terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
2 faces, a mesma moeda
Não são precisos a Sócrates grandes comedimentos. Basta que governe mal como o tem feito – e bem! – até aqui. Com um PSD destes, a dar a pior imagem de um partido de clientelas e tachistas, que se chegam à frente sempre que calha, e oportunistas que se encolhem quando não lhes cheira a poder, e cheio até acima de partidocratas e gente medíocre, o PS, se fossem as eleições coisa já para agora, teria a maioria absoluta mais que garantida. Com 60 ou 70% de abstenções, mas ainda assim ganhava e com duas de avanço!
Mas por mim, uma mão não lava a outra. Até porque já todos vimos a coisa invertida como está agora – nos tempos da maioria absoluta de Cavaco Silva e em que o PS vogava neste pantanal em que está agora o PSD – e já estou cansado de saber que, se é verdade que toda a moeda tem 2 faces, também é verdade que o seu valor é imutável.
Mas por mim, uma mão não lava a outra. Até porque já todos vimos a coisa invertida como está agora – nos tempos da maioria absoluta de Cavaco Silva e em que o PS vogava neste pantanal em que está agora o PSD – e já estou cansado de saber que, se é verdade que toda a moeda tem 2 faces, também é verdade que o seu valor é imutável.
Etiquetas: Política
sábado, julho 28, 2007
sexta-feira, julho 27, 2007
Lições de Ser-se Português
Absolutamente a ler, caminhos diferentes de se ser português: sobre um português da China, e outros de Singapura. Do blog Observador, do A. Guimarães, amigo conseguido em Macau.
Etiquetas: Blogs
Livros em Cascais
O tamanho das feiras do livro, mede-se também pelas oportunidades achadas. Estas - da Cavalo de Ferro - colhi-as no Jardim Visconde da Luz. A € 6,50. A Feira do Livro de Cascais está lá até 29 de Julho.
Etiquetas: Livros
quarta-feira, julho 25, 2007
Uma política de castings
É a Política reduzida ao espectáculo e as políticas a um subproduto deste.
Já não nos chegava o espectáculo inqualificável e deprimente que o PSD vem dando desde que é oposição, e que definitivamente nos esclarece a todos sobre ao que andam afinal a grande maioria dos políticos dos chamados partidos do Poder (depois dizem que falar mal dos políticos é populismo).
Agora temos também uns tiques de poder popular à PCP, vindos da parte do PS, ao arregimentar autocarros vindos da parvónia, carregados de 3ª e 4ª idade, para fazerem a festa da ilusão ao recém-eleito António Costa. Até parecia que iam para a Festa do Avante! Compreende-se o problema, pois não havia Lisboeta entusiasmado, nem com o vencedor, e muito menos com os inúmeros perdedores. E não, não foi pacovice de um autarca apenas, ou de um qualquer PS local. Os autocarros vinham de vários pontos das nossas províncias continentais, sinal de que houve ordens executadas e uma ordem organizada. Contadas foram: Alandroal, Cabeceiras de Basto, Covilhã, Famalicão, Mangualde e Reguengos de Monsaraz. O sinal de degradação a que chegou a política e que é dado por este evento organizado pelo PS, resulta do facto de, pelo menos quando a coisa é organizada pelo PCP, os velhotes saberem ao que vêem, e até já trazerem as bandeiras de casa. Estes não. A estes ofereceram-lhes uma vinda à capital do reino, umas passeatas aqui e acolá (terão ido ao Túnel do Marquês?), sardinha assada e feveras à conta, e já agora, no caminho de volta à terrinha, "vamos ali num instante com estas bandeirinhas, que não custa nada, e o Hotel Altis até é tão importante como o Mosteiro dos Jerónimos". Pensando melhor, o modo como este PS de Sócrates faz política, é muito mais tirado daquelas manifestações de apoio a Salazar, organizadas então pela União Nacional. É degradante. E como que para nos avisar que a coisa não é um acaso ou mero subproduto da silly season, meia dúzia de dias passados foi a vez de, na apresentação do Plano Tecnológico da Educação, se ter montado um espectáculo com crianças a fazerem de afadigados alunos, e que foram contratadas a € 30 cada, por uma empresa de casting! Por uma empresa de casting!!! O simbolismo deste episódio é de tal ordem, que nos inutiliza qualquer comentário mais que possamos fazer a propósito da política de plástico, feita de pseudo-reformas, e pseudo-resultados, protagonizada por tão incrível governo! Vale bem mais que 1000 imagens.
Pior foi ainda a reacção de José Sócrates quando confrontado com a situação, ao justificar-se que a responsabilidade não era do Governo, e dizendo que “isto é apenas uma sessão de apresentação, feita por uma empresa que produz e coloca no mercado os quadros interactivos e que os expõe”. Pois claro. Estava ali aquela empresa, com aqueles flat screens todos janotas e umas crianças limpinhas e aplicadas, umas professoras boas comó milho, e o primeiro-ministro que por mero acaso ia a passar por ali...zás, a oportunidade faz o homem e vai daí aproveitou para falar do Plano Tecnológico. Mais valia que estivesse calado.
É definitivamente a consagração da comédia clássica grega. Quem precisa hoje de voltar a ler Aristófanes?
Já não nos chegava o espectáculo inqualificável e deprimente que o PSD vem dando desde que é oposição, e que definitivamente nos esclarece a todos sobre ao que andam afinal a grande maioria dos políticos dos chamados partidos do Poder (depois dizem que falar mal dos políticos é populismo).
Agora temos também uns tiques de poder popular à PCP, vindos da parte do PS, ao arregimentar autocarros vindos da parvónia, carregados de 3ª e 4ª idade, para fazerem a festa da ilusão ao recém-eleito António Costa. Até parecia que iam para a Festa do Avante! Compreende-se o problema, pois não havia Lisboeta entusiasmado, nem com o vencedor, e muito menos com os inúmeros perdedores. E não, não foi pacovice de um autarca apenas, ou de um qualquer PS local. Os autocarros vinham de vários pontos das nossas províncias continentais, sinal de que houve ordens executadas e uma ordem organizada. Contadas foram: Alandroal, Cabeceiras de Basto, Covilhã, Famalicão, Mangualde e Reguengos de Monsaraz. O sinal de degradação a que chegou a política e que é dado por este evento organizado pelo PS, resulta do facto de, pelo menos quando a coisa é organizada pelo PCP, os velhotes saberem ao que vêem, e até já trazerem as bandeiras de casa. Estes não. A estes ofereceram-lhes uma vinda à capital do reino, umas passeatas aqui e acolá (terão ido ao Túnel do Marquês?), sardinha assada e feveras à conta, e já agora, no caminho de volta à terrinha, "vamos ali num instante com estas bandeirinhas, que não custa nada, e o Hotel Altis até é tão importante como o Mosteiro dos Jerónimos". Pensando melhor, o modo como este PS de Sócrates faz política, é muito mais tirado daquelas manifestações de apoio a Salazar, organizadas então pela União Nacional. É degradante. E como que para nos avisar que a coisa não é um acaso ou mero subproduto da silly season, meia dúzia de dias passados foi a vez de, na apresentação do Plano Tecnológico da Educação, se ter montado um espectáculo com crianças a fazerem de afadigados alunos, e que foram contratadas a € 30 cada, por uma empresa de casting! Por uma empresa de casting!!! O simbolismo deste episódio é de tal ordem, que nos inutiliza qualquer comentário mais que possamos fazer a propósito da política de plástico, feita de pseudo-reformas, e pseudo-resultados, protagonizada por tão incrível governo! Vale bem mais que 1000 imagens.
