terça-feira, fevereiro 28, 2006
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
O Espectro!
Santana Lopes! O homem serve para tudo! Há muito tempo que não se via uma criatura que suscitasse tanta urticária. Será do olhar? Do penteado? Ou das suas trapalhadas, que serão mais diferentes que as outras? O fenómeno mereceria ser bem estudado! Como é que alguém tão mau, suscita mesmo assim, apesar da sua ausência (ou intermitência?), tanta atenção e influência? Depois de ido, e após escassa meia dúzia de meses de governo, ainda serve para justificar muita coisa ruim. Parece o D. Sebastião de costas! O homem é um espectro! Mas ainda bem que existe: depois de termos percebido que afinal o Complexo de Sines e a Barragem do Alqueva, não foram a grande salvação da pátria, agora pelo menos já sabemos porque é que o país (e o P S D) não progridem!
domingo, fevereiro 26, 2006
Propaganda, mais propaganda!
Ainda no passado domingo, num post a propósito da banda larga nas escolas, me referia aos ímpetos propagandísticos deste governo, com larga difusão acrítica nos media.
Disse aí: «Se estivermos atentos aos telejornais da RTP, SIC e TVI, podemos reparar que, qualquer decisão de um membro do governo, na sua área respectiva, é motivo para cerimonial e ritualização respectiva.»
E nem foi necessário, tal é a intensidade do fenómeno, esperar muito tempo.
Uma delegação do MIT chegou a Portugal para iniciar as negociações com o governo, e ver se chegam a consenso numa série de áreas.
O “normal” seria, após a conclusão das negociações, e uma vez chegadas as mesmas a bom porto, anunciarem-se então os projectos, a duração dos mesmos, o investimento (por projecto e total), as instituições envolvidas (universidades, institutos de investigação, etc.), os resultados esperados e respectivas sinergias, modelos de avaliação dos mesmos, responsáveis individuais pela sua execução, etc.
Mas não! O governo decidiu celebrar o começo das negociações (!!!) e fazer disto um cerimonial! E como, naturalmente, tem apenas uma mão cheia de nada, decidiu chamar-lhe, veja-se bem, “Cerimónia de lançamento do processo de colaboração entre o Estado português e o MIT (Massachusetts Institute of Technology)”! Assim, tal e qual, com direito a CCB e tudo! Em outra qualquer república não se faria melhor! E visto na televisão ainda mais patético é!
Disse aí: «Se estivermos atentos aos telejornais da RTP, SIC e TVI, podemos reparar que, qualquer decisão de um membro do governo, na sua área respectiva, é motivo para cerimonial e ritualização respectiva.»
E nem foi necessário, tal é a intensidade do fenómeno, esperar muito tempo.
Uma delegação do MIT chegou a Portugal para iniciar as negociações com o governo, e ver se chegam a consenso numa série de áreas.
O “normal” seria, após a conclusão das negociações, e uma vez chegadas as mesmas a bom porto, anunciarem-se então os projectos, a duração dos mesmos, o investimento (por projecto e total), as instituições envolvidas (universidades, institutos de investigação, etc.), os resultados esperados e respectivas sinergias, modelos de avaliação dos mesmos, responsáveis individuais pela sua execução, etc.
Mas não! O governo decidiu celebrar o começo das negociações (!!!) e fazer disto um cerimonial! E como, naturalmente, tem apenas uma mão cheia de nada, decidiu chamar-lhe, veja-se bem, “Cerimónia de lançamento do processo de colaboração entre o Estado português e o MIT (Massachusetts Institute of Technology)”! Assim, tal e qual, com direito a CCB e tudo! Em outra qualquer república não se faria melhor! E visto na televisão ainda mais patético é!
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Quando?
Quando é que a democratização do ensino passou a ser alcançada através de uma cultura do facilitismo?
Quando é que a qualidade, foi sacrificada por todas as «novas» teorias da Educação que vão nascendo como cogumelos desde há 30 anos a esta parte, e nidificam à sombra de uma vaga ideologia socializante, politicamente correcta, e pseudo democrática do ensino?
Quando é que o sucesso de todos (todos têm direito a «passar», independentemente do seu mérito), se faz à custa do nivelamento por baixo?
Quando é que o estudo da língua passou a ser confinada ao cantinho das letras, sem se perceber o efeito estruturante que a mesma tem na apreensão de todas as outras disciplinas?
Sobre o ensino da língua portuguesa, a ler, Maria do Carmo Vieira, no JL (15 – 28 de Fevereiro):
«A leveza e irresponsabilidade do discurso proferido pelos que dirigem o Ministério da Educação, tentando culpar exclusivamente os professores pelo estado calamitoso em que se encontra o Ensino, só evidencia a sua necessidade de encontrar bodes expiatórios, denotando simultaneamente uma imensa hipocrisia. Com efeito, que resposta deram os diferentes ministros da Educação, juntamente com os seus secretários de Estado, às incontáveis reclamações de tantos professores, entre os quais me incluo, para o facto, por exemplo, dos alunos não possuírem os requisitos exigidos para o nível de ensino, que frequentavam? Que reacção tiveram quando, muitos professores e encarregados de educação alertaram para a imperiosa necessidade de reflectir sobre os diferentes problemas detectados no quotidiano escolar? Remendaram à toa, impondo teorias de educação acríticas, que apenas vieram revelar uma profunda indiferença pela qualidade, que qualquer Escola deve garantir.»
