seu poder na escola muito para além do desejável, em áreas de interacção informal, influindo onde não deviam influir, através da rede de cumplicidades gerada pelos professores colocados com este sistema.
É que favores com favores se pagam.
Não nos pudemos esquecer que estes são os nossos hábitos e vícios de funcionamento, e uma prática ancestral com raízes sociológicas e antropológicas, mas que se tem vindo a actualizar e “modernizar”.
A instituição do amiguismo adaptou-se e hoje faz lei em tudo o que é instituição pública e não só. Mesmo no campo privado o amiguismo também se vai instalando aqui e ali. Isto faz com que em Portugal, onde não houver regras e um sistema claro que contrarie forte e persistentemente este nosso modo de gestão, tão distante do modelo anglo-saxónico mais meritocrático, o amiguismo se imponha sempre com a força que lhe advém dessa sua natureza ancestral e cultural.
Ora, o actual sistema de gestão escolar ainda não sofreu as alterações que seriam necessárias para impedir essa emergência natural do amiguismo, enquanto filosofia e metodologia de funcionamento e de trabalho.
Falo de mecanismos de gestão que fizessem com que, deixasse de ser do interesse particular dos professores que são responsáveis pela gestão das escolas, utilizarem o amiguismo como ferramenta de gestão.
Que, por exemplo, o sistema de avaliação das escolas tanto na sua vertente pedagógica como gestionária, fosse de tal ordem, que despistasse os casos de insucesso por incompetência em matérias de recrutamento e gestão de recursos humanos.
Avaliar e medir performances institucionais não é coisa fácil e exige pelo contrário um grau de tecnicidade bastante elevado e uma máquina já rotinada, coisa que definitivamente o ME não possui (nem qualquer outro ministério, diga-se de passagem).
O próprio ME é aliás também alforge de práticas amiguistas.
Lembro que foi a própria ministra quem há umas semanas atrás referiu o perfil burocrático das inspecções do seu ministério, e isto até num contexto de crítica ao modo como as escolas fabricam os horários e as turmas, constituindo e distribuindo essas mesmas turmas com base no conhecimento pessoal e favorecimento de professores e funcionários que trabalham na escola.
Ora, se isto já funciona assim, porque raio poderemos, por hipótese, julgar que o recrutamento de professores pela escola será operado de modo diferente?

menos Simplex

Parece que o Simplex está um pouco Complicadex.

segunda-feira, julho 03, 2006

Competências

O Caso OPEL-Azambuja continua um mistério. A OPEL diz que se quer ir embora para Espanha.
O governo explica ou manda a comunicação social explicar, que a produtividade da fábrica da Azambuja até é altíssima, e que o custo do trabalho em Espanha é menos favorável que em Portugal. E que a Opel é malandra.
A Opel por outro lado responde que cada carro saído da nossa fábrica custa mais € 500 do que devia custar.
Entretanto os sabichões de economia que escrevem em todos os cantos de tudo o que é suplemento, diário ou semanário económico, pura e simplesmente não conseguem explicar a razão de fenómeno tão contraditório. Talvez ou porque a universidade já foi há muito tempo, ou porque não foi grande coisa. Fogem da análise e explicação rigorosa e objectiva como o diabo não fugia da cruz, e preferem ficar-se pelas generalidades habituais. Essas o povo compreende-as e sempre fica na mesma!
Comprova-se que o economês é fácil, dá milhões, e que a ciência, antes pelo contrário, é bem mais difícil.
Temos assim que a Opel tinha tudo para continuar por aqui, mas teima em suicidar-se e cambiar-se para Espanha.
Vá-se lá saber porquê!
Ou então, das duas três:
# 1º a incompetência é do governo que não percebe nada sobre cálculos de produtividade;
# 2º a incompetência é da Opel que sabe pouco do seu negócio;
# 3º ou a Opel é competentíssima, sabe o que faz e o que diz, e até vai acabar por cá ficar!

sábado, julho 01, 2006

Victor...o quê????