Pior foi ainda a reacção de José Sócrates quando confrontado com a situação, ao justificar-se que a responsabilidade não era do Governo, e dizendo que “isto é apenas uma sessão de apresentação, feita por uma empresa que produz e coloca no mercado os quadros interactivos e que os expõe”. Pois claro. Estava ali aquela empresa, com aqueles flat screens todos janotas e umas crianças limpinhas e aplicadas, umas professoras boas comó milho, e o primeiro-ministro que por mero acaso ia a passar por ali...zás, a oportunidade faz o homem e vai daí aproveitou para falar do Plano Tecnológico. Mais valia que estivesse calado.
É definitivamente a consagração da comédia clássica grega. Quem precisa hoje de voltar a ler Aristófanes?
segunda-feira, julho 23, 2007
Sporting 2007/08 #2
Desde há muitos anos que as melhores contratações que o Sporting faz, são aquelas realizadas directamente… nos seus juniores.
No entanto, não se pode estar à espera de ver nascer todos os anos, um Figo, um Cristiano Ronaldo, ou um Nani. As leis da natureza são sobretudo inexoráveis, e fazem rarear bastante os chamados "génios" (um termo estranho e desmedido para um simples jogador de bola!). Já os "muito bons", aparecendo embora mais vezes que os "geniais", são ainda assim também raros. E por aí fora, com os "bons", os "médios", os "medíocres", etc. Isto quer dizer que, se num ano ou noutro o SCP não conseguir colher, no alforge que é a sua Academia, uma dessas avis raras, tal não poderá de modo algum ser entendido como um caso de insucesso. No entanto, o que é certo é que o SCP vem mesmo assim contrariando este determinismo, e ano após ano, vem semeando o futebol luso e mundial, do melhor que aparece nos relvados. É de tal modo assim, que não tem havido, desde há pelo menos 20 anos a esta parte, geração nenhuma do futebol , que não tenha contado com a presença destes "génios" produzidos em Alvalade. Só para citar os mais exponenciais: Futre, Figo, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani, Miguel Veloso…
Vem isto a propósito do facto de, inúmeros escribas de futebolês – e no reino do futebol, pior ainda que em outras quintas, a imparcialidade é uma batota e um logro à conta da qual vive muita gente – terem já escrito que este ano o Sporting atraiçoou os seus ideais de formação, apenas porque vendeu 3 dos seus produtos (Nani, Custódio e Carlos Martins), e foi buscar em sua substituição estrangeiros. Bem se compreende a dor de cotovelo e clubite aguda que grassa nestes especialistas da bola. Ou então, estão a ver se o SCP se alcooliza com o sucesso da sua Academia e se passa a aproveitar todos os jovens da sua formação, incluindo os pernas-de-pau.
Então vejamos de que é feita essa tal traição protagonizada este ano pelo Sporting:
Estão neste momento a realizar a pré-época os seguintes jogadores da Academia: Adrien Silva (18 anos), Rui Patrício (19), André Marques (19), Paulo Renato (20), João Gonçalves (19) e Yannick Pupo (19). Nada mau, para quem deixou de apostar nos jovens, não é? Sobretudo se se tiver em conta, que este é até o ano em que mais jogadores da Academia realizam a pré-época entre a equipa principal!
Não se sabendo ainda, naturalmente, qual deste jovens permanecerá, já esta época, entre os seniores (nem todos terão qualidade para tanto, ou estarão preparados para tal), é no entanto de registar a continuidade da política leonina, ao escancarar literalmente as portas aos juniores do clube, fazendo com que estes se vão ambientando, desde muito novos, a outros voos mais altos, e ao mesmo tempo dando-lhe de facto oportunidades para se mostrarem. Sem dúvida caso singular a nível nacional, e também raro a nível internacional, e que se vem reforçando desde que Paulo Bento, que era também treinador dos juniores, assumiu a liderança da equipa principal.
Só para lembrar aos mais esquecidos, nos últimos 3 anos, singraram na equipa sénior do SCP, e nas selecções nacionais: João Moutinho (já capitão de equipa, com apenas 20 anos, e internacional A), Yannick Djaló, Nani (da selecção principal e transferido para o Manchester United), Bruno Pereirinha e Miguel Veloso (prémio revelação da temporada passada). E se andássemos mais 3 ou 4 anos para trás teríamos de acrescentar Cristiano Ronaldo (Manchester’s best player; e do mundo?), Ricardo Quaresma (melhor jogador do F.C.Porto), Simão Sabrosa (melhor jogador do Benfica e prémio do melhor jogador da temporada 2006/07), etc., etc. E por aí abaixo, com Figo, Futre…São factos, não são argumentos.
No entanto, não se pode estar à espera de ver nascer todos os anos, um Figo, um Cristiano Ronaldo, ou um Nani. As leis da natureza são sobretudo inexoráveis, e fazem rarear bastante os chamados "génios" (um termo estranho e desmedido para um simples jogador de bola!). Já os "muito bons", aparecendo embora mais vezes que os "geniais", são ainda assim também raros. E por aí fora, com os "bons", os "médios", os "medíocres", etc. Isto quer dizer que, se num ano ou noutro o SCP não conseguir colher, no alforge que é a sua Academia, uma dessas avis raras, tal não poderá de modo algum ser entendido como um caso de insucesso. No entanto, o que é certo é que o SCP vem mesmo assim contrariando este determinismo, e ano após ano, vem semeando o futebol luso e mundial, do melhor que aparece nos relvados. É de tal modo assim, que não tem havido, desde há pelo menos 20 anos a esta parte, geração nenhuma do futebol , que não tenha contado com a presença destes "génios" produzidos em Alvalade. Só para citar os mais exponenciais: Futre, Figo, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani, Miguel Veloso…
Vem isto a propósito do facto de, inúmeros escribas de futebolês – e no reino do futebol, pior ainda que em outras quintas, a imparcialidade é uma batota e um logro à conta da qual vive muita gente – terem já escrito que este ano o Sporting atraiçoou os seus ideais de formação, apenas porque vendeu 3 dos seus produtos (Nani, Custódio e Carlos Martins), e foi buscar em sua substituição estrangeiros. Bem se compreende a dor de cotovelo e clubite aguda que grassa nestes especialistas da bola. Ou então, estão a ver se o SCP se alcooliza com o sucesso da sua Academia e se passa a aproveitar todos os jovens da sua formação, incluindo os pernas-de-pau.
Então vejamos de que é feita essa tal traição protagonizada este ano pelo Sporting:
Estão neste momento a realizar a pré-época os seguintes jogadores da Academia: Adrien Silva (18 anos), Rui Patrício (19), André Marques (19), Paulo Renato (20), João Gonçalves (19) e Yannick Pupo (19). Nada mau, para quem deixou de apostar nos jovens, não é? Sobretudo se se tiver em conta, que este é até o ano em que mais jogadores da Academia realizam a pré-época entre a equipa principal!
Não se sabendo ainda, naturalmente, qual deste jovens permanecerá, já esta época, entre os seniores (nem todos terão qualidade para tanto, ou estarão preparados para tal), é no entanto de registar a continuidade da política leonina, ao escancarar literalmente as portas aos juniores do clube, fazendo com que estes se vão ambientando, desde muito novos, a outros voos mais altos, e ao mesmo tempo dando-lhe de facto oportunidades para se mostrarem. Sem dúvida caso singular a nível nacional, e também raro a nível internacional, e que se vem reforçando desde que Paulo Bento, que era também treinador dos juniores, assumiu a liderança da equipa principal.