«Assim se fingiu inovar, durante anos e anos, com a cumplicidade de muitos professores que se desresponsabilizaram da sua missão, em nome de uma falsa solidariedade com os alunos e um aparente respeito pela sua personalidade.
Surpreendemo-nos, então, com a exposição de trabalhos de alunos, em que os erros ortográficos não eram propositadamente corrigidos para não "melindrar os adolescentes"; testemunhámos estudantes do secundário incapazes de interpretar um texto ou de ler e escrever correctamente;»
«A pedagogia do nivelamento por baixo foi-se intensificando e os professores críticos, relativamente a esta situação, começaram a ser apontados e acusados de "resistentes à mudança". Salientou-se até a diferença entre "professores apaixonados pela matéria" e "professores apaixonados pelo ensino". Obviamente, que este últimos eram os que tinham "preocupações pedagógicas", logo "os criativos"».
Não podemos continuar a tolerar o desinteresse e a falta de amor pela língua portuguesa, que se manifestam em textos de muitos alunos, grande número deles a frequentar a universidade, e em que dificilmente compreendemos o seu sentido.
Restante texto na versão em papel.
Quando é que a qualidade, foi sacrificada por todas as «novas» teorias da Educação que vão nascendo como cogumelos desde há 30 anos a esta parte, e nidificam à sombra de uma vaga ideologia socializante, politicamente correcta, e pseudo democrática do ensino?
Quando é que o sucesso de todos (todos têm direito a «passar», independentemente do seu mérito), se faz à custa do nivelamento por baixo?
Quando é que o estudo da língua passou a ser confinada ao cantinho das letras, sem se perceber o efeito estruturante que a mesma tem na apreensão de todas as outras disciplinas?
Sobre o ensino da língua portuguesa, a ler, Maria do Carmo Vieira, no JL (15 – 28 de Fevereiro):
«A leveza e irresponsabilidade do discurso proferido pelos que dirigem o Ministério da Educação, tentando culpar exclusivamente os professores pelo estado calamitoso em que se encontra o Ensino, só evidencia a sua necessidade de encontrar bodes expiatórios, denotando simultaneamente uma imensa hipocrisia. Com efeito, que resposta deram os diferentes ministros da Educação, juntamente com os seus secretários de Estado, às incontáveis reclamações de tantos professores, entre os quais me incluo, para o facto, por exemplo, dos alunos não possuírem os requisitos exigidos para o nível de ensino, que frequentavam? Que reacção tiveram quando, muitos professores e encarregados de educação alertaram para a imperiosa necessidade de reflectir sobre os diferentes problemas detectados no quotidiano escolar? Remendaram à toa, impondo teorias de educação acríticas, que apenas vieram revelar uma profunda indiferença pela qualidade, que qualquer Escola deve garantir.»
«Assim se fingiu inovar, durante anos e anos, com a cumplicidade de muitos professores que se desresponsabilizaram da sua missão, em nome de uma falsa solidariedade com os alunos e um aparente respeito pela sua personalidade.
Surpreendemo-nos, então, com a exposição de trabalhos de alunos, em que os erros ortográficos não eram propositadamente corrigidos para não "melindrar os adolescentes"; testemunhámos estudantes do secundário incapazes de interpretar um texto ou de ler e escrever correctamente;»
«A pedagogia do nivelamento por baixo foi-se intensificando e os professores críticos, relativamente a esta situação, começaram a ser apontados e acusados de "resistentes à mudança". Salientou-se até a diferença entre "professores apaixonados pela matéria" e "professores apaixonados pelo ensino". Obviamente, que este últimos eram os que tinham "preocupações pedagógicas", logo "os criativos"».
Não podemos continuar a tolerar o desinteresse e a falta de amor pela língua portuguesa, que se manifestam em textos de muitos alunos, grande número deles a frequentar a universidade, e em que dificilmente compreendemos o seu sentido.
Restante texto na versão em papel.
domingo, fevereiro 19, 2006
O bando da banda
Quando há poucas semanas atrás, o governo anunciou que todas as escolas estavam agora ligadas por banda larga, quem conhece os difusos meandros com que se fazem este anúncios, e se constrói o ritual institucional apropriado, sabe que aquilo que é anunciado pelos governos nunca corresponde, nos seus exactos termos, à verdade. Quem trabalha na máquina do estado há alguns anos, conhece a frequência com que estas disparidades, entre aquilo que é anunciado e aquilo que é a realidade, se sucedem.
É assim com este governo, e tem sido assim com todos os anteriores. A diferença para este governo do Engº Sócrates é que, nunca desde o 25 de Abril, um governo se apresentou, por um lado, com tal proficiência em acções de pura propaganda, e por outro lado, com tal eficácia no controlo da informação que é cedida aos meios de comunicação.
Se estivermos atentos aos telejornais da RTP, SIC e TVI, podemos reparar que, qualquer decisão de um membro do governo, na sua área respectiva, é motivo para cerimonial e ritualização respectiva. É o ministro que dá sempre a cara. Nem nos governos de Cavaco Silva, a perspectiva dos secretários de estado como meros ajudantes (secretários) dos ministros, tinha sido tão levada à letra. A mesma decisão serve para que o ministro da pasta correspondente se faça aparecer, no mesmo canal televisivo, 3 e 4 vezes na mesma semana.
É assim com este governo, e tem sido assim com todos os anteriores. A diferença para este governo do Engº Sócrates é que, nunca desde o 25 de Abril, um governo se apresentou, por um lado, com tal proficiência em acções de pura propaganda, e por outro lado, com tal eficácia no controlo da informação que é cedida aos meios de comunicação.
Se estivermos atentos aos telejornais da RTP, SIC e TVI, podemos reparar que, qualquer decisão de um membro do governo, na sua área respectiva, é motivo para cerimonial e ritualização respectiva. É o ministro que dá sempre a cara. Nem nos governos de Cavaco Silva, a perspectiva dos secretários de estado como meros ajudantes (secretários) dos ministros, tinha sido tão levada à letra. A mesma decisão serve para que o ministro da pasta correspondente se faça aparecer, no mesmo canal televisivo, 3 e 4 vezes na mesma semana.
Mas naturalmente, nem tudo corre sempre pelo melhor!
No sábado transacto, li no Público uma notícia que confirmava que, no mesmo dia em que o primeiro ministro anunciava com pompa e circunstancia que todas as escolas estava agora ligadas por banda larga, muitas escolas por esse país fora afinal ainda não tinham acesso à Internet. Algumas nem mesmo com banda estreita! Quem furou o bloqueio da notícia institucional, foram algumas jornalistas da LUSA. Para tal bastou fazerem telefonemas para algumas escolas e verem que afinal o milagre tecnológico escondia outra realidade.
Obviamente a coisa rebentou! A directora de informação da LUSA decidiu puxar as orelhas às jornalistas! E agora foi à comissão de assuntos constitucionais e meteu os pés pelas mãos.
Obviamente a coisa rebentou! A directora de informação da LUSA decidiu puxar as orelhas às jornalistas! E agora foi à comissão de assuntos constitucionais e meteu os pés pelas mãos.
Quem se quer conservar, quem quer sobreviver, tem naturalmente de beijar a mão do dono, em gesto aguardado de vassalagem. É assim em todas as sociedades, as humanas inclusive! Em Julho de 2004, a agência LUSA já se havia prestado à mesma posição. O dono na altura ser outro (governo de Durão Barroso), é apenas questão de mero pormenor.
sábado, fevereiro 18, 2006
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Prémio!
Freitas teve aquilo que merecia: um enternecedor elogio da parte do embaixador do Irão, em Portugal!
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Mas..., o que é que ele tem?!?!?
"O maior agressor temos sido nós. Para já não falar das Cruzadas, que vão longe mas que estão presentes como alguma coisa que se passou anteontem, para já não falar na colonização de África e de vários povos islâmicos e asiáticos, para já não falar da política de canhoneira seguida pela Inglaterra em relação a esses países, veja o que foi a estratégia seguida pela maior potência mundial no mundo árabe neste momento."
domingo, fevereiro 12, 2006
"MAIS VALE VERDES DO QUE MORTOS"
Só agora reparei neste post publicado no Abrupto, por Pacheco Pereira, no passado dia 9. Raramente chamo a atenção a blogs de "massas" como é o caso do Abrupto, exactamente porque parto do princípio que todos os lêem. Mas este caso é diferente! Faço-o, sabendo que já leram o referido post, mas pedindo que o leiam novamente, e de novo, e de novo…
Este não é um post como outros! Este não é um texto qualquer! Que tal texto não passe despercebido a ninguém! Pacheco Pereira não meteu o rabinho entre as pernas!! Figura pública como é, de todos por demais conhecido, sabe o que significa publicar um cartoon que seja, nos dias estúpidos que correm. (Desconheço se o cartoon foi publicado também no Público). Faço por isso do texto de Pacheco Pereira o meu "abaixo-assinado" sobre esta questão dos cartoons do Profeta. Imagino que pouco ao próprio Pacheco Pereira há-de interessar, qualquer louvor pela sua coragem. Mas eu louvo-o! Porque também é disso que se trata. Da coragem de não se esconder! De não se esconder atrás de "simples "palavras! De "apenas" palavras! É por estas que uma imagem vale 1000 palavras! Às vezes muito mais que isso! E por isso republico aqui o cartoon por si escolhido. Ofereço apenas um apoio “anónimo”, mas que é aquilo que tenho. Obrigado!
P.S. "Estranho" muito o silêncio relativo a este post (inclusivé na blogosfera!)
Este não é um post como outros! Este não é um texto qualquer! Que tal texto não passe despercebido a ninguém! Pacheco Pereira não meteu o rabinho entre as pernas!! Figura pública como é, de todos por demais conhecido, sabe o que significa publicar um cartoon que seja, nos dias estúpidos que correm. (Desconheço se o cartoon foi publicado também no Público). Faço por isso do texto de Pacheco Pereira o meu "abaixo-assinado" sobre esta questão dos cartoons do Profeta. Imagino que pouco ao próprio Pacheco Pereira há-de interessar, qualquer louvor pela sua coragem. Mas eu louvo-o! Porque também é disso que se trata. Da coragem de não se esconder! De não se esconder atrás de "simples "palavras! De "apenas" palavras! É por estas que uma imagem vale 1000 palavras! Às vezes muito mais que isso! E por isso republico aqui o cartoon por si escolhido. Ofereço apenas um apoio “anónimo”, mas que é aquilo que tenho. Obrigado!