Só para lembrar aos mais esquecidos, nos últimos 3 anos, singraram na equipa sénior do SCP, e nas selecções nacionais: João Moutinho (já capitão de equipa, com apenas 20 anos, e internacional A), Yannick Djaló, Nani (da selecção principal e transferido para o Manchester United), Bruno Pereirinha e Miguel Veloso (prémio revelação da temporada passada). E se andássemos mais 3 ou 4 anos para trás teríamos de acrescentar Cristiano Ronaldo (Manchester’s best player; e do mundo?), Ricardo Quaresma (melhor jogador do F.C.Porto), Simão Sabrosa (melhor jogador do Benfica e prémio do melhor jogador da temporada 2006/07), etc., etc. E por aí abaixo, com Figo, Futre…São factos, não são argumentos.
domingo, julho 22, 2007
sábado, julho 21, 2007
Um Quarteto para a Paz
Esta é a minha proposta de composição do Quarteto para a Paz, seja no médio ou em outro oriente qualquer. The Hagen Quartet é assunto de uma família de Salzburgo, desde 1981. Hoje ainda fazem parte da sua formação, 3 dos irmãos - Lukas Hagen (1º violino), Veronika Hagen (viola) e Clemens Hagen (violoncelo) – e ainda, desde 1987, o violinista alemão, Rainer Schmidt.
Vão aqui com o 2º andamento - Assez vif. Très rythmé – de uma obra prima absoluta de Ravel, o seu Quarteto de Cordas em Fá Maior.
Vão aqui com o 2º andamento - Assez vif. Très rythmé – de uma obra prima absoluta de Ravel, o seu Quarteto de Cordas em Fá Maior.
Etiquetas: Música
sexta-feira, julho 20, 2007
Pequenos partidos
Em complemento a este post de 4ª feira passada, e a pedido de algumas famílias, aqui vão os resultados reais das eleições de domingo passado, para o município alfacinha. Estas percentagens representam, de facto, a expressão da votação que cada um dos candidatos teve, face ao universo total dos lisboetas recenseados, que estavam em condições de votar, e que pelas mais variadas razões decidiram, em consciência, não o fazer. Quaisquer outras percentagens que, unanimemente, são utilizadas por partidos, orgãos de soberania, poder judicial, especialistas de ciência política, comentadores, e povo inclusivé, são apenas um embuste, que não ajuda em nada a nossa ténue e periclitante democracia, e apenas reproduz os mecanismos de perpetuação do poder "democrático" de uns quantos (demasiados, infelizmente) que são realmente os donos de um regime, já tão conspurcado como o da ditadura.
Eis pois a votação conseguida por todos os pequenos candidatos e respectivos partidos:
António Costa - 10,8%
Carmona Rodrigues - 6,1%
Fernando Negrão - 5,8%
Helena Roseta - 3,7%
Ruben de Carvalho - 3,5%
O Zé - 2,5%
Telmo Correia - 1,4%
quinta-feira, julho 19, 2007
Sporting 2007/08 #1
Já cheira a futebol, e de agora até daqui a um mês - mais dia, menos dia - vou por aqui pingando uns 4 ou 5 pequenos posts, dedicados ao melhor e maior clube nacional. E do mundo. E ainda do universo. Hoje começo pela vestimenta, que parecendo coisa de somenos, até nem é.
Por isso aqui vai a principal:
E a alternativa:
Para os mais vesgos: sim, é mesmo cinzento escuro (antracite, para os mais finos), na senda da melhor tradição leonina da cor negra. E não, não é cor-de-rosa!!
quarta-feira, julho 18, 2007
Contas de sumir
Há muitos anos – desde sempre – que não consigo alinhar totalmente com as inúmeras análises produzidas sobre os resultados eleitorais.
Isto porque, para mim, o critério mais válido de qualquer análise que se preze, é simplesmente o dos números absolutos dos votantes. Para além disso, é o critério de análise mais democrático e autêntico. É que, quando cada um de nós vai votar – os que ainda vão (eu vou) – está lá a pôr um voto. 1! Naquela altura, quem é que sabe em que percentagem se vai encaixar essa unidade?
Penso mesmo que com base nos números absolutos, podemos esclarecer os aspectos mais importantes da maior parte dos actos eleitorais, e iluminar com uma outra luz, aquilo que os estados-maiores partidários e os inúmeros comentadores politicamente comprometidos, querem sempre iludir. Chamem-me merceeiro se quiserem. (Ok, já ouvi!)
Vejamos então como eu vi o acto eleitoral de Lisboa:
O CDS teve apenas 7.258 votos. E digo apenas, porque há 2 anos atrás tinha tido 16.723: ou seja teve menos 9.465 votos! Isto é, teve menos do que aqueles que perdeu.
O BE teve 13.348 votos, o que significa que teve menos 8.994 pessoas a votarem no Zé (eu se fosse ao Zé, vendia o boné de fiscal e ia tratar de fazer algo que se visse. Ou então estas quase 9.000 pessoas são as que gostam muito do túnel do Marquês).
O PCP teve menos 13.573 votos, de um total de 32.254 que teve em 2005 (confesso que não estava à espera de um envelhecimento tão rápido por parte dos militantes do PCP, já que perdeu mais de metade dos camaradas pelo caminho).
O PSD que tinha tido 119.837 em 2005, teve agora apenas 30.855 cruzinhas nos boletins de voto! Ok, eu repito de outro modo, que é para terem tempo de esfregar os olhinhos: o PSD perdeu 88.982 eleitores (definitivamente, agora com o Negrão é que a coisa virou mesmo preta)!!
O PS ganhou. Lá isso ganhou. Mas será que também perdeu? O PS teve em 2005 75.022 votos, e agora 57.907. Ou seja, 75.022 lisboetas gostavam de Carrilho, mas do Costa apenas 57.907 o amam verdadeiramente. Isto para o Costa, deve-lhe estar a fazer um mal ao ego do caraças. Isto é, são menos 17.115 lisboetas a votarem no António Costa. Se não gostam (afinal aos vencedores não se chama a atenção para uma coisa destas), queixem-se ao Ministério da Justiça, aqui, que é onde estão os números todos. Juro que não estou a inventar!
Concluindo, no total, há apenas 2 anos atrás, tinham-se dado ao trabalho de votar, 282.443 pessoas. Este ano, apenas lá foram, 196.041 (menos 86.402). Como em 2007 estavam inscritos para votar mais de meio milhão de alfacinhas (524.248), isso significa que a grande maioria teve coisas mais importantes para fazer. Estas actividades mais importantes ocuparam 328.207 (!!!) desta malta. Como estava de chuva, penso que estaria tudo a apanhar alfaces na zona saloia. Pronto, apenas por uma vez, concedo licença aos valores relativos: apenas votaram 37,39%!!!! Querem que repita?
Isto porque, para mim, o critério mais válido de qualquer análise que se preze, é simplesmente o dos números absolutos dos votantes. Para além disso, é o critério de análise mais democrático e autêntico. É que, quando cada um de nós vai votar – os que ainda vão (eu vou) – está lá a pôr um voto. 1! Naquela altura, quem é que sabe em que percentagem se vai encaixar essa unidade?
Penso mesmo que com base nos números absolutos, podemos esclarecer os aspectos mais importantes da maior parte dos actos eleitorais, e iluminar com uma outra luz, aquilo que os estados-maiores partidários e os inúmeros comentadores politicamente comprometidos, querem sempre iludir. Chamem-me merceeiro se quiserem. (Ok, já ouvi!)