P.S. "Estranho" muito o silêncio relativo a este post (inclusivé na blogosfera!)
sábado, fevereiro 11, 2006
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Freitas do Amaral, O Relativista Cultural!
Freitas do Amaral é professor de Direito. O que eu não sabia, é que também é Antropólogo. Mas olhe que a antropologia, essa ciência nobre entre as ciências sociais e humanas, e a mais polifónica de todas, é terreno minado e nada fácil. Só lá pisa sem perder o pé e a compostura, quem já passou por muita bibliografia e caiu em algumas das suas armadilhas! Essa de defender as especificidades culturais só porque sim, não é nova, é velhíssima, caro professor. Por isso esse debate já foi enterrado há muito tempo, nos anais da ciência antropológica, quando esta deixou de pretender dar resposta aos conflitos insanáveis entre o relativismo cultural e os direitos humanos. Não são coisas que se misturem bem.
Não são os direitos humanos, também eles, invenção de uma pequena parte da humanidade? Vamos relativizá-los??
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Mais um: agora na Casa da Música!
Dizia eu, a propósito da nomeação do novo director do Teatro Nacional D. Maria II, que não acreditava na bonomia do sistema.
Era apenas uma questão de tempo!
Vinha-se preparando, com dedicação e empenho de uns quantos, o regresso de mais um amigo. Finalmente, Pedro Burmester é o novo director artístico e de educação da Casa da Música (CdM).
Para este longo e urdido complot, até Jorge Sampaio trabalhou.
Era apenas uma questão de tempo!
Vinha-se preparando, com dedicação e empenho de uns quantos, o regresso de mais um amigo. Finalmente, Pedro Burmester é o novo director artístico e de educação da Casa da Música (CdM).
Para este longo e urdido complot, até Jorge Sampaio trabalhou.
Em Junho de 2003, numa ida ao S. João, no Porto, manifestou então a esperança de que «Pedro Burmester continue associado à Casa da Música», isto após vários pedidos de demissão do pianista da administração daquela instituição. Em 15 de Abril de 2005, em pleno discurso de inauguração oficial da CdM, brindou igualmente todos os atónitos presentes com mais um recado ao regresso de Pedro Burmester, com total despropósito e rebaixamento da sua condição de Presidente da República (e, já agora, de "todos os Portugueses").
Entretanto, a actual ministra da cultura, Isabel Pires de Lima, em consonância com esta magistratura de influência de Jorge Sampaio, já em 16 de Abril de 2005, avisava: «Não podemos [Ministério da Cultura] deixar de criar as condições necessárias para o acolhimento a uma pessoa tão importante para este projecto como Pedro Burmester».
Entretanto, a actual ministra da cultura, Isabel Pires de Lima, em consonância com esta magistratura de influência de Jorge Sampaio, já em 16 de Abril de 2005, avisava: «Não podemos [Ministério da Cultura] deixar de criar as condições necessárias para o acolhimento a uma pessoa tão importante para este projecto como Pedro Burmester».
E depois, há sempre aquelas explicações que só adquirem pleno sentido algum tempo depois. Disse ainda a ministra naquela altura: «faz todo o sentido que Pedro Burmester regresse [à CM] por uma qualquer das muitas portas pelas quais pode vir a entrar».
Mais clarinho que isto não é a água!
Pedro tinha de facto tudo, para chegar onde finalmente chegou: antes de mais, posicionou-se, condição sine qua non para que estas coisas possam acontecer com a suavidade devida. Depois, era homem do Porto, condição igualmente inestimável para assegurar um perfil internacional de 1ª grandeza a um projecto como é o da CdM. Finalmente, sempre tinha aquela tonalidade, aquela cor, aquele tom (maior?), que só uma esquerda bem pensante pode ter!
Sim, porque nisto, meus amigos, já há muito tempo que estamos entendidos: cultura, intelectuais, elites pensantes, isso só a esquerda tem (ou melhor, só a esquerda dá!).
A direita é burra, não tem cultura, e não tem intelectuais. E quando tem, é porque estão enganados!
Anthony Whitworth-Jones, o inglês que exerceu as funções anteriores de director artístico, não tinha, obviamente, nenhum desses predicados. Também não é músico e muito menos pianista. Ter sido o General Director do Glyndebourne Opera Festival durante 10 anos (1989-1998) e do Dallas Opera de 2000 a 2002, não terá sido naturalmente suficiente para as exigências cá do nosso burgo (e menos ainda do burgo Portuense). Valha-lhe que não foi para a bolsa de desemprego e é desde Novembro de 2005 o novo General Director do Garsington Opera Festival.
Pedro Burmester é músico. Pedro Burmester é pianista. Logo, é também programador artístico! Quem não entende esta equação, ou é fraco em matemáticas ou não está sintonizado. Problemas de metrónomo, certamente!
A questão que coloco é pois a seguinte: é Pedro Burmester o melhor programador artístico que a CdM poderia escolher??
Caramba! É que foram os próprios mentores do projecto (entre os quais o próprio Burmester), que desde o início do projecto CdM afirmaram que queriam guindar aquela instituição ao top da programação musical europeia.