Vejamos então como eu vi o acto eleitoral de Lisboa:
O CDS teve apenas 7.258 votos. E digo apenas, porque há 2 anos atrás tinha tido 16.723: ou seja teve menos 9.465 votos! Isto é, teve menos do que aqueles que perdeu.
O BE teve 13.348 votos, o que significa que teve menos 8.994 pessoas a votarem no Zé (eu se fosse ao Zé, vendia o boné de fiscal e ia tratar de fazer algo que se visse. Ou então estas quase 9.000 pessoas são as que gostam muito do túnel do Marquês).
O PCP teve menos 13.573 votos, de um total de 32.254 que teve em 2005 (confesso que não estava à espera de um envelhecimento tão rápido por parte dos militantes do PCP, já que perdeu mais de metade dos camaradas pelo caminho).
O PSD que tinha tido 119.837 em 2005, teve agora apenas 30.855 cruzinhas nos boletins de voto! Ok, eu repito de outro modo, que é para terem tempo de esfregar os olhinhos: o PSD perdeu 88.982 eleitores (definitivamente, agora com o Negrão é que a coisa virou mesmo preta)!!
O PS ganhou. Lá isso ganhou. Mas será que também perdeu? O PS teve em 2005 75.022 votos, e agora 57.907. Ou seja, 75.022 lisboetas gostavam de Carrilho, mas do Costa apenas 57.907 o amam verdadeiramente. Isto para o Costa, deve-lhe estar a fazer um mal ao ego do caraças. Isto é, são menos 17.115 lisboetas a votarem no António Costa. Se não gostam (afinal aos vencedores não se chama a atenção para uma coisa destas), queixem-se ao Ministério da Justiça, aqui, que é onde estão os números todos. Juro que não estou a inventar!
Concluindo, no total, há apenas 2 anos atrás, tinham-se dado ao trabalho de votar, 282.443 pessoas. Este ano, apenas lá foram, 196.041 (menos 86.402). Como em 2007 estavam inscritos para votar mais de meio milhão de alfacinhas (524.248), isso significa que a grande maioria teve coisas mais importantes para fazer. Estas actividades mais importantes ocuparam 328.207 (!!!) desta malta. Como estava de chuva, penso que estaria tudo a apanhar alfaces na zona saloia. Pronto, apenas por uma vez, concedo licença aos valores relativos: apenas votaram 37,39%!!!! Querem que repita?
Nota: Em 2005 estavam inscritos 536.450, e agora em 2007, 524.248 (menos 12.202)
4 dias apenas
Saí na 6ª feira à tarde direito a outras paragens (bem menos poluídas), e agora regresso à espuma dos dias. Nestes curtos 4 dias parece que se passaram tantas coisas, e afinal foi quase tudo coisa nenhuma: o descalabro da nossa selecção de sub-20, que bebendo no exemplo do seu chefe Couceiro (treinador de cartilha em atirar equipas para a 2ª divisão), e seguindo uma longa linha de tradição do futebol luso (apenas interrompida com o consulado do gaúcho Scolari) cimentada em péssimas atitudes competitivas e piores de comportamento, decidiu mais uma vez agravar a má imagem que Portugal já tem junto da comunidade dos árbitros internacionais. Depois veio o descalabro – bem merecido! - do PSD em Lisboa, o coice que o CDS levou (culpa de Portas que escolheu o pior candidato que o CDS lá tinha), e as pequenas vitórias de Roseta, Carmona, do fiscal Zé Fernandes e do homem do PCP igual a si próprio. Quanto a António Costa (o único que de facto venceu), a vitória esperada, embora bem mais curta do que seria expectável, e até do que o próprio, estou em querer, esperaria. Situar-se abaixo dos 30%, com tão maus candidatos opositores, e com tanta asneirada que o executivo anterior fez, não deixa de cheirar a desperdício de oportunidade (embora não se exigisse a maioria absoluta). Mas admito que a culpa não será tanto do próprio – que continua a disfrutar de muito boa imagem e de uma excelente imprensa – mas mais do governo e de José Sócrates, que entraram por culpa própria, e não por algum mérito da oposição, em derrapagem e desgaste algo precoce. Outro governo, e os números de Costa andariam nos 40 que João Soares e Santana Lopes já tiveram há bem pouco tempo. E agora? Bem, agora, seguem-se 2 anos de campanha pré-eleitoral ininterrupta, com golpes baixos por parte de alguma oposição camarária, e com grande marketing governativo promocional por parte de António Costa (seguindo aliás as pisadas de José Sócrates, e trabalhando com empresas comunicacionais com provas já dadas). Haverá lançamentos de muitos "projectos", muito outdoor e power point, pois as verdadeiras eleições a 4 anos, são já ali ao virar da esquina. Lisboa e os lisboetas bem avisaram – com os seus incríveis 62% de abstenção! – mas não creio que qualquer dos grandes e dos pequenos partidos tenha daí tirado alguma lição. E menos ainda António Costa, pois feitas as contas, sempre ganhou. E as vitórias, para mais estivais, com as suas odes à alegria, não são lá conselheiras de grandes reflexões. Os perdedores que reflitam, pois então (mas esses, por outro lado, estão mais ocupados nas suas lutas na lama). Vai pois começar a festa da governação, com corte à medida dos media, travestida de eficácia e produtividade, a venda de lançamentos de "programas" e "projectos" como se fossem já os resultados finais. É afinal a escola do governo, agora repetida localmente. E agora com mais força ainda, não fosse António Costa um político tão mediático. Por isso Lisboa, essa, vai ter de esperar por alguém mais à sua medida, e de não tão grandes projectos e futuro nacionais.
terça-feira, julho 17, 2007
sexta-feira, julho 13, 2007
Cascais à bolina #3
Em jeito de despedida dos Campeonatos do Mundo de Vela Olímpica 2007, que hoje terminam com festa de arromba na Cidadela, em Cascais, alguns Tornados, em imagens que explicam bem a razão de ser do seu nome, e fazem jus ao empolgamento que a vela é.
Etiquetas: Cascais
quinta-feira, julho 12, 2007
Ricardo Coração de Leão
Esperemos que seja eu quem esteja errado quando penso que ainda vais fazer muita falta ao Sporting. Vem aí um gigante de 1,96m para o teu lugar, de nome Vladimir Stjokovic, mas que por muito bom que seja (e assim promete e até parece), nunca te chegará ao imenso coração, coragem, força de carácter e personalidade, que outros (mal)afamados e na sombra da intrigalhada "Pintista" nunca lograram atingir. Buena sorte!
Etiquetas: Sporting
terça-feira, julho 10, 2007
Cascais à bolina #2
Imagens do fim de semana passado, quando Cascais autenticamente efunava com o Campeonato de Mundo de Vela 2007. As fotos foram tiradas do heliporto da marina (à saída desta) reportando a chegada e partida de diversas embarcações das diversas classes da vela olímpica, e em plena marina, após chegada das regatas. Impossível captar os extraordinários e inesquecíveis momentos, quando em simultâneo saíam para os campos de regata os 470, os RS:X; os 49ers, os lindíssimos Tornados, e ao mesmo tempo chegavam das regatas os Star's, os Laser's, etc. etc., tudo isto no meio de dezenas de embarcações a motor, umas que apoiavam as diversas equipas olímpicas presentes, outras dos juízes, outras da polícia marítima, da imprensa, do apoio médico, e ainda iates de grande porte que áquela hora partiam da marina para se fazerem ao largo dos diversos campos, ou chegavam lá pelo fim da tarde destes. Qualquer coisa impressionante, que a minha fraquíssima câmara digital não conseguia fazer justiça. Ainda estou de boca aberta com a velocidade estonteante que, em determinada altura da tarde, quando os ventos da serra mostravam de que eram feitos, as diversas embarcações abandonavam a zona da baía e do clube naval (sobretudo os RS:X e os Tornados), para se fazerem à zona onde decorreriam as respectivas regatas.
Etiquetas: Cascais
Os chamamentos do Poder
Ainda ontem aqui dizia, a propósito das ofertas de Manuel Salgado para as listas de Carrilho (antes) e António Costa (agora) «…estas persistências e insistências, estes chamamentos do Poder …». Pois é, parece que estes chamamentos estão como as cerejas: são sempre muitos, e atrás de um seguem-se sempre outros. É que hoje soube-se que afinal, o aparecimento de José Miguel Júdice como mandatário de António Costa foi tudo menos coisa clara. É que Miguel Júdice foi convidado pelo governo, já lá vão 4 meses, para gerir toda a frente ribeirinha de Lisboa, uma enorme fatia da capital e de importância quase incalculável.
Pior que isso, é que tanto António Costa como Miguel Júdice, esconderam este facto de enorme importância, quando estamos em plena mudança nos destinos da CML. Desta vez Helena Roseta está cheia de razão quando diz:
«Afinal de contas, o Governo já tinha decidido, já tinha convidado uma pessoa, já tem um modelo de gestão e nada nos é dito. Não está certo, é falta de transparência»;
«E acho incompatível uma pessoa aceitar um cargo de nomeação governamental para dirigir uma zona importante da cidade e ser mandatário de um dos candidatos à gestão da mesma cidade».
Esta atitude de António Costa (e de José Miguel Júdice, que anda sempre com a Justiça na barriga), não é obviamente para mim qualquer novidade. Aliás, essa atitude enferma dos velhíssimos tiques da classe política lusa, que medra nas cumplicidades interpessoais, funciona com interesses subordinados, e opera com maquinismo clandestino. O Povo é para esta gente apenas equação eleitoral. E isto é como que um aviso a todos os eleitores alfacinhas, de que depois da refrega eleitoral, tudo voltará a ser com dantes, e que para os lisboetas apenas o estilo está a escrutínio. É sem dúvida mais um sinal de que o regime está moribundo, e que caminha a passos largos não para a sua morte – apenas porque já não estamos em tempo disso! – mas para um seu estado estertor, ainda mais vegetativo que o presente.
Pior que isso, é que tanto António Costa como Miguel Júdice, esconderam este facto de enorme importância, quando estamos em plena mudança nos destinos da CML. Desta vez Helena Roseta está cheia de razão quando diz:
«Afinal de contas, o Governo já tinha decidido, já tinha convidado uma pessoa, já tem um modelo de gestão e nada nos é dito. Não está certo, é falta de transparência»;
«E acho incompatível uma pessoa aceitar um cargo de nomeação governamental para dirigir uma zona importante da cidade e ser mandatário de um dos candidatos à gestão da mesma cidade».
Esta atitude de António Costa (e de José Miguel Júdice, que anda sempre com a Justiça na barriga), não é obviamente para mim qualquer novidade. Aliás, essa atitude enferma dos velhíssimos tiques da classe política lusa, que medra nas cumplicidades interpessoais, funciona com interesses subordinados, e opera com maquinismo clandestino. O Povo é para esta gente apenas equação eleitoral. E isto é como que um aviso a todos os eleitores alfacinhas, de que depois da refrega eleitoral, tudo voltará a ser com dantes, e que para os lisboetas apenas o estilo está a escrutínio. É sem dúvida mais um sinal de que o regime está moribundo, e que caminha a passos largos não para a sua morte – apenas porque já não estamos em tempo disso! – mas para um seu estado estertor, ainda mais vegetativo que o presente.
segunda-feira, julho 09, 2007
Blind trustee
Eu também acho que Marques Mendes tem de dar mais qualquer coisa a propósito das insinuações que fez, de que o número dois na lista de António Costa, o arquitecto Manuel Salgado, defende interesses próprios na desactivação dos terrenos do aeroporto da Portela. Não precisa de provar nada – coisas dessas, no limite, só em tribunal, como deveriam muito bem saber António Costa e José Miguel Júdice – mas precisa de demonstrar com que base fez tal insinuação, sobretudo porque em matéria de máquinas partidárias, listas eleitorais, e outras que tais, Marques Mendes não é nenhuma donzela virgem. É que há muito tempo que se fala dos interesses imobiliários de Manuel Salgado, e há uns bons tempos ficaram registadas, preto no branco, estas linhas de Carrilho (e nessa altura ainda nem se imaginava que a CML iria a eleições intercalares, e que Manuel Salgado integraria a lista socialista), e que tirei do Portugal dos Pequeninos:
"Este almoço foi todavia, para minha inteira surpresa e, devo dizer, não menor perplexidade, precedido de vários recados, de proveniência muito diversa mas de conteúdo sempre idêntico - O Salgado quer ser vereador. A minha perplexidade decorria de eu saber que Manuel Salgado tinha muitos projectos em curso na cidade de Lisboa, o que configurava uma situação de óbvio, e perturbante, conflito de interesses. Foi isto, de resto, depois de ele me confirmar o seu desejo de integrar a minha equipa, que eu lhe disse com toda a frontalidade. Ele reconheceu que havia dificuldades, mas que juridicamente havia soluções, que se podia pensar num blind trustee para dirigir o seu atelier. Tudo me pareceu pouco claro, pelo que ficámos de pensar melhor no assunto - mas eu fiquei muito preocupado, não só juridicamente mas também eticamente, com os contornos desta inesperada situação." (SOB O SIGNO DA VERDADE, D. Quixote, página 53. O bold é meu)
Confesso que a coisa também me aguça a curiosidade: estas persistências e insistências, estes chamamentos do Poder. Agora, como em tudo, pode-se acreditar ou não. É mais uma questão de crença. Mas em matéria de política, já há algum tempo que passei para um outro estádio evolutivo (às tantas, até mais primitivo). Prefiro agora a dúvida insistente pois, filosoficamente, considero-a muito mais frutificadora. É que, para crenças e crendices, aquelas feitas de razões que a razão desconhece e nada explica, já tenho para isso o meu Sporting.
"Este almoço foi todavia, para minha inteira surpresa e, devo dizer, não menor perplexidade, precedido de vários recados, de proveniência muito diversa mas de conteúdo sempre idêntico - O Salgado quer ser vereador. A minha perplexidade decorria de eu saber que Manuel Salgado tinha muitos projectos em curso na cidade de Lisboa, o que configurava uma situação de óbvio, e perturbante, conflito de interesses. Foi isto, de resto, depois de ele me confirmar o seu desejo de integrar a minha equipa, que eu lhe disse com toda a frontalidade. Ele reconheceu que havia dificuldades, mas que juridicamente havia soluções, que se podia pensar num blind trustee para dirigir o seu atelier. Tudo me pareceu pouco claro, pelo que ficámos de pensar melhor no assunto - mas eu fiquei muito preocupado, não só juridicamente mas também eticamente, com os contornos desta inesperada situação." (SOB O SIGNO DA VERDADE, D. Quixote, página 53. O bold é meu)
Confesso que a coisa também me aguça a curiosidade: estas persistências e insistências, estes chamamentos do Poder. Agora, como em tudo, pode-se acreditar ou não. É mais uma questão de crença. Mas em matéria de política, já há algum tempo que passei para um outro estádio evolutivo (às tantas, até mais primitivo). Prefiro agora a dúvida insistente pois, filosoficamente, considero-a muito mais frutificadora. É que, para crenças e crendices, aquelas feitas de razões que a razão desconhece e nada explica, já tenho para isso o meu Sporting.
domingo, julho 08, 2007
Umas czardas orientais
Depois de umas czardas sopradas assim, não resisto a estas, no embalo oriental do traduzido por violino chinês, o ErHu(二胡). Aqui fica, ao jeito melancólico das minhas saudades por essa terra molhada pelo Rio das Pérolas – Macau, Ao Mun, ou ainda 澳門, como quiserem - tão singular neste planeta cada vez dito mais global (mas quanto a mim, ao invés, menos redondo e mais angular). Também aos amigos que de lá vieram, e aqueles que lá permaneceram ou para lá retornaram, isto é para vós. Vocês entendem!