Ora bem, se querem top para a CdM, dêem-lhe o top. Procurem-no! Recrutem-no! Dinheiro é coisa que nem falta à CdM. Quem pagava dez mil euros mensais, com direito a carro e despesas pagas, ao anterior director artístico, e por apenas 3 semanas de trabalho em cada mês (contratualmente definido), e ainda pagou 105 mil euros de indeminização a Burmester quando este saíu anteriormente da CdM, não pode sequer dar esta desculpa. Isto para já não falar nos custos totais do empreendimento. Faraónicos, como de resto o país, e que ultrapassaram em muito o estipulado.
Seria tão estranho assim, que a CdM rompesse com os ancestrais hábitos e habitáculos da nossa burguesia político-cultural pensante, e lançasse um concurso internacional para recrutar entre os 5 melhores programadores culturais europeus?
Mas não era exactamente por aí que se devia começar? Pelo princípio?
Se a CdM não consegue fazer esta coisa tão simples que é recrutar um "craque" com provas firmadas no metier, e assim dar um sinal fundamental a todos (Europa incluída) sobre aquilo que realmente pretende, então desculpem-me, mas eu não acredito que a CdM vá ser aquilo que diz que quer ser!
“Aquilo” será um CCB regional à escala Portuense. Quem quiser acreditar em outra coisa, acredite. Será já uma questão de fé, e nestes conturbados tempos, é coisa para se respeitar ainda mais.
Talvez seja pois melhor "reconciliarmo-nos".
Veja-se o à vontade: é que é o próprio conselho de administração da Casa da Música, que destaca a "reconciliação" como a "mais importante" razão para a escolha de Burmester!!
Ah, também justifica essa mesma escolha, pelo facto de ter sido do pianista a "ideia germinal" da Casa da Música, e ainda o conhecimento que este tem da instituição.
Não satisfeita, diz finalmente a administração da CdM, que espera assim recuperar um "clima de paz".
Pedro tinha de facto tudo, para chegar onde finalmente chegou: antes de mais, posicionou-se, condição sine qua non para que estas coisas possam acontecer com a suavidade devida. Depois, era homem do Porto, condição igualmente inestimável para assegurar um perfil internacional de 1ª grandeza a um projecto como é o da CdM. Finalmente, sempre tinha aquela tonalidade, aquela cor, aquele tom (maior?), que só uma esquerda bem pensante pode ter!
Sim, porque nisto, meus amigos, já há muito tempo que estamos entendidos: cultura, intelectuais, elites pensantes, isso só a esquerda tem (ou melhor, só a esquerda dá!).
A direita é burra, não tem cultura, e não tem intelectuais. E quando tem, é porque estão enganados!
Anthony Whitworth-Jones, o inglês que exerceu as funções anteriores de director artístico, não tinha, obviamente, nenhum desses predicados. Também não é músico e muito menos pianista. Ter sido o General Director do Glyndebourne Opera Festival durante 10 anos (1989-1998) e do Dallas Opera de 2000 a 2002, não terá sido naturalmente suficiente para as exigências cá do nosso burgo (e menos ainda do burgo Portuense). Valha-lhe que não foi para a bolsa de desemprego e é desde Novembro de 2005 o novo General Director do Garsington Opera Festival.
Pedro Burmester é músico. Pedro Burmester é pianista. Logo, é também programador artístico! Quem não entende esta equação, ou é fraco em matemáticas ou não está sintonizado. Problemas de metrónomo, certamente!
A questão que coloco é pois a seguinte: é Pedro Burmester o melhor programador artístico que a CdM poderia escolher??
Caramba! É que foram os próprios mentores do projecto (entre os quais o próprio Burmester), que desde o início do projecto CdM afirmaram que queriam guindar aquela instituição ao top da programação musical europeia.
Ora bem, se querem top para a CdM, dêem-lhe o top. Procurem-no! Recrutem-no! Dinheiro é coisa que nem falta à CdM. Quem pagava dez mil euros mensais, com direito a carro e despesas pagas, ao anterior director artístico, e por apenas 3 semanas de trabalho em cada mês (contratualmente definido), e ainda pagou 105 mil euros de indeminização a Burmester quando este saíu anteriormente da CdM, não pode sequer dar esta desculpa. Isto para já não falar nos custos totais do empreendimento. Faraónicos, como de resto o país, e que ultrapassaram em muito o estipulado.
Seria tão estranho assim, que a CdM rompesse com os ancestrais hábitos e habitáculos da nossa burguesia político-cultural pensante, e lançasse um concurso internacional para recrutar entre os 5 melhores programadores culturais europeus?
Mas não era exactamente por aí que se devia começar? Pelo princípio?
Se a CdM não consegue fazer esta coisa tão simples que é recrutar um "craque" com provas firmadas no metier, e assim dar um sinal fundamental a todos (Europa incluída) sobre aquilo que realmente pretende, então desculpem-me, mas eu não acredito que a CdM vá ser aquilo que diz que quer ser!
“Aquilo” será um CCB regional à escala Portuense. Quem quiser acreditar em outra coisa, acredite. Será já uma questão de fé, e nestes conturbados tempos, é coisa para se respeitar ainda mais.
Talvez seja pois melhor "reconciliarmo-nos".
Veja-se o à vontade: é que é o próprio conselho de administração da Casa da Música, que destaca a "reconciliação" como a "mais importante" razão para a escolha de Burmester!!
Ah, também justifica essa mesma escolha, pelo facto de ter sido do pianista a "ideia germinal" da Casa da Música, e ainda o conhecimento que este tem da instituição.