Etiquetas: Música
sábado, julho 07, 2007
As últimas 5 leituras
Respondendo ao desafio do Paulo Bastos, do Tónica Dominante, aqui vão os últimos 5 lidos. Não conto aqueles que estão ainda em progresso, abertos na mesinha, ou marcados na mala: o Walter Benjamin, o João Cabral de Melo Neto, o W. G. Sebald e o Stefan Bollman.
Também não vale aqui a chamada biografia cinzenta, papers e artigos de gestão, administração pública, auditoria, sistemas de informação, etc…é outro mundo e nem sempre tão aprazível. No lado oposto da escala do prazer, Whisky - O Melhor Guia Mundial, de Michael Jackson, também não conta, mas esse porque está sempre aberto (tal como os maltes aqui em casa).
Eis:
Pierre Klossowski – Origens Cultuais e Míticas de um Certo Comportamento das Damas Romanas - Edições Cotovia, 1991
Joseph Mitchel – O Fundo da Baía. Crónicas – Âmbar, 2007
Enrique Vila-Matas – Paris Nunca se Acaba – Teorema, 2005
Clarice Lispector – Laços de Família - Edições Cotovia, 2006
Ruy Duarte de Carvalho – Desmedida. Luanda-S.Paulo-São Francisco e Volta. Crónicas do Brasil - Edições Cotovia, 2006
E deste ponto passo a batata quente a: Ana Isabel do O Hálito Azul da Tarde, Sérgio do O Bacteriófago, Guimarães do Observador, o JG do Blog da Sabedoria (e outros blogues) e a Ana Cristina Leonardo do Meditação na Pastelaria.
Também não vale aqui a chamada biografia cinzenta, papers e artigos de gestão, administração pública, auditoria, sistemas de informação, etc…é outro mundo e nem sempre tão aprazível. No lado oposto da escala do prazer, Whisky - O Melhor Guia Mundial, de Michael Jackson, também não conta, mas esse porque está sempre aberto (tal como os maltes aqui em casa).
Eis:
Pierre Klossowski – Origens Cultuais e Míticas de um Certo Comportamento das Damas Romanas - Edições Cotovia, 1991
Joseph Mitchel – O Fundo da Baía. Crónicas – Âmbar, 2007
Enrique Vila-Matas – Paris Nunca se Acaba – Teorema, 2005
Clarice Lispector – Laços de Família - Edições Cotovia, 2006
Ruy Duarte de Carvalho – Desmedida. Luanda-S.Paulo-São Francisco e Volta. Crónicas do Brasil - Edições Cotovia, 2006
E deste ponto passo a batata quente a: Ana Isabel do O Hálito Azul da Tarde, Sérgio do O Bacteriófago, Guimarães do Observador, o JG do Blog da Sabedoria (e outros blogues) e a Ana Cristina Leonardo do Meditação na Pastelaria.
Umas Czardas bem sopradas
Umas czardas divinamente sopradas pelo grande Christian Lindberg, quando a música vira o mais puro deleite e gozo.
Etiquetas: Música
sexta-feira, julho 06, 2007
Para a posteridade
Meus amigos do insustentável, isto é pura sorte, também puro deleite, e é documento do mais solidamente histórico que se pode desejar. Ao pé disto, o evangelho apócrifo de Judas, é um chupa-chupa na boca de uma criança.
Sabemos que as tropelias, chavardices, poucas-vergonhices, e autoritarismos de ceroulas dos nossos políticos (sejam lá de que partido forem), são sempre assunto tratado no mais recôndito dos currais, ao abrigo do olhar do povo e da cidadania. Democracia oblige. Mas algumas raras vezes sucede – como acontece agora – que por qualquer razão misteriosa que nos escapa (silly season?? hemorroidal??), a coisa é mesmo passada para o papel. Então aqui fica o registo para a posteridade, para que se acredite (sem bold, que nem é preciso):
Sabemos que as tropelias, chavardices, poucas-vergonhices, e autoritarismos de ceroulas dos nossos políticos (sejam lá de que partido forem), são sempre assunto tratado no mais recôndito dos currais, ao abrigo do olhar do povo e da cidadania. Democracia oblige. Mas algumas raras vezes sucede – como acontece agora – que por qualquer razão misteriosa que nos escapa (silly season?? hemorroidal??), a coisa é mesmo passada para o papel. Então aqui fica o registo para a posteridade, para que se acredite (sem bold, que nem é preciso):
Diário da República, 2.a série—N.o 122—27 de Junho de 2007,
Despacho n.o 13 288/2007
Pelo despacho n.o 1/2007 do Ministro da Saúde, de 5 de Janeiro,
foi exonerada do cargo de directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho a licenciada Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso, com efeitos à data do despacho, por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos,
procurando atingi-lo, manifestando a Dr.a Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. (Não carece de fiscalização prévia. Não são devidos emolumentos.)
1 de Junho de 2007.—O Coordenador, José Agostinho Dias de
Castro e Freitas.
Etiquetas: Administração Pública, Cunhas e Amiguismo e Tráfico, Política
quinta-feira, julho 05, 2007
Uma Carmen de estalo
Carmen Pignatelli, secretária adjunta da Saúde já disse:
"vivemos num país em que as pessoas são livres de dizer aquilo que pensam…""... desde que seja nos locais apropriados".
"vivemos num país em que as pessoas são livres de dizer aquilo que pensam…""... desde que seja nos locais apropriados".
Bem, então com a Vossa licença, que eu vou ali e já volto!
Etiquetas: Política
SIADAP: avaliação à peça e ao olhómetro
No princípio era o Adjectivo. E o Adjectivo era o "Muito Bom".
Era assim, nos seus primórdios e até há pouco tempo atrás, o sistema de avaliação dos funcionários públicos, em que só o simples facto de existirem era motivo suficiente para um "Muito Bom" ou mesmo um "Excelente", no final de cada ano.
Entretanto, em 2004, durante o governo de Durão Barroso, é lançado um novo sistema: Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública (SIADAP).
Então como agora, o SIADAP é considerado como um sistema bom, e que finalmete permite, de facto, avaliar a performance de todos os funcionários do Estado.
Diga-se em abono da verdade, que esta bondade até tem a sua razão de ser. Com efeito, o SIADAP em toda a sua vertente teórica, assenta num paradigma de uma organização-tipo que estrutura as suas actividades com base numa Gestão por Objectivos, explicita as mesmas em indicadores de gestão consistentes, e audita quantitativamente, com rigor e objectividade, todas as tarefas e desempenhos dos seus recursos humanos.
Se o SIADAP é então assim, ou melhor, se funcionar deste modo, de acordo com este paradigma, é lógico para todos que um "Muito Bom" passará a corresponder exactamente a um "Muito Bom", um "Bom" a um "Bom", e por aí fora.
Como explicar então o sistema de quotas implementado logo pelo governo PSD, que o actual governo quer manter no SIADAP?
Vejamos um exemplo: se o SIADAP é bom e funciona, e se em determinado ano, em determinada organização pública, 32% dos funcionários, pelo seu esforço, dedicação e qualidade do seu trabalho, tiverem "Muito Bom" nos seus parâmetros mais objectivos (e que, lembro, são matematicamente calculados), tal significa que a uma parte substancial destes funcionários, e à posteriori, acabará por ser conferida uma avaliação puramente artificial (neste caso apenas o "Bom"), por forma a não serem ultrapassadas as quotas instituídas para as avaliações mais altas. E lá se vão por água abaixo as tão afamadas e proclamadas métricas e objectividade do SIADAP!
A questão interessante é como o governo (pela boca do seu secretário de Estado da Administração Pública) veio desta vez justificar este sistema tão injusto de quotas: porque isso significaria (se não houvesse quotas) que nada iria mudar em termos de avaliação pois "toda a gente iria ter excelente".
Era assim, nos seus primórdios e até há pouco tempo atrás, o sistema de avaliação dos funcionários públicos, em que só o simples facto de existirem era motivo suficiente para um "Muito Bom" ou mesmo um "Excelente", no final de cada ano.
Entretanto, em 2004, durante o governo de Durão Barroso, é lançado um novo sistema: Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública (SIADAP).
Então como agora, o SIADAP é considerado como um sistema bom, e que finalmete permite, de facto, avaliar a performance de todos os funcionários do Estado.
Diga-se em abono da verdade, que esta bondade até tem a sua razão de ser. Com efeito, o SIADAP em toda a sua vertente teórica, assenta num paradigma de uma organização-tipo que estrutura as suas actividades com base numa Gestão por Objectivos, explicita as mesmas em indicadores de gestão consistentes, e audita quantitativamente, com rigor e objectividade, todas as tarefas e desempenhos dos seus recursos humanos.
Se o SIADAP é então assim, ou melhor, se funcionar deste modo, de acordo com este paradigma, é lógico para todos que um "Muito Bom" passará a corresponder exactamente a um "Muito Bom", um "Bom" a um "Bom", e por aí fora.
Como explicar então o sistema de quotas implementado logo pelo governo PSD, que o actual governo quer manter no SIADAP?
Vejamos um exemplo: se o SIADAP é bom e funciona, e se em determinado ano, em determinada organização pública, 32% dos funcionários, pelo seu esforço, dedicação e qualidade do seu trabalho, tiverem "Muito Bom" nos seus parâmetros mais objectivos (e que, lembro, são matematicamente calculados), tal significa que a uma parte substancial destes funcionários, e à posteriori, acabará por ser conferida uma avaliação puramente artificial (neste caso apenas o "Bom"), por forma a não serem ultrapassadas as quotas instituídas para as avaliações mais altas. E lá se vão por água abaixo as tão afamadas e proclamadas métricas e objectividade do SIADAP!
A questão interessante é como o governo (pela boca do seu secretário de Estado da Administração Pública) veio desta vez justificar este sistema tão injusto de quotas: porque isso significaria (se não houvesse quotas) que nada iria mudar em termos de avaliação pois "toda a gente iria ter excelente".
Como? Importa-se de repetir?
Temos portanto que o governo admite, implícita e explicitamente, que o SIADAP afinal, não é o tal sistema rigoroso e objectivo, pois "toda a gente iria ter excelente" ! Afinal em que ficamos?
Temos portanto que o governo admite, implícita e explicitamente, que o SIADAP afinal, não é o tal sistema rigoroso e objectivo, pois "toda a gente iria ter excelente" ! Afinal em que ficamos?
É que se afinal o SIADAP pode ser manipulado, ao serem puxadas para cima (para o "Excelente, como diz o secretário de Estado) todas as classificações, então esse mesmo SIADAP, afinal tão pouco consistente e débil, pode também ser manipulado quando, com este sistema de quotas, se tem de escolher quem atinge o "Excelente" ou "Muito Bom", ou quem deve ser castigado com apenas um "Bom".
Quem desde 2004 tem sido avaliado pelo SIADAP, sabe na pele que é assim que a mecânica do bicho vem funcionando.
De qualquer dos modos, tenho mesmo assim de agradecer ao Dr. João Figueiredo, por este seu lapsus linguae, que vale mais que 1000 manuais do SIADAP e de Gestão por Objectivos.
Etiquetas: Administração Pública, Cunhas e Amiguismo e Tráfico
quarta-feira, julho 04, 2007
Um estranho ranking
A Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO), dirigida por Nikolay Lalov, continua por vezes algo invisível. Existe, e existe muito e bem, mas, vá-se lá saber porquê, é algo invisível para grande parte da nossa comunicação social. E falo daquela comunicação social que por norma se especializa e dedica a estas coisas da música erudita e da programação musical associada. Muito recentemente, a convite do Festival Internacional de Sófia – "Sofia Music Weeks 2007" (Bulgária) – esta orquestra apresentou-se nos dias 6 e 8 de Junho na sala "Bulgária", naquela que é considerada por muitos como a mais importante daquele país. Na bagagem levava música de compositores portugueses, de Cláudio Carneiro, Viana da Motta e Joly Braga Santos, a Lopes-Graça, Sérgio Azevedo, Eurico Carrapatoso, etc. Como cartaz, e sendo esta a primeira vez que uma formação portuguesa se apresentava naquele país, convenhamos que não está nada mal! E ainda estreou uma obra do compositor búlgaro, G. Arnaoudov, que foi dedicada à própria OCCO. O resultado foram 2 concertos assistidos cada um por mais de 1300 pessoas, de grande êxito e com direito a gravação e transmissão em directo pela Rádio Nacional da Bulgária (quem soube, ainda ouviu esta transmissão aqui em Portugal, em directo e via internet). Corolário deste sucesso foi o convite desde já endereçado pelo director do Festival, para um próximo retorno da OCCO.
E tudo isto se parece ter passado na mais absoluta das ignorâncias (daquilo que eu tivesse lido), com a natural excepção do jornal local Costa do Sol. Mas como nisto não há 2 sem 3, o jornal Público, no seu último Ípsilon, e numa peça assinada por Cristina Fernandes (CF) e intitulada "Festival do Estoril aposta nos jovens músicos", discorre todos os nomes dos intérpretes e agrupamentos portugueses que estarão presentes nesse festival (sem esquecer os mais jovens), de António Rosado, Artur Pizarro, à Orquestra Barroca Divino Sospiro, OrchestrUtopica, etc. O que é curioso e sinal desta total invisibilidade da OCCO, é que CF refere também o acordeonista Gonçalo Pescada, que curiosamente não se irá apresentar a solo, mas com a própria OCCO, que também estará presente nesse festival! Como se costuma dizer, esteve quase lá! Sinceramente, desconheço as razões porque isto sucede, para mais com uma orquestra já com um bonito historial, e cuja programação envolve já mais de uma centena de concertos anuais, embora parta do princípio que o mesmo estranho fenómeno se vá passando com outras orquestras de cor mais regional, e não tão embelezadas e dependuradas nas capitais do país.