Não satisfeita, diz finalmente a administração da CdM, que espera assim recuperar um "clima de paz".
Esclarecidos??? Mais um pouco e eu escusava de escrever uma linha que fosse!
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Dante, Maomé e o medo
Vasco Graça Moura, hoje no DN, crónica intitulada «Dante, Maomé e o medo»:
«Maomé e o genro, Ali, são colocados entre os semeadores de escândalo e de cisma, de acordo com a mentalidade cristã da época, e tratados com o maior desprezo numa linguagem violenta e de estilo intencionalmente desconjuntado.» (Divina Comédia, Inferno, XXVIII, 19-36)
«Esta é provavelmente a primeira grande representação grotesca de Maomé que a cultura europeia produziu. Integra-se no genial conjunto de horrores que povoam os quadros do Inferno dantesco e, como tal, faz parte de uma das obras máximas do património cultural europeu. Não há gesto ou atitude que possam suprimi-la em nome do politicamente correcto ou de uma complacência hipócrita e borrada de medo. Vai-se deixar de ler e admirar Dante por causa disso? Vai-se censurar o poema em futuras edições a pretexto de que, assim, ele ofende o Islão? Vai-se fazer um auto-de-fé das edições existentes? Vai-se pedir desculpa ao Islão por a cultura europeia ter produzido destas coisas? A avaliar por algumas cautelosas reacções, já não falta muito. A estupidez e o medo às vezes dão-se circunspectamente as mãos.» Ver mais....
Opinion makers? Isto??
Os defensores dos fundamentos religiosos só descobriram a blasfémia depois de ela por aí andar à solta vai para 4 meses!!
Por outro lado, os defensores do direito à blasfémia e da liberdade de expressão, só descobriram que tudo isto é política, seja, manipulação e representação, 1 semana após o início das manifestações.
É curioso ver como 99,9% dos opinion makers da nossa comunicação social só agora se aperceberam que caíram no logro.
Esta semana todos fazem, apressadamente, a leitura política da coisa.
Coisa que devia ter sido feita muito antes. É por isso que supostamente lhes pagam, e porque são o que são.
Por outro lado, os defensores do direito à blasfémia e da liberdade de expressão, só descobriram que tudo isto é política, seja, manipulação e representação, 1 semana após o início das manifestações.
É curioso ver como 99,9% dos opinion makers da nossa comunicação social só agora se aperceberam que caíram no logro.
Esta semana todos fazem, apressadamente, a leitura política da coisa.
Coisa que devia ter sido feita muito antes. É por isso que supostamente lhes pagam, e porque são o que são.
Revolta? Aquilo??
Ontem decidi prestar mais atenção às manifestações do "mundo muçulmano", e corri RTP1, RTP2, SIC, TVI, SIC Notícias, etc.
Meu Deus, mas então aquilo é que são as tais grandes manifestações e revolta de que por aí tanto se fala??? Por favor! Não passam de meia dúzia dos trogloditas do costume, energizados pela nomenclatura religiosa habitual. Tudo dejá vu! Se aquilo é que é o "mundo mulçumano" em revolta, vou ali e já venho! Até é ridículo! A encenação é tão óbvia e fraquinha que até dá dó pensar na misericórdia que os governos (a)ocidentais pedincham ao "mundo muçulmano". Nosso governo incluído. Continua-me pois a parecer que estão a dar demasiada importância ao assunto. E que de tanto o fazerem, o mesmo até adquire importâncias que não tem nem merece. Cá para mim isto é mais uma daquelas manifestações masturbatórias dos media ocidentais. Correm atrás do primeiro sarrabulho que apareça, e engolem sem sequer cuidarem de mastigar um pouco melhor a notícia.
Meu Deus, mas então aquilo é que são as tais grandes manifestações e revolta de que por aí tanto se fala??? Por favor! Não passam de meia dúzia dos trogloditas do costume, energizados pela nomenclatura religiosa habitual. Tudo dejá vu! Se aquilo é que é o "mundo mulçumano" em revolta, vou ali e já venho! Até é ridículo! A encenação é tão óbvia e fraquinha que até dá dó pensar na misericórdia que os governos (a)ocidentais pedincham ao "mundo muçulmano". Nosso governo incluído. Continua-me pois a parecer que estão a dar demasiada importância ao assunto. E que de tanto o fazerem, o mesmo até adquire importâncias que não tem nem merece. Cá para mim isto é mais uma daquelas manifestações masturbatórias dos media ocidentais. Correm atrás do primeiro sarrabulho que apareça, e engolem sem sequer cuidarem de mastigar um pouco melhor a notícia.
Mais coisas sérias, JÁ!!
Se não nos pudermos rir das coisas sérias, então para que é que elas servem ??
Fracos cartoons!
No meio disto tudo, a única coisa de que de facto tenho pena, é de os desenhos do Maomé até não serem grande coisa.
Perdeu-se assim uma oportunidade de nos rirmos um bom pedaço!
Perdeu-se assim uma oportunidade de nos rirmos um bom pedaço!
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Caricaturas e política
Ainda não percebi porque se há-de falar tanto de blasfémia e liberdade de imprensa, neste caso dos bonecos do Profeta.
O que vejo é apenas grossa manipulação a braço dado com puro populismo. Continuo por isso a pensar que tudo isto é apenas política, como já aqui o dissera!
Vasco Pulido Valente contextualiza esta leitura.
Paz e Concórdia
Acho que os Muçulmanos, Católicos e Judeus deveriam seguir o exemplo de coragem de Teresa e Helena, dar as mãos, e tentar casar na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa.
Em Sou Burro.
Entre amigos (2)
Na amizade trocam-se livros, discos, ideias e opiniões.
No amiguismo, favores, segredos e conspirações.
No amiguismo, favores, segredos e conspirações.
Entre amigos (1)
Na amizade, os nossos amigos não são os nossos conhecidos.
No amiguismo, amigos e conhecidos não se distinguem.
No amiguismo, amigos e conhecidos não se distinguem.
domingo, fevereiro 05, 2006
sábado, fevereiro 04, 2006
Uma questão de blasfémia? A saber:
Não é de agora:
1º A publicação dos cartoons do Profeta Maomé no jornal Dinamarquês Jyllands-Posten. Tem já 4 meses! 4!!
2º Os Cartooms do profeta Maomé a circularem na net e por e-mail (pelo menos desde a guerra do golfo, e provavelmente até em alguns jornais);
É de agora:
2º A reacção do designado "mundo islâmico" aos referidos cartoons;
4º O agudizar da crise Iraniana, sobre a energia nuclear;
5º A vitória do Hammas na Palestina;
Isto não é:
- sobre religião;
- sobre a liberdade de imprensa no mundo ocidental
Isto é:
Política. Perigosa, é certo, mas apenas política!
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Choque de formação (2)
Em formação a sério, só lá os apanham se a isso forem mesmo obrigados. O INA (Instituto Nacional de Administração), entidade responsável pela formação dos funcionários públicos (entre outras atribuições), só mesmo com grilhetas tem conseguido arrepanhar alguns destes dirigentes para o CADAP (Curso de Alta Direcção em Administração Pública), o CAGEP (Curso Avançado de Gestão Pública), o FORGEP (Programa de Formação em Gestão Pública) ou o SAP (Seminário de Administração Pública). É que a Lei nº 51/2005, de 30 de Agosto, e a Portaria nº 1141/2005, de 8 de Novembro, obrigam à frequência e aproveitamento nestes cursos para todos aqueles que quiserem exercer funções de direcção superior e intermédia nos organismos públicos.
Não fosse esse carácter imperativo, e a maior parte deles não punha obviamente lá os pés. Fazer formação é um castigo, para uma grande parte desta malta! Aliás, o facto destes diplomas legais virem tornar a frequência desta formação compulsiva, já diz bem do que pensa o Legislador sobre esta casta dirigente.
É que se quisessem de facto apreender alguma coisa sobre modernização administrativa, governação electrónica, inovação, etc. etc., temática à Bill Gates e tão em voga (e bem!), poderiam antes frequentar, por exemplo, o DESIIAP (Diploma de Especialização em Sociedade de Informação e Inovação na Administração Pública), o DERP (Diploma de Especialização em Reengenharia de Processos, ou o DESTID (Diploma de Especialização em Sistemas e Tecnologias de Informação para Dirigentes), entre muitos outros. Bem sei que os estes cursos não são realizados num fim de semana alargado no Hotel Dom Pedro, e que o INA apenas fornece biscoitos nos seus coffee breaks de 15 minutos. Mas algum esforço valia a pena, e a nação um dia até talvez agradecesse.
Não fosse esse carácter imperativo, e a maior parte deles não punha obviamente lá os pés. Fazer formação é um castigo, para uma grande parte desta malta! Aliás, o facto destes diplomas legais virem tornar a frequência desta formação compulsiva, já diz bem do que pensa o Legislador sobre esta casta dirigente.
É que se quisessem de facto apreender alguma coisa sobre modernização administrativa, governação electrónica, inovação, etc. etc., temática à Bill Gates e tão em voga (e bem!), poderiam antes frequentar, por exemplo, o DESIIAP (Diploma de Especialização em Sociedade de Informação e Inovação na Administração Pública), o DERP (Diploma de Especialização em Reengenharia de Processos, ou o DESTID (Diploma de Especialização em Sistemas e Tecnologias de Informação para Dirigentes), entre muitos outros. Bem sei que os estes cursos não são realizados num fim de semana alargado no Hotel Dom Pedro, e que o INA apenas fornece biscoitos nos seus coffee breaks de 15 minutos. Mas algum esforço valia a pena, e a nação um dia até talvez agradecesse.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Choque de formação (1)
Bill Gates deu uma “aula” a mais de mil pessoas, entre as quais se contavam altos dirigentes da nossa administração pública. Essa aula versou a modernização administrativa.
O que mais enternece é verificar que os ditos dirigentes, a isto, apareceram em peso. Ah, e ver aquele ar tão compenetrado com que eles bebiam as palavras do Mestre! Bem se vê que queriam aprender! Pode ser que assim como assim sempre de lá tenham saído com umas luzes sobre como fechar um ficheiro de Excel sem desligar o computador!
Como é bom de saber, e nem outra coisa seria de esperar, Bill Gates limitou-se a elencar uma série de lugares comuns e generalidades sobre a matéria.