Mas que não seja por isso, aqui fica o site do Festival de Música do Estoril, e o dia e programa de apresentação da formação da linha:
E tudo isto se parece ter passado na mais absoluta das ignorâncias (daquilo que eu tivesse lido), com a natural excepção do jornal local Costa do Sol. Mas como nisto não há 2 sem 3, o jornal Público, no seu último Ípsilon, e numa peça assinada por Cristina Fernandes (CF) e intitulada "Festival do Estoril aposta nos jovens músicos", discorre todos os nomes dos intérpretes e agrupamentos portugueses que estarão presentes nesse festival (sem esquecer os mais jovens), de António Rosado, Artur Pizarro, à Orquestra Barroca Divino Sospiro, OrchestrUtopica, etc. O que é curioso e sinal desta total invisibilidade da OCCO, é que CF refere também o acordeonista Gonçalo Pescada, que curiosamente não se irá apresentar a solo, mas com a própria OCCO, que também estará presente nesse festival! Como se costuma dizer, esteve quase lá! Sinceramente, desconheço as razões porque isto sucede, para mais com uma orquestra já com um bonito historial, e cuja programação envolve já mais de uma centena de concertos anuais, embora parta do princípio que o mesmo estranho fenómeno se vá passando com outras orquestras de cor mais regional, e não tão embelezadas e dependuradas nas capitais do país.
Mas que não seja por isso, aqui fica o site do Festival de Música do Estoril, e o dia e programa de apresentação da formação da linha:
10 de Junho – 21:30h – Auditório do Centro de Congressos (Estoril)
ORQUESTRA DE CÂMARA DE CASCAIS E OEIRAS
ORQUESTRA DE CÂMARA DE CASCAIS E OEIRAS
Nikolay Lalov: maestro
Gonçalo Pescada: acordeão
Carrapatoso – 10 Vocalizos para Leonor e arco
Piazzola – Concerto Aconcagua para acordeão, cordas, percussão e piano
Gonçalo Pescada: acordeão
Carrapatoso – 10 Vocalizos para Leonor e arco
Piazzola – Concerto Aconcagua para acordeão, cordas, percussão e piano
Haydn – Sinfonia nº 77, Si Bemol Maior
Etiquetas: Música
terça-feira, julho 03, 2007
A bufaria está aí e em força
No caso da DREN, a Ministra da Educação e o governo, ainda se esgueiraram pela porta dos fundos, justificando que a directora da DREN, fez o que fez, no âmbito estrito da sua autonomia, e que portanto não houve conluio algum da parte do ministério ou do governo, na acção persecutória contra o professor Fernando Charrua.
Entretanto, o caso da Associação do Professores de Matemática, que foi pura e simplesmente dispensada de participar na Comissão de Acompanhamento (CA) dos Planos da Matemática, simplesmente porque expressou umas quantas críticas a algumas políticas da educação, veio iluminar aquele caso da DREN, na medida em que situou com exactidão a atitude despótica da Ministra da Educação, quando colocada perante críticas perfeitamente banais (pelo menos para quem pensa que vive em liberdade e num regime democrático consolidado).
Agora, mais recentemente, o caso da exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, simplesmente porque não mandou retirar um cartaz – de que o ministro não gostou - no momento imediato em que o mesmo foi colocado, vem definitivamente esclarecer que o autoritarismo afinal é também política deste governo no seu todo, e que emana do seu chefe máximo. (abstenho-me de voltar a referir os inúmeros episódios de condicionamento da comunicação social, a quando do caso da licenciatura do Primeiro-Ministro, entre muitos outros).
Outra luz que este caso lançou, é que a delação e a bufaria são também política deste governo, já que ponto comum nestes casos é o facto de os mesmos terem resultado de denúncias protagonizadas por terceiros.
Entretanto, o caso da Associação do Professores de Matemática, que foi pura e simplesmente dispensada de participar na Comissão de Acompanhamento (CA) dos Planos da Matemática, simplesmente porque expressou umas quantas críticas a algumas políticas da educação, veio iluminar aquele caso da DREN, na medida em que situou com exactidão a atitude despótica da Ministra da Educação, quando colocada perante críticas perfeitamente banais (pelo menos para quem pensa que vive em liberdade e num regime democrático consolidado).
Agora, mais recentemente, o caso da exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, simplesmente porque não mandou retirar um cartaz – de que o ministro não gostou - no momento imediato em que o mesmo foi colocado, vem definitivamente esclarecer que o autoritarismo afinal é também política deste governo no seu todo, e que emana do seu chefe máximo. (abstenho-me de voltar a referir os inúmeros episódios de condicionamento da comunicação social, a quando do caso da licenciatura do Primeiro-Ministro, entre muitos outros).
Outra luz que este caso lançou, é que a delação e a bufaria são também política deste governo, já que ponto comum nestes casos é o facto de os mesmos terem resultado de denúncias protagonizadas por terceiros.
O governo não só agradece, como pelos vistos estimula e premeia. Curioso é que este estado de degradação moral e bastardia, emana exactamente das estruturas mais básicas dos partidos, e inclusive das juventudes partidárias (neste caso da JS). E são estes os políticos de amanhã!
Finalmente - como se ainda fosse preciso mais algum exemplo! – provado fica também que o amiguismo (e não o mérito) é definitivamente a política mais consistente deste governo a nível da gestão de recursos humanos. Já se sabia que a directora da DREN é uma destacada militante socialista, e agora também se sabe que aquele que o ministro Correia de Campos escolheu para substituir a directora exonerada, é também outro destacado militante e político socialista local. Deve ser assim que se medem os chamados deveres de lealdade. E como se não bastasse, ainda tivemos de ouvir o ministro perorar sobre cargos de confiança política, como se a direcção de um simples Centro de Saúde fosse um cargo sujeito a esses ditames. Ao que isto chegou! Os então denominados "Estado Laranja" (Cavaco) e "Estado Rosa" (Guterres) foram já há muito tempo transformados em meras brincadeiras de crianças. Agora temos também o rosa, mas mais carregado, mais tipo rosa-choque. É um choque para todos nós, e nem tecnológico é. É tão antigo como Portugal, e feito à mão como o mais autêntico dos artesanatos.
Finalmente - como se ainda fosse preciso mais algum exemplo! – provado fica também que o amiguismo (e não o mérito) é definitivamente a política mais consistente deste governo a nível da gestão de recursos humanos. Já se sabia que a directora da DREN é uma destacada militante socialista, e agora também se sabe que aquele que o ministro Correia de Campos escolheu para substituir a directora exonerada, é também outro destacado militante e político socialista local. Deve ser assim que se medem os chamados deveres de lealdade. E como se não bastasse, ainda tivemos de ouvir o ministro perorar sobre cargos de confiança política, como se a direcção de um simples Centro de Saúde fosse um cargo sujeito a esses ditames. Ao que isto chegou! Os então denominados "Estado Laranja" (Cavaco) e "Estado Rosa" (Guterres) foram já há muito tempo transformados em meras brincadeiras de crianças. Agora temos também o rosa, mas mais carregado, mais tipo rosa-choque. É um choque para todos nós, e nem tecnológico é. É tão antigo como Portugal, e feito à mão como o mais autêntico dos artesanatos.
P.S. A ler ainda, Francisco José Viegas:
«O que é mais "desagradável" não é, no entanto, a "mossa que isto possa causar na acção do governo" - mas sim o facto de o próprio PS mostrar que alberga (nas suas fileiras mais obscuras e escondidas, é certo) um conjunto de guardiães hirsutos e severos, decididos a punir a desobediência, o protesto e o riso. De todas as críticas que já se fizeram ao PS, nunca pensei encontrar esta. Estamos sempre a aprender.»... mais aqui.
Etiquetas: Administração Pública, Cunhas e Amiguismo e Tráfico, Política