Mas esta classe dirigente, quando lhes cheira a croquete, Chivas Regal premium blended old Scotch Whisky, e ajuntamento de celebridades públicas, não desperdiçam a oportunidade. Até porque é preciso manter os contactos bem oleados e saber em que gabinete está agora fulano e beltrano. Já não esquecendo que é muito prestigiante ser visto numa coisa daquelas!
O que é curioso é que esta chusma de dignatários e apaniguados raramente põe os pés numa acção de formação que se veja. Mas obviamente essas acções de formação têm 2 óbices inultrapassáveis: não foram desenhadas para quem já sabe tudo, e, crime dos crimes, ainda por cima exigem algum esforço, estudo e dedicação.
O que mais enternece é verificar que os ditos dirigentes, a isto, apareceram em peso. Ah, e ver aquele ar tão compenetrado com que eles bebiam as palavras do Mestre! Bem se vê que queriam aprender! Pode ser que assim como assim sempre de lá tenham saído com umas luzes sobre como fechar um ficheiro de Excel sem desligar o computador!
Como é bom de saber, e nem outra coisa seria de esperar, Bill Gates limitou-se a elencar uma série de lugares comuns e generalidades sobre a matéria.
Mas esta classe dirigente, quando lhes cheira a croquete, Chivas Regal premium blended old Scotch Whisky, e ajuntamento de celebridades públicas, não desperdiçam a oportunidade. Até porque é preciso manter os contactos bem oleados e saber em que gabinete está agora fulano e beltrano. Já não esquecendo que é muito prestigiante ser visto numa coisa daquelas!
O que é curioso é que esta chusma de dignatários e apaniguados raramente põe os pés numa acção de formação que se veja. Mas obviamente essas acções de formação têm 2 óbices inultrapassáveis: não foram desenhadas para quem já sabe tudo, e, crime dos crimes, ainda por cima exigem algum esforço, estudo e dedicação.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Amigos do peito
Sinto-me agora muito menos só. A blogosfera incendeia-se com as "amizades". Tinha já medo de, de tanto falar em amiguismo, ausência de cultura de mérito, etc., acabar por parecer um ressabiado sem Pátria. E pior ainda, transformar-me num. Um daqueles amargados do destino, que porque acha que não lhe reconhecem o valor devido, põe-se a desancar a torto e direito em tudo o que mexe e esteja bem na vida. Mas parece que não! Agora o Esplanar põe mais uma vez o dedo na ferida. Nesta, nesta, nesta...
Não resisto no entanto a transcrever algumas passagens:
Não resisto no entanto a transcrever algumas passagens:
«Tivesse eu poder para decidir os livros que seriam criticados e jamais me colocaria na posição de escrever sobre o livro de um amigo e, principalmente, de um colega. Tal como se eu fosse objecto de uma crítica feita por um amigo tudo faria para disso o demover.»
«Na imprensa, julgo, o espaço que é concedido a autores, livros e editoras deve, tanto quanto possível, remeter para o mérito, ou seja, o crítico pegou naquele livro por todas as razões menos porque conhece o autor ou dele é amigo e colega.»
«...a maior parte das pessoas nem sabe que aquele livro é de um amigo de quem assina a prosa e, provavelmente, não sabe que o autor do livro também escreve nesse mesmo jornal que ele tem na mão; o trabalho das toupeiras é esse, actuar na sombra, às escondidas dos leitores menos informados.»
«Que raio de crítica é essa? Não é crítica, é apenas publicidade e divulgação. Que os editores queiram promover os seus colaboradores para dar prestígio ao próprio jornal, sim senhor, mas então reservem espaço para fazer publicidade aos seus trabalhadores, não o misturem no espaço da crítica. Não aldrabem. Sejam sérios.»
«Na imprensa, julgo, o espaço que é concedido a autores, livros e editoras deve, tanto quanto possível, remeter para o mérito, ou seja, o crítico pegou naquele livro por todas as razões menos porque conhece o autor ou dele é amigo e colega.»
«...a maior parte das pessoas nem sabe que aquele livro é de um amigo de quem assina a prosa e, provavelmente, não sabe que o autor do livro também escreve nesse mesmo jornal que ele tem na mão; o trabalho das toupeiras é esse, actuar na sombra, às escondidas dos leitores menos informados.»
«Que raio de crítica é essa? Não é crítica, é apenas publicidade e divulgação. Que os editores queiram promover os seus colaboradores para dar prestígio ao próprio jornal, sim senhor, mas então reservem espaço para fazer publicidade aos seus trabalhadores, não o misturem no espaço da crítica. Não aldrabem. Sejam sérios.»
E ainda aqui, aqui...
«De resto, o que está em causa não é a profundidade da crítica. É o espaço que colegas de trabalho (e amigos pessoais) concedem uns aos outros no DN. São os textos sebáceos que uns e outros ejaculam uns para os outros. Quantas vezes será preciso dizer isto? E não se trata de caso único. Isto é prática corrente nos jornais portugueses, sendo o exemplo mais gritante o semanário Expresso.»
«De resto, o que está em causa não é a profundidade da crítica. É o espaço que colegas de trabalho (e amigos pessoais) concedem uns aos outros no DN. São os textos sebáceos que uns e outros ejaculam uns para os outros. Quantas vezes será preciso dizer isto? E não se trata de caso único. Isto é prática corrente nos jornais portugueses, sendo o exemplo mais gritante o semanário Expresso.»
Leia-se o resto e siga-se os links. É mais uma lição de ecologia e etologia.